'Erro', 'arriscado' e 'profunda preocupação': nova expansão da guerra em Gaza é criticada dentro e fora de Israel
Governo de Israel aprova plano de Netanyahu de ocupação em Gaza O governo israelense de Benjamin Netanyahu recebeu críticas dentro e fora de Israel nesta sexta-feira (8) pelo novo plano de tomar o controle de toda a Faixa de Gaza, confirmado pelo premiê e aprovado por seu gabinete na quinta. O gabinete de segurança e assuntos políticos de Israel anunciou ter aprovado um plano para ocupar a Cidade de Gaza, na região central do território palestino, que abriga cerca de um milhão de pessoas. Apesar de afirmar que a operação expandida incluirá o fornecimento de ajuda humanitária, há preocupações por um novo deslocamento em massa de palestinos. (Leia mais abaixo) ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O governo do Reino Unido chamou a expansão da ofensiva israelense de "errada" e pediu para que Israel reconsidere imediatamente a decisão. Já a China expressou "profunda preocupação", e a Turquia condenou fortemente a decisão e disse que Israel precisa interromper seus planos de guerra, e aceitar um cessar-fogo e negociar a Solução de Dois Estados. "A decisão do governo israelense de intensificar ainda mais sua ofensiva em Gaza está errada, e pedimos que reconsidere imediatamente. A cada dia, a crise humanitária em Gaza piora e os reféns capturados pelo Hamas continuam sendo mantidos em condições terríveis e desumanas. Precisamos de um cessar-fogo agora", afirmou o premiê britânico, Keir Starmer. O chefe de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, afirmou nesta sexta-feira que o novo plano de Israel causará mais mortes e sofrimento, e precisa ser "imediatamente interrompido". Turk também mencionou que a decisão vai contra a decisão da Corte Internacional de Justiça, que determina o término da ocupação de Israel em Gaza o mais rápido possível. Imagens mostram destruição e crise da fome na Cidade de Gaza Reuters e AFP “Essa nova escalada resultará em mais deslocamentos forçados em massa, mais mortes, mais sofrimento insuportável, destruição sem sentido e crimes nefastos. Em vez de intensificar essa guerra, o governo israelense deveria concentrar todos os seus esforços em salvar vidas de civis em Gaza, permitindo o fluxo total e sem restrições de ajuda humanitária. Os reféns devem ser libertados de forma imediata e incondicional pelos grupos armados palestinos”, disse Turk. O governo da Alemanha disse que a decisão de Netanyahu aumenta o pessimismo pelo fim do conflito e que, por isso, desautorizará quaisquer exportações de equipamento militares a Israel até novo aviso. O comunicado alemão, no entanto, reiterou o direito israelense de se defender contra o Hamas. O novo plano também gerou controvérsia dentro de Israel. Famílias de reféns e outros israelenses protestaram perto da sede do governo contra a nova medida e pediram o retorno imediato dos reféns que ainda estão sob poder do grupo terrorista Hamas em Gaza. Na capital Tel Aviv, ps protestos foram dispersados pela polícia com balas de borracha e bombas de efeito moral. Parentes de reféns e outros israelenses protestam por um cessar-fogo imediato em Gaza com libertação dos reféns, em Tel Aviv, em 7 de agosto de 2025. REUTERS/Ammar Awad Ainda há cerca de 50 reféns israelenses no poder do Hamas, dos quais Israel estima que cerca de 20 estejam vivos. Altos oficiais do Exército consideram a ofensiva expandida arriscada e temem que resulte em muitas mortes e riscos para as tropas. O comandante das Forças Armadas, Eyal Zamir, disse se opor ao plano por representar um risco às vidas dos reféns israelenses em poder do Hamas. Segundo Zamir, as tropas estão exaustas e há o perigo delas ficarem "presas" em Gaza com a nova operação. A discordância de opiniões gerou uma briga entre Netanyahu e Zamir, segundo a mídia israelense. O general também se irritou por conta do filho do premiê ter o acusado de tentar incitar um motim contra o governo, algo que o comandante nega. Em resposta, o ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o Exército "cumprirá" todas as diretrizes enviadas pelo governo. Expansão da ocupação em Gaza Palestinos carregam sacos de farinha que obtiveram de caminhões de ajuda que entraram em Gaza pelo posto de passagem de Zikim, em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 1º de agosto de 2025. Bashar Taleb/AFP Netanyahu confirmou na quinta-feira, em entrevista à TV americana "Fox News" planos de ocupar a totalidade da Faixa de Gaza ao final da guerra, mas disse não ter a intenção de anexar o território, e sim estabelecer um "perímetro de segurança". Segundo a mídia israelense, a nova investida terá duração prevista de quatro a cinco meses e terá como foco conquistar "novas e vastas" áreas da Cidade de Gaza, com ordens de evacuação à população local e, em seguida, operações militares com tanques de guerra em busca do grupo terrorista Hamas, em locais incluindo campos de tendas de refugiados pela guerra. A expansão da ofensiva contra o Hamas em Gaza, que já conta com uma operação terrestre robusta desde outubro de 2023 e qu


Governo de Israel aprova plano de Netanyahu de ocupação em Gaza O governo israelense de Benjamin Netanyahu recebeu críticas dentro e fora de Israel nesta sexta-feira (8) pelo novo plano de tomar o controle de toda a Faixa de Gaza, confirmado pelo premiê e aprovado por seu gabinete na quinta. O gabinete de segurança e assuntos políticos de Israel anunciou ter aprovado um plano para ocupar a Cidade de Gaza, na região central do território palestino, que abriga cerca de um milhão de pessoas. Apesar de afirmar que a operação expandida incluirá o fornecimento de ajuda humanitária, há preocupações por um novo deslocamento em massa de palestinos. (Leia mais abaixo) ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O governo do Reino Unido chamou a expansão da ofensiva israelense de "errada" e pediu para que Israel reconsidere imediatamente a decisão. Já a China expressou "profunda preocupação", e a Turquia condenou fortemente a decisão e disse que Israel precisa interromper seus planos de guerra, e aceitar um cessar-fogo e negociar a Solução de Dois Estados. "A decisão do governo israelense de intensificar ainda mais sua ofensiva em Gaza está errada, e pedimos que reconsidere imediatamente. A cada dia, a crise humanitária em Gaza piora e os reféns capturados pelo Hamas continuam sendo mantidos em condições terríveis e desumanas. Precisamos de um cessar-fogo agora", afirmou o premiê britânico, Keir Starmer. O chefe de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, afirmou nesta sexta-feira que o novo plano de Israel causará mais mortes e sofrimento, e precisa ser "imediatamente interrompido". Turk também mencionou que a decisão vai contra a decisão da Corte Internacional de Justiça, que determina o término da ocupação de Israel em Gaza o mais rápido possível. Imagens mostram destruição e crise da fome na Cidade de Gaza Reuters e AFP “Essa nova escalada resultará em mais deslocamentos forçados em massa, mais mortes, mais sofrimento insuportável, destruição sem sentido e crimes nefastos. Em vez de intensificar essa guerra, o governo israelense deveria concentrar todos os seus esforços em salvar vidas de civis em Gaza, permitindo o fluxo total e sem restrições de ajuda humanitária. Os reféns devem ser libertados de forma imediata e incondicional pelos grupos armados palestinos”, disse Turk. O governo da Alemanha disse que a decisão de Netanyahu aumenta o pessimismo pelo fim do conflito e que, por isso, desautorizará quaisquer exportações de equipamento militares a Israel até novo aviso. O comunicado alemão, no entanto, reiterou o direito israelense de se defender contra o Hamas. O novo plano também gerou controvérsia dentro de Israel. Famílias de reféns e outros israelenses protestaram perto da sede do governo contra a nova medida e pediram o retorno imediato dos reféns que ainda estão sob poder do grupo terrorista Hamas em Gaza. Na capital Tel Aviv, ps protestos foram dispersados pela polícia com balas de borracha e bombas de efeito moral. Parentes de reféns e outros israelenses protestam por um cessar-fogo imediato em Gaza com libertação dos reféns, em Tel Aviv, em 7 de agosto de 2025. REUTERS/Ammar Awad Ainda há cerca de 50 reféns israelenses no poder do Hamas, dos quais Israel estima que cerca de 20 estejam vivos. Altos oficiais do Exército consideram a ofensiva expandida arriscada e temem que resulte em muitas mortes e riscos para as tropas. O comandante das Forças Armadas, Eyal Zamir, disse se opor ao plano por representar um risco às vidas dos reféns israelenses em poder do Hamas. Segundo Zamir, as tropas estão exaustas e há o perigo delas ficarem "presas" em Gaza com a nova operação. A discordância de opiniões gerou uma briga entre Netanyahu e Zamir, segundo a mídia israelense. O general também se irritou por conta do filho do premiê ter o acusado de tentar incitar um motim contra o governo, algo que o comandante nega. Em resposta, o ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o Exército "cumprirá" todas as diretrizes enviadas pelo governo. Expansão da ocupação em Gaza Palestinos carregam sacos de farinha que obtiveram de caminhões de ajuda que entraram em Gaza pelo posto de passagem de Zikim, em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 1º de agosto de 2025. Bashar Taleb/AFP Netanyahu confirmou na quinta-feira, em entrevista à TV americana "Fox News" planos de ocupar a totalidade da Faixa de Gaza ao final da guerra, mas disse não ter a intenção de anexar o território, e sim estabelecer um "perímetro de segurança". Segundo a mídia israelense, a nova investida terá duração prevista de quatro a cinco meses e terá como foco conquistar "novas e vastas" áreas da Cidade de Gaza, com ordens de evacuação à população local e, em seguida, operações militares com tanques de guerra em busca do grupo terrorista Hamas, em locais incluindo campos de tendas de refugiados pela guerra. A expansão da ofensiva contra o Hamas em Gaza, que já conta com uma operação terrestre robusta desde outubro de 2023 e que se intensificou ao longo do tempo, ocorre após a divulgação de vídeos de reféns israelenses em estado esquelético, o que enfureceu o governo israelense. Um dos reféns afirmou em vídeo "estar à beira da morte", e outro apareceu cavando sua própria cova. Em comunicado, o gabinete de Benjamin Netanyahu afirmou ter aprovado os planos do primeiro-ministro porque "a maioria absoluta dos ministros do Gabinete acreditava que o plano alternativo apresentado não alcançaria a derrota do Hamas nem o retorno dos reféns". Segundo as informações divulgadas pelo governo israelense, foram aprovados também cinco princípios para o fim da guerra: Desarmamento do Hamas; Retorno de todos os reféns sequestrados — tanto vivos quanto mortos; Desmilitarização da Faixa de Gaza; Controle de segurança israelense sobre a Faixa de Gaza; Estabelecimento de um governo civil alternativo que não seja nem o Hamas, nem a Autoridade Palestina. Vídeos em alta no g1
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