Ex-assessor de Motta na Farra do INSS é nomeado bem longe de Brasília
Júnior do Peixe foi diretor da CONAFER, entidade investigada na Farra do INSS. Ao ganhar cargo, citou Hugo Motta como aliado

Um ex-assessor do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que também foi diretor de uma das entidades investigadas na “Farra do INSS”, conquistou recentemente um novo emprego. Desde o dia 8 deste mês, Jerônimo Arlindo da Silva Júnior, mais conhecido como “Júnior do Peixe”, é assessor na Secretaria de Agropecuária e Pesca do governo da Paraíba.
A secretaria onde Júnior do Peixe trabalha agora fica no bairro Jaguaribe, em João Pessoa (PB), a 1.701 km da Câmara dos Deputados.
Ao ser nomeado, Júnior do Peixe publicou nas redes sociais um vídeo mencionando Hugo Motta e o pai dele, Nabor Wanderley (prefeito de Patos-PB pelo Republicanos), como “aliados”.
Nomeação de Junior do Peixe no governo da PB
“Vocês acham que eu, aliado do deputado Jutay Meneses; do deputado federal Hugo Motta, presidente da Câmara; que estamos trabalhando para formar uma força que dará total apoio ao deputado (Fábio) Tyrone (ex-prefeito de Sousa-PB); que também é aliado do governador (João Azevêdo, PSB); com Nabor Wanderley, que também é candidato ao Senado; que eu vou precisar de Lucas Braga (prefeito de Marizópolis-PB)?”, disse ele no vídeo.
A publicação de Júnior do Peixe foi uma resposta a uma reportagem divulgada pelo jornalista Silvano Dias em seu blog.
Ex-candidato a prefeito de Marizópolis, Júnior do Peixe trabalhou no gabinete de Hugo Motta entre outubro de 2020 e março de 2021.
Paralelamente, atuou como diretor da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), uma das entidades investigadas na “Farra do INSS”.
Ganhos da Conafer cresceram 57.000% na Farra do INSS
Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), a Conafer teve um crescimento exponencial em sua arrecadação por meio de descontos nos benefícios de aposentados. O valor passou de R$ 350 mil para R$ 202 milhões entre 2019 e 2023: um aumento de 57.000%.
Mesmo assim, a Conafer é uma das quatro entidades que ficaram de fora das ações ajuizadas pela Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar recuperar o dinheiro desviado na “Farra do INSS”.
Em ocasiões anteriores, a AGU informou à coluna que nada impede a propositura de novas ações contra outras entidades, a depender das investigações conduzidas pela CGU e pela Polícia Federal.
A reportagem procurou Hugo Motta, por meio de sua assessoria, mas não obteve resposta até o momento. Também não conseguiu contato com Júnior do Peixe. O espaço segue aberto para manifestações.
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