Em conflito, Índia e Paquistão são potências nucleares: conheça o arsenal de cada um

Dados são da Federação de Cientistas Americanos mostram que a Índia e o Paquistão têm, respectivamente, o 6º e o 7º maiores arsenais do mundo. Em ambos os casos, ogivas estão armazenadas e precisariam ser implantadas em lançadores para estar prontas para uso. Míssil balístico do Paquistão capaz de transportar carga nuclear (dez.2015) ISPR / AFP A Índia e o Paquistão possuem, respectivamente, o 6º e o 7º maiores arsenais nucleares do mundo, segundo a Federação de Cientistas Americanos (FAS). Nesta quarta-feira (7), um ataque do Paquistão na região da Caxemira controlada pela Índia deixou mortos e feridos. Os dois países já travaram três guerras por causa da região. Atualmente, nove países no mundo detêm armas nucleares. O arsenal global soma 12.331 ogivas. Distribuição por país: Índia: 180 ogivas Paquistão: 170 ogivas Em ambos os casos, todas as ogivas estimadas são classificadas como “em reserva/não implantadas”. Isso significa que elas precisam de algum nível de preparação para serem utilizadas. Arsenal nuclear de cada país O arsenal nuclear da Índia e do Paquistão é pequeno quando comparado aos dos Estados Unidos e da Rússia, que têm os maiores estoques do mundo. A Rússia e EUA possuem, respectivamente, 5449 e 5277 ogivas nucleares cada um, o equivalente a 84% das existentes. Além disso, as ogivas de Índia e Paquistão estão armazenadas, e não implantadas em lançadores — e, portanto, prontas para uso. Os EUA têm 1.770 ogivas implantadas, sendo 1.670 em dispositivos de longo alcance; e a Rússia, 1.710. A doutrina nuclear do Paquistão pode ser descrita como a manutenção do número de armas nucleares necessárias para garantir a defesa nacional. O programa nuclear paquistanês está diretamente relacionado aos conflitos históricos com a Índia. Para evitar ataques convencionais rápidos em seu território, o país desenvolveu, por exemplo, armas nucleares de curto alcance. O mesmo ocorre do lado indiano. Um dos principais fatores que sustentam a doutrina nuclear da Índia é a tensão com o Paquistão. A estratégia indiana é chamada de “First No Use” (não usar primeiro, em tradução livre) e estabelece que o país não será o primeiro a recorrer a armas nucleares em um eventual conflito, mas responderá caso seja atacado. "Até este momento, é improvável o uso de armas nucleares, porque a resposta esperada é do Paquistão e o país está em condições econômicas desfavoráveis, inclusive por consequências do aquecimento global", diz o professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard Vitelio Brustolin. De modo geral, o número total de armas nucleares no mundo está diminuindo, principalmente devido ao desmonte de ogivas que estavam fora de serviço, especialmente nos Estados Unidos e na Rússia. No entanto, considerando apenas as ogivas nucleares, desconsiderando lançadores, mísseis e aeronaves, o cenário é de crescimento. Segundo a FAS, países como China, Índia, Coreia do Norte, Paquistão, Reino Unido e a própria Rússia podem estar ampliando seus estoques ativos. Ataque do Paquistão Nesta quarta, um ataque do Paquistão na região da Caxemira controlada pela Índia deixando dezenas de mortos e feridos. Segundo a agência de notícias AFP, o ataque da artilharia paquistanesa aconteceu no distrito de Poonch. A ofensiva aconteceu após o Paquistão afirmar que revidaria os ataques indianos do dia anterior. A Índia confirmou ter atacado nove alvos paquistaneses, mas o ministro da Defesa indiano disse não haver civis entre os mortos — o Paquistão diz que sim. Os países vizinhos têm um longo histórico de rivalidade desde a independência dos territórios, em meados do século 20. Por causa dos ataques na região, companhias aéreas asiáticas mudaram rotas e cancelaram voos que passavam pelo local. Segundo a Reuters, 52 voos para o Paquistão foram cancelados. Disputa pela Caxemira A Caxemira é uma região na cordilheira do Himalaia disputada tanto pela Índia quanto pelo Paquistão desde a independência de ambos do Reino Unido, em 1947.Atualmente, o controle da região é dividido entre China, Índia e Paquistão. Paquistão e Índia reivindicam a totalidade do território. No último dia 22, homens armados abriram fogo contra turistas em um resort, deixando 26 mortos — a maioria indianos — em Pahalgam. O ataque terrorista foi reivindicado por um grupo militante chamado "Resistência da Caxemira", até então desconhecido entre os grupos que fazem ataques no território. Desde então, as tensões na região voltaram a crescer. A Índia classificou o massacre como um “ataque terrorista” e acusou o Paquistão de estar por trás da ação. O Paquistão, por sua vez, negou qualquer envolvimento no ataque e retaliou: fechou o espaço aéreo para aviões indianos, cancelou vistos e suspendeu relações comerciais com o vizinho. Com a região em alerta máximo, três oficiais do Exército indiano relataram que soldados paquistaneses dispararam contra uma posição indiana na noite de quinta-feira. Como resposta, os soldados indianos revidaram o ataque, mas não

May 7, 2025 - 11:00
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Em conflito, Índia e Paquistão são potências nucleares: conheça o arsenal de cada um

Dados são da Federação de Cientistas Americanos mostram que a Índia e o Paquistão têm, respectivamente, o 6º e o 7º maiores arsenais do mundo. Em ambos os casos, ogivas estão armazenadas e precisariam ser implantadas em lançadores para estar prontas para uso. Míssil balístico do Paquistão capaz de transportar carga nuclear (dez.2015) ISPR / AFP A Índia e o Paquistão possuem, respectivamente, o 6º e o 7º maiores arsenais nucleares do mundo, segundo a Federação de Cientistas Americanos (FAS). Nesta quarta-feira (7), um ataque do Paquistão na região da Caxemira controlada pela Índia deixou mortos e feridos. Os dois países já travaram três guerras por causa da região. Atualmente, nove países no mundo detêm armas nucleares. O arsenal global soma 12.331 ogivas. Distribuição por país: Índia: 180 ogivas Paquistão: 170 ogivas Em ambos os casos, todas as ogivas estimadas são classificadas como “em reserva/não implantadas”. Isso significa que elas precisam de algum nível de preparação para serem utilizadas. Arsenal nuclear de cada país O arsenal nuclear da Índia e do Paquistão é pequeno quando comparado aos dos Estados Unidos e da Rússia, que têm os maiores estoques do mundo. A Rússia e EUA possuem, respectivamente, 5449 e 5277 ogivas nucleares cada um, o equivalente a 84% das existentes. Além disso, as ogivas de Índia e Paquistão estão armazenadas, e não implantadas em lançadores — e, portanto, prontas para uso. Os EUA têm 1.770 ogivas implantadas, sendo 1.670 em dispositivos de longo alcance; e a Rússia, 1.710. A doutrina nuclear do Paquistão pode ser descrita como a manutenção do número de armas nucleares necessárias para garantir a defesa nacional. O programa nuclear paquistanês está diretamente relacionado aos conflitos históricos com a Índia. Para evitar ataques convencionais rápidos em seu território, o país desenvolveu, por exemplo, armas nucleares de curto alcance. O mesmo ocorre do lado indiano. Um dos principais fatores que sustentam a doutrina nuclear da Índia é a tensão com o Paquistão. A estratégia indiana é chamada de “First No Use” (não usar primeiro, em tradução livre) e estabelece que o país não será o primeiro a recorrer a armas nucleares em um eventual conflito, mas responderá caso seja atacado. "Até este momento, é improvável o uso de armas nucleares, porque a resposta esperada é do Paquistão e o país está em condições econômicas desfavoráveis, inclusive por consequências do aquecimento global", diz o professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard Vitelio Brustolin. De modo geral, o número total de armas nucleares no mundo está diminuindo, principalmente devido ao desmonte de ogivas que estavam fora de serviço, especialmente nos Estados Unidos e na Rússia. No entanto, considerando apenas as ogivas nucleares, desconsiderando lançadores, mísseis e aeronaves, o cenário é de crescimento. Segundo a FAS, países como China, Índia, Coreia do Norte, Paquistão, Reino Unido e a própria Rússia podem estar ampliando seus estoques ativos. Ataque do Paquistão Nesta quarta, um ataque do Paquistão na região da Caxemira controlada pela Índia deixando dezenas de mortos e feridos. Segundo a agência de notícias AFP, o ataque da artilharia paquistanesa aconteceu no distrito de Poonch. A ofensiva aconteceu após o Paquistão afirmar que revidaria os ataques indianos do dia anterior. A Índia confirmou ter atacado nove alvos paquistaneses, mas o ministro da Defesa indiano disse não haver civis entre os mortos — o Paquistão diz que sim. Os países vizinhos têm um longo histórico de rivalidade desde a independência dos territórios, em meados do século 20. Por causa dos ataques na região, companhias aéreas asiáticas mudaram rotas e cancelaram voos que passavam pelo local. Segundo a Reuters, 52 voos para o Paquistão foram cancelados. Disputa pela Caxemira A Caxemira é uma região na cordilheira do Himalaia disputada tanto pela Índia quanto pelo Paquistão desde a independência de ambos do Reino Unido, em 1947.Atualmente, o controle da região é dividido entre China, Índia e Paquistão. Paquistão e Índia reivindicam a totalidade do território. No último dia 22, homens armados abriram fogo contra turistas em um resort, deixando 26 mortos — a maioria indianos — em Pahalgam. O ataque terrorista foi reivindicado por um grupo militante chamado "Resistência da Caxemira", até então desconhecido entre os grupos que fazem ataques no território. Desde então, as tensões na região voltaram a crescer. A Índia classificou o massacre como um “ataque terrorista” e acusou o Paquistão de estar por trás da ação. O Paquistão, por sua vez, negou qualquer envolvimento no ataque e retaliou: fechou o espaço aéreo para aviões indianos, cancelou vistos e suspendeu relações comerciais com o vizinho. Com a região em alerta máximo, três oficiais do Exército indiano relataram que soldados paquistaneses dispararam contra uma posição indiana na noite de quinta-feira. Como resposta, os soldados indianos revidaram o ataque, mas não houve vítimas, segundo os oficiais, que pediram anonimato por questões de protocolo. As Nações Unidas pediram à Índia e ao Paquistão "máxima contenção para garantir que a situação não se deteriore ainda mais".

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