Casal é preso por estupro virtual após se passar por agente de modelos
Até o momento, Delegacia de Combate à Pedofilia identificou 11 vítimas. Criminosos usavam app para espionar rotina virtual de adolescentes
 
                                Um casal foi preso, na manhã desta sexta-feira (31/10), sob a suspeita de coordenar há, ao menos, três anos um esquema no qual se passava por agentes de modelos para extorquir e praticar estupro virtual contra adolescentes. Até o momento, 11 vítimas já foram identificadas pela Polícia Civil, com base em arquivos apreendidos na casa dos suspeitos, na zona leste paulistana.
A 4ª Delegacia de Repressão à Pedofilia, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), identificou que a estratégia de Amanda Morais do Nascimento e Eri Franklin Brandão Cavalcante envolvia a criação de perfis falsos por meio dos quais se eles passavam por produtores de agências de modelo como a Mega Model e a marca Shein. Com isso, atraiam vítimas, geralmente meninas interessadas em oportunidades no meio publicitário.
A prisão de ambos resultou da Operação Scam Models, deflagrada nesta sexta-feira. A defesa dos suspeitos não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.
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Usuários do Discord mantinham jovens mulheres reféns de extorsãoHugo Barreto/Metrópoles2 de 7
Local onde um jovem de 17 anos usava para atrair e depois chantagear adolescentesDivulgação/PCSP3 de 7
Prisão de pedófilo que escravizava vítimas pela internetReprodução4 de 7
Discord é a principal plataforma que os criminosos usam para atrair as jovens5 de 7
Casal se passava por agente de modelos para extorquir adolescentesDivulgação/MPRO6 de 7
Estupro virtual: jovem é apreendido em bairro de classe média no DFDivulgação / PCDF7 de 7
Divulgação/PC-PR
Invasão de dispositivos e chantagem
As investigações apontam que o grupo criminoso familiar atuava de forma estruturada e reiterada ao menos desde 2022, utilizando diferentes artifícios para enganar vítimas em todo o território nacional.
Após o contato inicial sob a falsa promessa de carreira, por exemplo, o casal enviava às vítimas links maliciosos e aplicativos falsos. Estes programas instalavam malwares (programas espiões) que lhes garantiam acesso remoto a fotos e dados pessoais, configurando o crime de invasão de dispositivo informático.
Com as informações obtidas pela invasão, iniciava-se o processo de extorsão. As vítimas eram chantageadas sob ameaça de exposição das imagens íntimas. Para evitar que o material fosse divulgado, as jovens eram obrigadas a enviar novos conteúdos de teor sexual, caracterizando os crimes de estupro de vulnerável, em ambiente virtual, além de extorsão.
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Escopo dos crimes e “escritório”
Policiais analisaram preliminarmente os equipamentos apreendidos na residência do casal, localizando conversas, comprovantes de transferências Pix e pastas com fotos íntimas e vídeos de, ao menos, 11 vítimas de extorsão e estupro virtual, entre elas adolescentes.
Além disso, policiais civis constataram que um dos imóveis do casal funcionava como um verdadeiro “escritório” para os crimes, com estrutura voltada à manipulação de perfis falsos, controle de contatos e movimentações financeiras ilícitas.
Operação Scam Models
A Operação Scam Models foi deflagrada pela 4ª Delegacia de Combate à Pedofilia, com apoio das 1ª, 3ª e 5ª Delegacias de Proteção à Pessoa, e destinou-se ao cumprimento de dois mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão domiciliar.
Além dos crimes sexuais e cibernéticos, apurou-se que os investigados aplicavam golpes do “falso advogado” em estados do Nordeste, utilizando múltiplos aplicativos e cadastros falsos para obter dados bancários e pessoais das vítimas.
Durante a prisão do casal, os policiais civis apreenderam diversos equipamentos eletrônicos que eram utilizados na prática criminosa. Foram recolhidos aparelhos celulares, HDs, notebooks, pendrives de internet, roteadores e dezenas de chips telefônicos.
As investigações seguem para identificar mais vítimas, eventuais comparsas do casal na empreitada criminosa, além de aferir quanto eventualmente a mulher e o homem presos faturavam com o conteúdo sexual na internet.
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