Governo Trump considera atacar alvos militares da Venezuela, diz jornal

Caça de guerra AV-8B Harrier II, da Marinha dos Estados Unidos, realiza bombardeios no mar do Caribe durante exercício militar em 2 de outubro de 2025. Emily Hazelbaker/Marinha dos Estados Unidos O governo Trump está considerando bombardear alvos militares na Venezuela que afirma serem utilizados para o tráfico de drogas, mas o presidente dos Estados Unidos ainda não teria tomado a decisão final de atacar, segundo o jornal americano "The Wall Street Journal". ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A mando da alta cúpula do governo Trump, o Exército americano identificou esses alvos venezuelanos que podem ser alvos dos eventuais ataques. Os locais avaliados incluem portos e aeroportos controlados pelos militares, supostamente usados para o tráfico de drogas — entre eles, bases navais e pistas de pouso, afirmou a reportagem com base em fontes do governo americano. Caso aconteçam, esses bombardeios seriam uma escalada significativa nas tensões entre os governos Trump e Maduro e serviriam como uma mensagem clara ao presidente venezuelano de que chegou a hora de deixar o poder, segundo o "The Wall Street Journal". A reportagem não disse se o governo Trump forneceu indícios de que as instalações militares venezuelanas de fato estejam sendo utilizadas para dar suporte ao narcotráfico. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Nesta sexta-feira (31), o jornal "Miami Herald" afirmou que o governo Trump já teria tomado a decisão de realizar ataques em território venezuelano e que poderiam ocorrer a qualquer momento nos próximos dias ou até mesmo nas próximas horas. No entanto, não há notícias de outros jornais dos EUA reportando tal decisão até a última atualização desta reportagem. O presidente dos EUA, Donald Trump, já admitiu ter autorizado operações secretas da CIA em território venezuelano e dá indícios de que busca derrubar Maduro do poder. O envio do maior porta-aviões do mundo para o Caribe é um sinal inequívoco de que o republicano está disposto a utilizar força militar na Venezuela para além dos bombardeios a barcos no Caribe, segundo analista ouvido pelo g1. Na semana passada, Trump disse que fará ações terrestres contra cartéis de drogas em breve e fontes do governo americano afirmaram à rede americana "CNN" que ele está considerando planos para atacar instalações de produção de cocaína e rotas de tráfico de drogas dentro da Venezuela. Maduro denunciou que a presença militar americana perto da costa do país tem como objetivo provocar uma mudança de regime. Ele já fez apelos em inglês de "não à guerra maluca" e tentou negociar, sem sucesso, com o governo Trump acesso aos recursos naturais do país —a Venezuela tem a maior reserva de petróleo do mundo, estimada em cerca de 300 milhões de barris. Já a Venezuela realizou no último sábado (25) exercícios militares com o objetivo de proteger seu litoral de eventuais "operações encobertas" aprovadas pelo governo dos EUA. Militares venezuelanos foram enviados ao litoral para um dia de exercícios ordenados por Maduro, que anunciaram ontem que os Estados Unidos "estão inventando uma guerra" contra o seu país. O governo Trump classificou cartéis de drogas latino-americanos como organizações terroristas e declarou estar em guerra contra eles. Também ordenou o envio de uma pesada presença militar no mar do Caribe, com dezenas de navios e aeronaves de guerra. Os EUA também acusam Maduro de liderar o Cartel de Los Soles e dobraram a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões (cerca de 270 milhões). O presidente americano argumenta que sua ação militar busca parar o fluxo de drogas vindo da Venezuela para os EUA. No entanto, dados da ONU enfraquecem a versão oficial das operações: o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, da agência da ONU para drogas e crimes, aponta que a droga que mais causa overdoses nos EUA, o fentanil, vem do México, que fica perto da costa oeste dos Estados Unidos. Tensões entre EUA e Venezuela Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, líder do chavismo na Venezuela Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos começaram a se intensificar em agosto, quando Washington anunciou o envio de navios e aeronaves militares para o sul do Caribe. Desde então, o exército norte-americano vem reunindo uma força de navios de guerra, caças, bombardeiros, fuzileiros navais, drones e aviões espiões no Mar do Caribe. Trump chegou até a admitir ter autorizado operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) no país de Nicolás Maduro. Segundo especialistas entrevistados pelo g1, o motivo do conflito se dá por conta do interesse dos norte-americanos em tentar derrubar Maduro, e pela vontade dos EUA de acessar as reservas de petróleo e às riquezas minerais da Venezuela. "O que os americanos estão planejando ainda não está claro, mas, sem dúvida, estamos na iminência de um ataque de larga escala. E, se isso acontecer, será a primeira vez que os Estados Unidos

Oct 31, 2025 - 13:00
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Governo Trump considera atacar alvos militares da Venezuela, diz jornal

Caça de guerra AV-8B Harrier II, da Marinha dos Estados Unidos, realiza bombardeios no mar do Caribe durante exercício militar em 2 de outubro de 2025. Emily Hazelbaker/Marinha dos Estados Unidos O governo Trump está considerando bombardear alvos militares na Venezuela que afirma serem utilizados para o tráfico de drogas, mas o presidente dos Estados Unidos ainda não teria tomado a decisão final de atacar, segundo o jornal americano "The Wall Street Journal". ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A mando da alta cúpula do governo Trump, o Exército americano identificou esses alvos venezuelanos que podem ser alvos dos eventuais ataques. Os locais avaliados incluem portos e aeroportos controlados pelos militares, supostamente usados para o tráfico de drogas — entre eles, bases navais e pistas de pouso, afirmou a reportagem com base em fontes do governo americano. Caso aconteçam, esses bombardeios seriam uma escalada significativa nas tensões entre os governos Trump e Maduro e serviriam como uma mensagem clara ao presidente venezuelano de que chegou a hora de deixar o poder, segundo o "The Wall Street Journal". A reportagem não disse se o governo Trump forneceu indícios de que as instalações militares venezuelanas de fato estejam sendo utilizadas para dar suporte ao narcotráfico. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Nesta sexta-feira (31), o jornal "Miami Herald" afirmou que o governo Trump já teria tomado a decisão de realizar ataques em território venezuelano e que poderiam ocorrer a qualquer momento nos próximos dias ou até mesmo nas próximas horas. No entanto, não há notícias de outros jornais dos EUA reportando tal decisão até a última atualização desta reportagem. O presidente dos EUA, Donald Trump, já admitiu ter autorizado operações secretas da CIA em território venezuelano e dá indícios de que busca derrubar Maduro do poder. O envio do maior porta-aviões do mundo para o Caribe é um sinal inequívoco de que o republicano está disposto a utilizar força militar na Venezuela para além dos bombardeios a barcos no Caribe, segundo analista ouvido pelo g1. Na semana passada, Trump disse que fará ações terrestres contra cartéis de drogas em breve e fontes do governo americano afirmaram à rede americana "CNN" que ele está considerando planos para atacar instalações de produção de cocaína e rotas de tráfico de drogas dentro da Venezuela. Maduro denunciou que a presença militar americana perto da costa do país tem como objetivo provocar uma mudança de regime. Ele já fez apelos em inglês de "não à guerra maluca" e tentou negociar, sem sucesso, com o governo Trump acesso aos recursos naturais do país —a Venezuela tem a maior reserva de petróleo do mundo, estimada em cerca de 300 milhões de barris. Já a Venezuela realizou no último sábado (25) exercícios militares com o objetivo de proteger seu litoral de eventuais "operações encobertas" aprovadas pelo governo dos EUA. Militares venezuelanos foram enviados ao litoral para um dia de exercícios ordenados por Maduro, que anunciaram ontem que os Estados Unidos "estão inventando uma guerra" contra o seu país. O governo Trump classificou cartéis de drogas latino-americanos como organizações terroristas e declarou estar em guerra contra eles. Também ordenou o envio de uma pesada presença militar no mar do Caribe, com dezenas de navios e aeronaves de guerra. Os EUA também acusam Maduro de liderar o Cartel de Los Soles e dobraram a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões (cerca de 270 milhões). O presidente americano argumenta que sua ação militar busca parar o fluxo de drogas vindo da Venezuela para os EUA. No entanto, dados da ONU enfraquecem a versão oficial das operações: o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, da agência da ONU para drogas e crimes, aponta que a droga que mais causa overdoses nos EUA, o fentanil, vem do México, que fica perto da costa oeste dos Estados Unidos. Tensões entre EUA e Venezuela Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, líder do chavismo na Venezuela Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos começaram a se intensificar em agosto, quando Washington anunciou o envio de navios e aeronaves militares para o sul do Caribe. Desde então, o exército norte-americano vem reunindo uma força de navios de guerra, caças, bombardeiros, fuzileiros navais, drones e aviões espiões no Mar do Caribe. Trump chegou até a admitir ter autorizado operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) no país de Nicolás Maduro. Segundo especialistas entrevistados pelo g1, o motivo do conflito se dá por conta do interesse dos norte-americanos em tentar derrubar Maduro, e pela vontade dos EUA de acessar as reservas de petróleo e às riquezas minerais da Venezuela. "O que os americanos estão planejando ainda não está claro, mas, sem dúvida, estamos na iminência de um ataque de larga escala. E, se isso acontecer, será a primeira vez que os Estados Unidos atacam militarmente um país da América do Sul", declarou Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo Iuperj. O governo dos Estados Unidos, no entanto, afirma que esses movimentos são somente ações de combate ao narcotráfico. Lula se dispôs a servir como interlocutor Mauro Vieira diz que reunião entre Lula e Trump foi positiva e que países esperam acordo em poucas semanas O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se dispôs a servir como um interlocutor no diálogo entre os EUA e a Venezuela. A proposta foi feita durante uma reunião entre Lula e Trump, durante a Cúpula da Associação dos Países do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur. Segundo o ministro das relações exteriores, Mauro Vieira, o presidente brasileiro teria dito que a América do Sul e a América Latina são uma região de paz. A interlocução, segundo o chanceler, viria para "buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas" entre EUA e Venezuela. "[Lula também disse] que o Brasil estará sempre disposto a atuar como elemento da paz e do entendimento, o que sempre foi a tradição do Brasil e continuará sendo", completou. Na última sexta (24) – dois dias antes do encontro entre Lula e Trump, o presidente do Brasil afirmou que não concordava que fossem feitos ataques e invasões a outros países sob a justificativa de combater o narcotráfico. Para o presidente brasileiro, "se o mundo virar uma terra sem lei, vai ficar muito difícil". Lula sugeriu como alternativa que os EUA se disponha a conversa com a polícia e Ministério da Justiça dos outros países. "Se a moda pega, cada um acha que pode invadir o território do outro para fazer o que quer. Onde é que vai surgir a palavra respeitabilidade à soberania dos países? Então eu pretendo discutir esses assuntos com o presidente Trump se ele colocar na mesa", argumentou "Acho que falta um pouco de compreensão da questão da política internacional", disse Lula sobre a afirmação de Trump de que vai '"apenas matar as pessoas que estão levando drogas para o seu país." Lula ainda rebateu: "Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também." O presidente brasileiro mencionou também que o presidente dos EUA não pode apenas dizer que vai invadir e "combater o narcotráfico na 'terra dos outros'", sem levar em conta a Constituição dos países.

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