Filme com Gregório Duvivier resgata humor atual do Barão de Itararé

Com narração de Gregorio Duvivier, o documentário passeia pela história do Brasil com informações e humor equilibrados em roteiro dinâmico

Oct 29, 2025 - 15:00
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Filme com Gregório Duvivier resgata humor atual do Barão de Itararé

A comédia documental O Brasil que Não Houve – As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas é o novo projeto de Renato Terra e Arnaldo Branco. O filme acompanha o personagem criado por Apparício Torelly no jornal A Manha, uma sátira ao noticioso A Manhã e uma crítica pública à imprensa, aos políticos e à sociedade durante o governo de Getúlio Vargas.

Narrado por Gregorio Duvivier e dirigido por Renato Terra e Arnaldo Branco, o longa é uma imersão na história do Brasil com roteiro dinâmico e bem-humorado. Entre memes e referências atuais, a produção resgata o personagem que não é tão conhecido pelo grande público, mas é referência entre humoristas e jornalistas. foto em preto e branco de três homens de meia idade conversando - metrópolesApparício Torely, o Barão de Itararé (ao centro), conversando com Manuel Bandeira (à esquerda)

“A gente quis contar essa história através do humor, fazer um filme engraçado sobre alguém que era engraçado”, pontuou Terra em entrevista ao Metrópoles no Festival do Rio. Branco acrescentou que usar o recorte do governo Vargas também foi uma forma de celebrar a figura do Barão e mostrar o impacto social do humorista.

“Ele foi combativo e pagou o preço de fazer piada com os poderosos. Aquele negócio do humor ser tão forte que você acaba sendo perseguido por ele”, enfatizou.

Ao todo, foram cerca de três anos de pesquisa e montagem, tempo no qual a equipe mergulhou em pesquisas, apostou em contextualizações e encontrou o ritmo certo para contar a história que está disponível no canal Curta!. Além disso, apostaram em referências atuais, que Arnaldo Branco considera ser algo que Torelly fazia entre as décadas de 1920 e 1960. desenho colorido com frase O Brasil que Não Houve e homem desenhado - metrópolesO Brasil que Não Houve

“O humor dele é totalmente como os memes, essa coisa rápida de internet, de ‘passa para a próxima piada, passa para a próxima piada’. Se você ler um exemplar de A Manha, ele tem várias piadas por segundo, como hoje em dia”, destacou.

Além das informações e da celebração ao jornalista e humorista, o filme também ocupa o papel crítico da arte de ser um alerta, segundo Renato Terra. “O humor dele continua muito atual porque as situações do Brasil se repetem de certa maneira, a gente está sempre andando à beira de uma ditadura. E o filme traz essa coisa de olhar com humor para o passado para não repetir os erros.”

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Crítica

Com pouco mais de uma hora de duração, o documentário é um exemplo de que boas histórias podem ser contadas no que muitos chamariam de “pouco tempo”. A produção tem um bom ritmo e diverte enquanto ensina, o que seria ideal para salas de aula, onde é preciso ensinar que o jornalismo e o humor têm grande poder — mas também limites éticos.

Com texto inteligente, a visível extensa pesquisa se torna atrativa e desperta interesse. O longa entrega informações, mas também desperta a curiosidade de saber mais sobre a trajetória jornalística de Apparício Torelly e o auge do personagem mais famoso criado por ele, o Barão de Itararé.

Entre memes e referências tão brasileiras quanto arroz com feijão, O Brasil que Não Houve arranca boas risadas desde os primeiros minutos de tela. A narração de Gregorio Duvivier também é um acerto, o complemento certo para um roteiro bem pensado.

Veja o trailer:

*A repórter viajou para o Festival do Rio a convite do evento.

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