Dólar abre em alta com redução de tarifas, Focus e prévia do PIB
Na última sexta-feira, o dólar terminou a sessão em leve queda de 0,02%, cotado a R$ 5,297. Ibovespa subiu 0,37%, aos 157,7 mil pontos
O dólar operava em leve alta manhã desta segunda-feira (17/11), em meio à repercussão nos mercados da diminuição das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sobre diversos produtos agrícolas, anunciada na última sexta-feira (14/11).
No cenário doméstico, os investidores analisam as novas projeções divulgadas pelo Relatório Focus, do Banco Central (BC), sobre indicadores da economia brasileira como inflação e PIB.
Entre os destaques deste início de semana, o mercado também monitora o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Dólar
- Às 9h08, a moeda norte-americana avançava 0,15% e era negociada a R$ 5,304.
- Na última sexta-feira, o dólar terminou a sessão em leve queda de 0,02%, cotado a R$ 5,297, praticamente estável.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 1,55% em novembro e de 14,28% frente ao real em 2025.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- No último pregão da semana passada, o indicador fechou em alta de 0,37%, aos 157,7 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 5,47% no mês e de 31,13% no ano.
Trump reduz tarifas
A sessão desta segunda-feira é a primeira do mercado financeiro desde o anúncio da Casa Branca de redução das tarifas sobre produtos agrícolas. A decisão contempla diretamente produtos exportados pelo Brasil, como café, carne bovina e frutas, a exemplo do açaí, que ainda estavam taxados em 50% pelos EUA.
De acordo com o governo norte-americano, a medida tem efeito retroativo e passou a valer a partir da 00h01 da última quinta-feira (13/11). A redução, nesse caso, refere-se apenas à tarifa recíproca de 10%, aplicada por Trump em 2 de abril deste ano. A taxa adicional de 40% contra o Brasil, oficializada pelo republicano no final de julho, segue valendo. Na ordem executiva, Trump justifica a decisão dizendo que recebeu “informações e recomendações adicionais de diversas autoridades”.
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“Após considerar as informações e recomendações que me foram fornecidas por essas autoridades, o andamento das negociações com diversos parceiros comerciais, a demanda interna atual por certos produtos e a capacidade interna atual de produção de certos produtos, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca imposta pelo Decreto Executivo 14257”, afirmou Trump no documento.
Com isso, segundo nota técnica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 73,8% das exportações brasileiras para os EUA continuam sujeitas à tarifa adicional. Antes da revisão, o percentual alcançava 77,8%, abrangendo 6.037 produtos.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), produtos químicos, plásticos, maquinário industrial e partes de veículos estão entre os mais afetados. Para grande parte desses itens, a alíquota final permanece próxima ou chega a 40%.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é titular do MDIC, disse, no sábado (15/11), que o anúncio dos EUA sobre a redução na tarifa de 50% imposta à importação de café, carnes e frutas, alguns dos itens mais afetados pelo tarifaço imposto ao Brasil em agosto, foi positivo e que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai “continuar trabalhando para reduzir mais”.
“Primeiro, nós vamos continuar trabalhando para reduzir mais. No caso do café, não faz sentido, pois a tarifa ainda é alta, é de 40%, e o Brasil é o maior fornecedor para os EUA. São avanços sucessivos, vem uma avenida pela frente ainda de trabalho”, afirmou Alckmin.
Após assinar a ordem executiva, Donald Trump descartou a possibilidade de novas reduções, durante entrevista a bordo do Air Force One. Ao ser questionado sobre a chance de futuros ajustes, ele disse: “Não acho que será necessário”. “Acabamos de fazer um pequeno recuo. Os preços do café estavam um pouco altos. Agora, ficarão mais baixos em um período muito curto”, afirmou.
Focus
No primeiro pregão da semana, o mercado repercute as novas estimativas divulgadas pelo BC sobre a economia brasileira neste e nos próximos anos, com o Relatório Focus, que reúne as principais projeções dos analistas.
O mercado reduziu a sua estimativa para a inflação de 2025, que passou de 4,55% para 4,46%. Pela primeira vez neste ano, a maioria dos analistas do mercado considera que a inflação deve terminar 2025 abaixo do teto da meta.
Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.
Para o PIB, o Focus aponta um crescimento de 2,16% da economia brasileira em 2025, mesma projeção da semana passada. As estimativas também foram mantidas para o PIB de 2026 (1,78%), 2027 (1,88%) e 2028 (2%).
Ainda segundo o Focus, as projeções para o câmbio também recuaram em relação à semana passada, de R$ 5,41 para R$ 5,40.
Em relação à taxa básica de juros (Selic), os analistas do mercado mantiveram a projeção de 15% ao ano para 2025, 12,25% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
“Prévia” do PIB
Os investidores também monitoram a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador que serve como parâmetro e tenta “antecipar” o resultado do PIB do Brasil. O cálculo do IBC-Br também auxilia a autoridade monetária a definir a meta da taxa básica de juros da economia, a Selic.
Em setembro, o IBC-Br registrou queda de 0,2% em relação ao mês anterior, de acordo com o BC. O resultado veio abaixo das estimativas do mercado, que giravam em torno de um recuo de 0,1%.
Esse indicador econômico incorpora estimativas de crescimento para os setores agropecuário, industrial e de serviços, acrescidas dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção e importações).
Antes divulgado segmentado por estados e por regiões, o IBC-Br é, atualmente, calculado nacionalmente.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.
Os bens e serviços finais que compõem o PIB são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Assim, levam em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.
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