França prende dois suspeitos de participação no roubo do Louvre
Ambos estão sob custódia policial por roubo em quadrilha organizada e associação criminosa. Prisão foi confirmada por autoridades francesas
As autoridades francesas confirmaram neste domingo (26/10) que prenderam, na noite anterior, dois homens sob suspeita de terem participado do assalto ao museu do Louvre, há sete dias. Ambos estão sob custódia policial por roubo em quadrilha organizada e associação criminosa.
Um dos suspeitos foi preso no aeroporto Charles-de-Gaulle, nos arredores de Paris, tentando embarcar em um voo para a Argélia, segundo informações do jornal Le Parisien e da revista Paris Match. O segundo homem foi detido pouco depois, na grande região parisiense, e estaria se preparando para fugir para o Mali.
De acordo com o jornal Le Parisien, os dois homens seriam originários de Seine-Saint-Denis, na periferia de Paris, e teriam cerca de trinta anos. Os suspeitos, já conhecidos pelos serviços de polícia por envolvimento em furtos, apresentam perfis de “ladrões experientes”, diz a matéria, que destaca que eles possivelmente agiram a mando de terceiros.
As investigações, feitas pela Brigada de Repressão ao Banditismo (BRB) e o Escritório Central de Combate ao Tráfico de Bens Culturais (OCBC) da França, mobilizam cerca de cem investigadores. Os dois suspeitos foram levados para a sede da polícia judiciária parisiense, no 17° distrito da capital francesa, e podem ficar sob custódia policial por até 96 horas.
Autoridades criticam atitude da imprensa
Logo após a revelação das informações pela imprensa francesa, a procuradora de Paris, Laure Beccuau, criticou a divulgação das prisões dos dois suspeitos pelo jornal Le Parisien e a revista Paris Match. A atitude, segundo ela, “só prejudica os esforços de investigação da centena de agentes mobilizados, tanto na busca pelas joias roubadas quanto pela identificação de todos os criminosos envolvidos”.
Já o ministro francês do Interior, Laurent Nuñez, comemorou na rede social X o trabalho realizado pelas equipes de investigadores, mas sublinhou que o sigilo das operações de inteligência deve ser respeitado. “Envio minhas mais calorosas felicitações aos investigadores que trabalharam incansavelmente, como lhes pedi, e que sempre contaram com toda a minha confiança”, publicou.
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Prejuízo de € 88 milhões
O roubo ocorreu no último domingo (19/10), às 9h30 pelo horário de Paris, em um momento em que o Louvre já estava aberto para visitação. Um comando formado por quatro homens estacionou um caminhão-elevador ao lado de uma das fachadas do museu e dois homens subiram, por meio de uma escada mecânica, até a célebre Galeria de Apolo. No local, serraram vitrines e levaram oito joias da Coroa da França, deixando uma delas para trás na fuga, realizada em duas scooters. O roubo, que teve repercussão mundial, durou entre sete e oito minutos e resultou em um prejuízo de € 88 milhões (mais de R$ 550 milhões).
Em uma semana de investigações, mais de 150 coletas de vestígios de DNA, entre provas de saliva e digitais, foram coletadas no local do crime. Durante a fuga, os criminosos também abandonaram luvas, um capacete, duas serras elétricas, um maçarico, um colete amarelo e um rádio comunicador. Os ladrões não tiveram tempo de incendiar o caminhão-elevador, que também foi examinado pelos especialistas.
Segundo Laure Beccuau, graças ao sistema de vigilância por vídeo, o trajeto dos criminosos em Paris e em cidades vizinhas pôde ser refeito. Segundo a procuradora, ainda serão analisadas imagens de câmeras públicas e particulares.
Até o momento, as joias roubadas não foram encontradas. Especialistas em joalheria temem que os diamantes e as pedras preciosas que adornam as peças sejam retirados para serem revendidos separadamente e que o ouro sejam derretido para comercialização no mercado clandestino.
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