F1: Prefeitura não revende patrocínios e deixa de arrecadar R$ 19 mi
A prefeitura de São Paulo não conseguiu revender quatro cotas de patrocínio de Fórmula 1, pelas quais pagou mais de R$ 100 milhões
A prefeitura de São Paulo não conseguiu vender nenhuma das quatro cotas de patrocínio que ela comprou por mais de R$ 100 milhões no pacote para ter direito a sediar uma corrida de Fórmula 1 na cidade. Com isso, deixou de arrecadar pelo menos R$ 19 milhões, valor mínimo estipulado em edital e já expressivamente mais baixo do que se cobrava em 2021.
As quatro cotas foram incluídas na negociação do “fee” que São Paulo precisava pagar em 2021 para manter a F1 em Interlagos em meio à concorrência com o Rio de Janeiro. O então prefeito Bruno Covas (PSDB) só aceitava bancar US$ 15 milhões/ano, a Fórmula 1 exigia US$ 25 milhões, e o então governador João Doria (PSDB) entrou no jogo oferecendo os US$ 10 milhões extras como uma condição: que ele pudesse recuperar o valor com a iniciativa privada.
Só que a participação do estado nunca foi formalizada. Coube à prefeitura assumir um contrato de US$ 25 milhões/ano recebendo como contrapartida as quatro cotas, que o contrato previa que fossem revendidas. Naquele ano de 2021, Doria reuniu empresários e conseguiu vender uma cota “ouro” de R$ 10 milhões e duas “bronze” de R$ 4 milhões, arrecadando R$ 18 milhões. A “prata” ficou encalhada.
Em 2022, 2023 e 2024, com Doria já fora do Palácio dos Bandeirantes, e Ricardo Nunes (MDB) na prefeitura, a prefeitura sequer tentou vender as cotas. Este ano, lançou um edital de chamamento público pedindo pelo menos R$ 19 milhões na soma das quatro cotas – menos do que Doria arrecadou com três em 2021.
Mesmo assim, nenhuma empresa apareceu. Com as cotas encalhadas, a própria prefeitura deverá usufruir das contrapartidas, incluindo 250 ingressos de área VIP.
Além da taxa de US$ 25 milhões por ano (R$ 133 milhões na cotação de hoje), a prefeitura de São Paulo tem, por contrato, o dever de contratar a Brasil Motorsport para organizar a prova. Este ano, o repasse foi de cerca de R$ 25 milhões.
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