Dólar avança e Bolsa cai com pesquisa e carta de Bolsonaro pró-Flávio
Na última sessão, na terça-feira (23/12), o dólar fechou em baixa de 0,95%, a R$ 5,531. Bolsa subiu 1,46% e retomou os 160 mil pontos
O dólar operava em alta, nesta sexta-feira (26/12), na retomada das sessões do mercado financeiro após a pausa de dois dias para o Natal.
Em um dia de agenda esvaziada de indicadores econômicos tanto no Brasil quanto no exterior, os investidores se voltam para o noticiário político doméstico.
As atenções apontam para a disputa eleitoral do ano que vem e a consolidação da candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como potencial adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dólar
- Às 10h11, o dólar subia 0,35%, a R$ 5,554.
- Mais cedo, às 9h51, a moeda norte-americana avançava 0,41% e era negociada a R$ 5,558.
- Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,567. A mínima é de R$ 5,541.
- Na última sessão, na terça-feira (23/12), o dólar fechou em baixa de 0,95%, negociado a R$ 5,531.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 3,71% em dezembro e perdas de 10,6% em 2025 frente ao real.
Ibovespa
- O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em queda no início do pregão.
- Às 10h16, o indicador recuava 0,39%, aos 159,8 mil pontos.
- No pregão anterior, o Ibovespa fechou em alta de 1,46%, aos 160,4 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula alta de 0,88% no mês e valorização de 32,93% no ano.
Bolsonaro confirma Flávio candidato
No cenário político, o mercado financeiro repercute, nesta sexta-feira, a carta divulgada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que sacramenta o apoio ao filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na disputa pelo Palácio do Planalto em 2026.
A escolha do ex-presidente pelo seu filho mais velho foi revelada com exclusividade pelo Metrópoles, em 5 de dezembro, na coluna do jornalista Paulo Cappelli.
“Ao longo da minha vida tenho enfrentado duras batalhas, pagando um preço alto, com minha saúde e família, para defender aquilo que acredito ser o melhor para o nosso Brasil”, inicia Bolsonaro na carta, que foi lida por Flávio para jornalistas. “Diante desse cenário de injustiça, e com o compromisso de não permitir que a vontade popular seja silenciada, tomo a decisão de indicar o Flávio Bolsonaro como pré-candidato à Presidência da República em 2026”, segue o ex-presidente.
“Entrego o que há de mais importante em vida de um pai: o próprio filho, para manter viva a chama do nosso Brasil. Tenho fé em uma decisão consciente, legítima e amparada no desejo de preservar a representatividade daqueles que confiaram em mim”, escreve Bolsonaro.
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Nas últimas semanas, desde que Flávio foi lançado informalmente como potencial candidato à Presidência da República com o apoio do pai, o mercado reagiu de forma negativa por entender que o nome do parlamentar não é o mais competitivo em uma eventual disputa contra Lula no ano que vem.
Amplos setores do mercado financeiro apostavam na escolha do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o candidato da direita e da centro-direita contra o atual governo. Com Flávio no páreo, os investidores agora já precificam a saída de Tarcísio do jogo da sucessão presidencial e sua provável candidatura à reeleição para o governo paulista.
Nova pesquisa eleitoral
Ainda nesta sexta-feira, os investidores analisam os números da mais recente pesquisa eleitoral sobre o pleito presidencial do ano que vem.
O presidente Lula lidera em todos os cenários de primeiro e segundo turno, conforme levantamento do Instituto Paraná Pesquisas. Flávio Bolsonaro, no entanto, aparece em empate técnico com Lula em uma simulação de segundo turno.
A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 22 de dezembro. Ao todo, foram ouvidos 2.038 eleitores em 163 municípios de 26 estados do país e do Distrito Federal. O grau de confiança divulgado é de 95% e a margem estimada de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Em um dos cenários de primeiro turno, Lula lidera com 37,6% contra 27,8% de Flávio Bolsonaro. Em um eventual segundo turno, Lula tem 44,1% contra 41% de Flávio. O resultado, que mostra uma diferença de 3,1 pontos percentuais, significa empate técnico.
Os que não sabem ou não opinaram representam 5,7% e a soma de nulos, brancos ou que não votariam em nenhum dos dois, 9,2%.
Ataque dos EUA na Nigéria
No front internacional, o mercado acompanha com preocupação os desdobramentos geopolíticos e econômicos do ataque “poderoso e mortal” dos EUA contra o grupo terrorista Estado Islâmico na Nigéria. A divulgação da ação militar foi feita por meio da rede social do presidente norte-americano, Donald Trump, a Truth Social.
“Esta noite, sob minhas ordens como Comandante-em-Chefe, os Estados Unidos lançaram um ataque poderoso e mortal contra a escória terrorista do Estado Islâmico no noroeste da Nigéria, que tem atacado e assassinado brutalmente, principalmente, cristãos inocentes, em níveis nunca vistos há muitos anos, até mesmo séculos!”, afirmou Trump.
Ao longo da publicação, Trump afirmou que os EUA já teriam alertado que terroristas que estivessem envolvidos em um “massacre” contra cristão iriam sofrer “consequências terríveis”.
“Sob minha liderança, nosso país não permitirá que o terrorismo islâmico radical prospere. Que Deus abençoe nossas Forças Armadas e um feliz natal a todos, incluindo os terroristas mortos, que serão muito mais se o massacre de cristãos continuar”, ameaçou o presidente dos EUA.
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