Ex-médico de 74 anos é condenado a 20 anos de prisão pela Justiça da França por abuso sexual de 299 pacientes

Durante julgamento, Joel Le Scouarnec confessou os crimes, cometidos em sua maioria contra menores de idade, e até o abuso da própria neta. Joël Le Scouarnec durante julgamento Benoit PEYRUCQ / AFP A Justiça da França condenou o ex-cirurgião Joel Le Scouarnec, acusado de estuprar e agredir sexualmente 299 pacientes - a maioria menores de idade -, a 20 anos de prisão, nesta quarta-feira (28). O francês de 74 anos, que hoje é aposentado, confessou seus crimes já no primeiro dia do julgamento, que começou no dia 24 de fevereiro, e afirmou: "Cometi atos abomináveis". Em depoimento na primeira semana de audiências, Le Scouarnec também admitiu ter abusado sexualmente da própria neta. Nos cadernos e arquivos apreendidos durante sua prisão em 2017, após o estupro de sua vizinha de 6 anos, o médico havia anotado cerca de 20 vezes as suas "fantasias sexuais" com ela - a primeira delas quando a vítima tinha apenas um mês e meio. Antes da confissão, o primogênito de Le Scouarnec, que tem três filhos, falou ao tribunal sobre a personalidade do pai e o contexto familiar, marcado por incestos e múltiplas agressões sexuais. LEIA TAMBÉM: Filhos de médico francês acusado de agredir 299 menores depõem: 'é difícil acreditar que meu pai fez isso' ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A sentença de 20 anos de prisão é a pena máxima na Justiça da França para esse tipo de crime. Foi a mesma dada a Dominique Pélicot, que confessou ter drogado a ex-mulher inúmeros vezes para que desconhecidos a estuprassem. Relembre o caso Pélicot: Caso Gisèle Pelicot: francês que dopava a esposa para estupros é condenado Além da pena máxima, a Promotoria havia solicitado outras medidas menos comuns contra Scouarnec, como sua reclusão em um centro para tratamento e vigilância após o cumprimento da sentença. O tribunal de Vannes, região oeste da França, no entanto, determinou uma pena mais amena: ele poderá solicitar a liberdade condicional quando cumprir dois terços da condenação. A sentença dada também impôs 15 anos de monitoramento social e judicial, o que inclui, em especial, a proibição permanente de exercer profissão médica ou de se envolver em qualquer atividade que envolva menores. "Foi levado em consideração que os atos cometidos foram particularmente graves devido ao número de vítimas, à sua pouca idade e ao caráter compulsivo" do acusado, disse a presidente do tribunal de Vannes, Aude Buresi, ao ler o veredito. Em suas últimas palavras no julgamento, antes de ser condenado, o ex-cirurgião falou: "Não estou pedindo clemência ao tribunal. Estou simplesmente pedindo o direito de ser uma pessoa melhor e recuperar aquela parte da humanidade que tanto me falta". Joel Le Scouarnec foi julgado por 111 estupros e 189 agressões sexuais cometidos em hospitais entre 1989 e 2014. Na época, 256 desses pacientes tinham menos de 15 anos. Em 2020, ele já havia sido condenado a 15 anos de prisão pelo estupro e agressão sexual de duas sobrinhas, de uma jovem paciente na década de 1990 e da vizinha de 6 anos, em 2017, que levou a novas denúncias e ao novo julgamento.

May 28, 2025 - 12:30
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Ex-médico de 74 anos é condenado a 20 anos de prisão pela Justiça da França por abuso sexual de 299 pacientes

Durante julgamento, Joel Le Scouarnec confessou os crimes, cometidos em sua maioria contra menores de idade, e até o abuso da própria neta. Joël Le Scouarnec durante julgamento Benoit PEYRUCQ / AFP A Justiça da França condenou o ex-cirurgião Joel Le Scouarnec, acusado de estuprar e agredir sexualmente 299 pacientes - a maioria menores de idade -, a 20 anos de prisão, nesta quarta-feira (28). O francês de 74 anos, que hoje é aposentado, confessou seus crimes já no primeiro dia do julgamento, que começou no dia 24 de fevereiro, e afirmou: "Cometi atos abomináveis". Em depoimento na primeira semana de audiências, Le Scouarnec também admitiu ter abusado sexualmente da própria neta. Nos cadernos e arquivos apreendidos durante sua prisão em 2017, após o estupro de sua vizinha de 6 anos, o médico havia anotado cerca de 20 vezes as suas "fantasias sexuais" com ela - a primeira delas quando a vítima tinha apenas um mês e meio. Antes da confissão, o primogênito de Le Scouarnec, que tem três filhos, falou ao tribunal sobre a personalidade do pai e o contexto familiar, marcado por incestos e múltiplas agressões sexuais. LEIA TAMBÉM: Filhos de médico francês acusado de agredir 299 menores depõem: 'é difícil acreditar que meu pai fez isso' ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A sentença de 20 anos de prisão é a pena máxima na Justiça da França para esse tipo de crime. Foi a mesma dada a Dominique Pélicot, que confessou ter drogado a ex-mulher inúmeros vezes para que desconhecidos a estuprassem. Relembre o caso Pélicot: Caso Gisèle Pelicot: francês que dopava a esposa para estupros é condenado Além da pena máxima, a Promotoria havia solicitado outras medidas menos comuns contra Scouarnec, como sua reclusão em um centro para tratamento e vigilância após o cumprimento da sentença. O tribunal de Vannes, região oeste da França, no entanto, determinou uma pena mais amena: ele poderá solicitar a liberdade condicional quando cumprir dois terços da condenação. A sentença dada também impôs 15 anos de monitoramento social e judicial, o que inclui, em especial, a proibição permanente de exercer profissão médica ou de se envolver em qualquer atividade que envolva menores. "Foi levado em consideração que os atos cometidos foram particularmente graves devido ao número de vítimas, à sua pouca idade e ao caráter compulsivo" do acusado, disse a presidente do tribunal de Vannes, Aude Buresi, ao ler o veredito. Em suas últimas palavras no julgamento, antes de ser condenado, o ex-cirurgião falou: "Não estou pedindo clemência ao tribunal. Estou simplesmente pedindo o direito de ser uma pessoa melhor e recuperar aquela parte da humanidade que tanto me falta". Joel Le Scouarnec foi julgado por 111 estupros e 189 agressões sexuais cometidos em hospitais entre 1989 e 2014. Na época, 256 desses pacientes tinham menos de 15 anos. Em 2020, ele já havia sido condenado a 15 anos de prisão pelo estupro e agressão sexual de duas sobrinhas, de uma jovem paciente na década de 1990 e da vizinha de 6 anos, em 2017, que levou a novas denúncias e ao novo julgamento.

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