FAB condecorou empresário do DF investigado pela PF e CPI do INSS

O empresário Fernando Cavalcanti foi condecorado com a Medalha Santos Dumont, um das mais altas honrarias da FAB

Oct 6, 2025 - 18:30
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FAB condecorou empresário do DF investigado pela PF e CPI do INSS

Oito dias antes de ser alvo de investigação da Polícia Federal sobre desvio de dinheiro de aposentados do INSS, o empresário Fernando Cavalcanti foi condecorado pela Força Aérea Brasileira (FAB) com a Medalha Santos Dumont.

A honraria premia “aqueles que tenham prestado destacados serviços à Força Aérea Brasileira e aqueles que, por suas qualidades ou seu valor em relação à Aeronáutica, forem julgados merecedores dessa condecoração”, segundo a Portaria nº 1.542/24.

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Cavalcanti dedicou a homenagem à sua empresa de consultoria e gestão empresarial, sem qualquer atividade no ramo da aviação.

“Dedico esta conquista à minha família, que é meu porto seguro, e à minha empresa, Valestrá, que tem sido parte fundamental da minha história”, escreveu em sua conta no Instagram, ilustrando a publicação com uma foto em que recebe um abraço do comandante da Aeronáutica, brigadeiro do Ar Marcelo Damasceno. 3 imagensFechar modal.1 de 3

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A coluna perguntou à FAB o que justificou a escolha do empresário e quais “destacados serviços” ele prestou à nação para receber uma das mais altas distinções, mas não houve resposta quanto a isso.

Em nota, a assessoria disse que “a Medalha Mérito Santos Dumont foi outorgada ao senhor Fernando Cavalcanti no dia 25 de junho, portanto, em data anterior ao início da investigação”. Sobre se irá pedir para o empresário devolver a distinção, afirmou que “não comenta investigação em curso”. A entrega da medalha foi no dia 4 de setembro.

Empresário recebeu R$ 200 mil de um dos líderes da Farra do INSS

Até junho deste ano, a Valestrá se chamava NW Consultoria. As iniciais são uma referência ao nome do então sócio Nelson Wilians. O advogado também é investigado pela Operação Sem Desconto. Os dois são suspeitos de atuarem como operadores financeiros do esquema de desvios de benefícios do INSS.

Wilians era sócio da NW até junho deste ano. Após sua saída, a consultoria mudou de nome para Valestrá e de endereço. Na Junta Comercial de São Paulo, consta um prédio comercial em Jundiaí, interior do estado. Cavalcanti aparece hoje como o único dono. Em comum, os dois esbanjavam bens de luxo e receberam dinheiro dos cabeças do esquema do INSS.

Documentos de quebra de sigilo bancário recebidos pela CPI do INSS, aos quais a coluna teve acesso, mostram que Fernando Cavalcanti “foi beneficiário de uma transferência bancária (TED) no valor de R$ 200 mil, realizada em 9 de agosto de 2022, pelo titular da conta analisada, Maurício Camisotti, no Banco Itaú”.

Empresári0 do ramo de planos de saúde, Camisotti é um dos principais investigados do esquema. A suspeita é que ele seria o verdadeiro dono de associações que cadastraram e descontaram ilegalmente dinheiro de aposentados.

Quatro requerimentos da CPI do INSS pediram a convocação do “condecorado da FAB” e todos citam a Ferrari — uma réplica de um carro de Fórmula 1 —, relógios de luxo e uma grande soma em dinheiro apreendidos em seu endereço em Brasília como indícios de patrimônio incompatível.

O depoimento de Cavalcanti ocorre nesta segunda-feira (6/10). O empresário nega as acusações de envolvimento com a “farra do INSS” e diz que tem como justificar seu patrimônio.

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