Execução de delegado em SP: cinco pontos para entender a dinâmica do crime

CNN Brasil A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, na noite desta-segunda-feira (15) chamou a atenção pelos diversos pontos que envolvem o crime, como a dinâmica do assassinato, o fato de Ruy ser considerado um inimigo do PCC, a premeditação, ameaças antigas e a força-tarefa para prender os criminosos. A CNN separou os detalhes do crime que ocorreu na cidade de Praia Grande, no litoral de […]

Sep 16, 2025 - 11:00
 0  0
Execução de delegado em SP: cinco pontos para entender a dinâmica do crime

CNN Brasil

execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, na noite desta-segunda-feira (15) chamou a atenção pelos diversos pontos que envolvem o crime, como a dinâmica do assassinato, o fato de Ruy ser considerado um inimigo do PCC, a premeditaçãoameaças antigas e a força-tarefa para prender os criminosos.

CNN separou os detalhes do crime que ocorreu na cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo. Veja abaixo cinco pontos para entender o caso:

1 – Execução a menos de 1 km do trabalho

Atualmente, Ruy Ferraz Fontes ocupava o cargo de secretário de Administração da cidade litorânea. Momentos antes de ser morto, o ex-delegado estava na Prefeitura Municipal de Praia Grande, localizada na Avenida Presidente Kennedy.

Ao sair de carro do local de trabalho, Ruy foi perseguido pelos criminosos por cerca de 4 minutos, aproximadamente 900 metros, e morto na Av. Dr. Roberto de Almeida Vinhas, em frente a um Mercadão Atacadista.

Trajeto de Ruy Fontes foi de menos de 1 km entre sair do trabalho e ser executado • Reprodução/Google Maps

Trajeto de Ruy Fontes foi de menos de 1 km entre sair do trabalho e ser executado • Reprodução/Google Maps

 

2 – Perseguição e tiros de fuzil

Durante o trajeto, o veículo do ex-delegado foi alvo de cerca de 20 tiros de fuzil, o que fez com que ele perdesse o controle e colidisse com um ônibus em um cruzamento.

Em seguida, os assassinos desceram do carro e o executaram. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, a ação contou com armamento pesado, incluindo carregadores de fuzil e munições, encontrados em um dos veículos abandonados.

“No momento da perícia, constatamos que os tiros foram efetuados com técnicas apuradas. Nenhuma linha de investigação será descartada; vamos trabalhar incansavelmente para capturar os responsáveis”, acrescentou.

3 – Inimigo do PCC

O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes tinha mais de 40 anos de carreira na Polícia Civil de São Paulo, da qual estava licenciado.

Ao longo de sua trajetória, ele ocupou alguns dos principais cargos da corporação: foi delegado-geral de Polícia, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) e atuou em unidades estratégicas como o Deic, Denarc e DHPP.

Ganhou notoriedade por enfrentar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo considerado um dos principais inimigos da organização.

Em 2006, ele foi o responsável por indiciar toda a cúpula da facção, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na penitenciária 2 de presidente Venceslau.

Por conta de sua atuação, o ex-delegado era jurado de morte pela facção.

Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, ele também possuía especialização em Administração Pública. Participou de cursos internacionais, como treinamento antidrogas e antiterrorismo na França e aperfeiçoamento em repressão ao narcotráfico no Canadá.

Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, função que exercia até ser assassinado.

4 – Ameaças e histórico de crimes

A emboscada seguida da morte do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, não foi o primeiro crime do qual ele foi vítima. Em dezembro de 2023, Fontes sofreu um assalto, na Praia Grande, litoral paulista. Na época, ele já demonstrava preocupação com sua segurança e de familiares, após anos de atuação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro. Minha família, agora, quer que eu deixe o emprego em Praia Grande e saia de São Paulo”, disse após o episódio. Ele ainda apontava estar preocupado com a exposição do assalto nas mídias e que sua família se sentia ameaçada.

Ele e a mulher saíam de um restaurante e iam para casa quando foram abordados. Um dos criminosos apontou a arma para a cabeça do ex-policial. Foram roubados celulares, joias, cartões e a moto do casal. Os suspeitos foram presos em flagrante, e os bens, recuperados.

Ferraz foi vítima de outros assaltos e emboscadas anteriores em 2022, 2020 e 2012, algumas com troca de tiros e feridos.

5 – Operação para prender responsáveis

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que os responsáveis serão exemplarmente punidos com todo o rigor da lei.

Foi montada uma força-tarefa para identificar e prender os criminosos, com prioridade definida pelo governador. Mais de 100 policiais da Rota, Garra e Gaeco foram mobilizados para Praia Grande.

As investigações seguirão com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

What's Your Reaction?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow

tibauemacao. Eu sou a senhora Rosa Alves este e o nosso Web Portal Noticias Atualizadas Diariamente