Ex-premiê de Bangladesh fugiu do país após onda de protestos com mais de 1,4 mil mortos; relembre

Mural com imagem da primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, vandalizado em protestos na capital Daca, em 5 de agosto de 2024. Mohammad Ponir Hossain/ Reuters A ex-primeira-ministra de Bangladesh Sheikh Hasina foi condenada nesta segunda-feira (17) à morte por crimes contra a humanidade. A sentença saiu mais de um ano após a renúncia da premiê, que fugiu do país em meio a uma onda de protestos contra o governo que deixou, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), até 1.400 pessoas mortas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Hasina estava no poder havia 15 anos e era uma das mulheres mais poderosas da Ásia. Após a fuga dela, as Forças Armadas do país anunciaram a formação de um governo interino comandado pelos militares. Relembre o que aconteceu abaixo: ENTENDA: Como estudantes derrubaram uma das mulheres mais poderosas da Ásia Um dos países mais populosos do mundo, Bangladesh, que fica no sudeste asiático, foi palco de protestos da geração Z entre julho e agosto de 2024. Os manifestantes protestaram contra o sistema de cotas do governo que reservava um terço dos empregos públicos para parentes de veteranos da guerra contra o Paquistão, em 1971, quando Bangladesh se tornou independente e virou um país. No dia em que Sheikh Hasina renunciou, milhares de manifestantes invadiram a residência oficial da premiê, na capital Daca, após a internet chegar a ser bloqueada no país inteiro. O aeroporto internacional de Daca também foi fechado. Manifestantes invadem residência oficial de premiê em Bangladesh Ao deixar o país, Hasina fugiu para a Índia. Após a divulgação da sentença nesta segunda-feira, o governo de Bangladesh pediu que o país extradite a ex-primeira-ministra. Desde a fuga de Hasina para a Índia, Bangladesh tem sido governado por uma administração interina liderada pelo vencedor do Nobel da Paz Muhammad Yunus. Ele foi atacado por anos por Hasina e condenado por corrupção sob o governo dela. Em janeiro, manifestantes já haviam feito uma onda de protestos contra a premiê após ela se reeleger em um pleito do qual a oposição se retirou alegando fraude. Os protestos começaram de forma pacífica, mas se tornaram violentos após embates com a polícia e com grupos pró-governo. Analistas do país também apontaram a influência das difíceis condições econômicas, incluindo inflação alta, aumento do desemprego e esgotamento das reservas estrangeiras, como o estopim da revolta. População em Daca, Bangladesh, celebra renúncia de premiê do país, em 5 de agosto de 2024. Mohammad Ponir Hossai/ Reuters Hasina, de 78 anos, assumiu como primeira-ministra em 2009. Considerada uma das mulheres mais poderosas da Ásia, ela foi creditada como a responsável por impulsionar a indústria têxtil no país. Ela é filha do líder fundador de Bangladesh, Sheikh Mujibur Rahman, que lutou na guerra de independência. Hasina inicialmente lutou pela democracia, mas seu longo governo como primeira-ministra passou a ser marcado por prisões de líderes da oposição, repressão à liberdade de expressão e execuções extrajudiciais.

Nov 17, 2025 - 10:30
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Ex-premiê de Bangladesh fugiu do país após onda de protestos com mais de 1,4 mil mortos; relembre
Mural com imagem da primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, vandalizado em protestos na capital Daca, em 5 de agosto de 2024. Mohammad Ponir Hossain/ Reuters A ex-primeira-ministra de Bangladesh Sheikh Hasina foi condenada nesta segunda-feira (17) à morte por crimes contra a humanidade. A sentença saiu mais de um ano após a renúncia da premiê, que fugiu do país em meio a uma onda de protestos contra o governo que deixou, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), até 1.400 pessoas mortas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Hasina estava no poder havia 15 anos e era uma das mulheres mais poderosas da Ásia. Após a fuga dela, as Forças Armadas do país anunciaram a formação de um governo interino comandado pelos militares. Relembre o que aconteceu abaixo: ENTENDA: Como estudantes derrubaram uma das mulheres mais poderosas da Ásia Um dos países mais populosos do mundo, Bangladesh, que fica no sudeste asiático, foi palco de protestos da geração Z entre julho e agosto de 2024. Os manifestantes protestaram contra o sistema de cotas do governo que reservava um terço dos empregos públicos para parentes de veteranos da guerra contra o Paquistão, em 1971, quando Bangladesh se tornou independente e virou um país. No dia em que Sheikh Hasina renunciou, milhares de manifestantes invadiram a residência oficial da premiê, na capital Daca, após a internet chegar a ser bloqueada no país inteiro. O aeroporto internacional de Daca também foi fechado. Manifestantes invadem residência oficial de premiê em Bangladesh Ao deixar o país, Hasina fugiu para a Índia. Após a divulgação da sentença nesta segunda-feira, o governo de Bangladesh pediu que o país extradite a ex-primeira-ministra. Desde a fuga de Hasina para a Índia, Bangladesh tem sido governado por uma administração interina liderada pelo vencedor do Nobel da Paz Muhammad Yunus. Ele foi atacado por anos por Hasina e condenado por corrupção sob o governo dela. Em janeiro, manifestantes já haviam feito uma onda de protestos contra a premiê após ela se reeleger em um pleito do qual a oposição se retirou alegando fraude. Os protestos começaram de forma pacífica, mas se tornaram violentos após embates com a polícia e com grupos pró-governo. Analistas do país também apontaram a influência das difíceis condições econômicas, incluindo inflação alta, aumento do desemprego e esgotamento das reservas estrangeiras, como o estopim da revolta. População em Daca, Bangladesh, celebra renúncia de premiê do país, em 5 de agosto de 2024. Mohammad Ponir Hossai/ Reuters Hasina, de 78 anos, assumiu como primeira-ministra em 2009. Considerada uma das mulheres mais poderosas da Ásia, ela foi creditada como a responsável por impulsionar a indústria têxtil no país. Ela é filha do líder fundador de Bangladesh, Sheikh Mujibur Rahman, que lutou na guerra de independência. Hasina inicialmente lutou pela democracia, mas seu longo governo como primeira-ministra passou a ser marcado por prisões de líderes da oposição, repressão à liberdade de expressão e execuções extrajudiciais.

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