Estudo de fóssil revela que dinossauro famoso voava como uma galinha
O fóssil foi descoberto em 1861 na Alemanha e foi essencial para sustentar a teoria da evolução de Charles Darwin

Analisando um fóssil muito bem preservado do dinossauro Archaeopteryx, cientistas do Museu Field, nos Estados Unidos, em parceria com especialistas israelenses e chineses, identificaram a presença de um conjunto de penas que ajudavam no voo do animal pré-histórico, indicando que ele podia planar. O estudo foi publicado na revista científica Nature na última quarta-feira (14/5).
De acordo com a descoberta, o mais provável é que a capacidade de voo do dinossauro não era tão eficiente assim, voando curtas distâncias, como uma galinha, por exemplo.
O fóssil foi descoberto em 1861 em Solnhofen, na Alemanha, e teve papel crucial para dar sustentação à teoria da evolução de Charles Darwin. Ele foi uma das primeiras provas da ligação entre répteis e aves, sendo considerado um elo entre as duas classes de animais. Acredita-se que o dinossauro viveu no Período Jurássico, há cerca de 150 milhões de anos, e, desde agosto de 2022, o fóssil pertence ao Museu Field, em Chicago.
Como está em boas condições de preservação, o corpo do fóssil de tamanho próximo a um pombo, do focinho à ponta da cauda, pôde ser analisado com atenção. Os tecidos moles e preservados nas mãos e pés da criatura reforçam a ideia que ela passava grande parte do tempo caminhando no chão, tendo a capacidade até de subir em árvores.

“Quando se tem um fóssil tão delicado, não se pode removê-lo completamente da matriz rochosa circundante como se faz com algo grande e sólido como um T. rex. Quando o preparamos, removemos cuidadosamente os pedaços de rocha que cobriam o fóssil”, diz a autora principal do artigo e curadora do museu Jingmai O’Connor, em comunicado à imprensa.
As penas das asas do Archaeopteryx são importantes para alimentar o debate científico sobre as origens da capacidade de voo dos dinossauros. De acordo com Jignmai, esse dinossauro não é o primeiro a ter penas, nem asas, porém, pode ser o primeiro réptil pré-histórico conhecido capaz de usar as penas para voar, mesmo não tendo uma grande habilidade.
“Comparado à maioria das aves vivas, o Archaeopteryx tem um osso do braço muito longo. E se você estiver tentando voar, ter um osso do braço longo pode criar uma lacuna entre as penas primárias e secundárias longas da asa e o resto do corpo. Se o ar passar por essa lacuna, isso interrompe a sustentação que você está gerando, e não é possível voar”, explica a autora.
Para a análise, os cientistas utilizaram tomografia computadorizada para escanear o fóssil sem danificá-lo. Em seguida, eles aplicaram luz ultravioleta para revelar estruturas não visíveis a olho nu, como os tecidos moles. O crânio, as mãos, os pés e as penas das asas foram estudados.
“Estamos aprendendo algo novo e empolgante com praticamente todas as partes do corpo que preservamos. Este artigo é apenas a ponta do iceberg”, conclui a curadora.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
What's Your Reaction?






