INFOGRÁFICO: Israel já matou 13 militares de alto escalão do Irã e desestabilizou 'círculo íntimo' de Khamenei

Ataques israelenses desmantelam círculo íntimo do líder supremo iraniano, elevando riscos de erros estratégicos e instabilidade no Oriente Médio. Além de mais de 500 mortos e danos a cidades em ambos os lados, os seis dias de conflito entre Israel e Irã também já deixaram um rombo na estrutura de poder do Irã. Até esta quarta-feira (18), 13 lideranças do país — três delas do primeiro escalão — haviam sido mortas por ataques israelenses. As mortes atingiram o círculo íntimo do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, e deixaram Khamenei isolado politicamente — no Irã, a estrutura de poder militar tem grande influência no governo do país. Veja, no infográfico abaixo que o g1 preparou, quem foram os principais militares mortos pelos ataques de Israel: Veja quem é quem no Auto Comando do Irã g1 | Bruna Azevedo Erros estratégicos Uma das cinco fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters é uma das pessoas de confiança do líder supremo e participa regularmente de reuniões com Khamenei. A fonte descreveu o risco de erros de cálculo em questões de defesa e estabilidade interna como “extremamente perigoso” para o Irã. Vários comandantes militares de alto escalão foram mortos desde sexta-feira (13), incluindo os principais conselheiros de Khamenei da Guarda Revolucionária, a força militar de elite do Irã: o comandante geral Hossein Salami, o chefe aeroespacial Amir Ali Hajizadeh, que liderava o programa de mísseis balísticos do Irã, e o chefe de inteligência Mohammad Kazemi. Esses homens faziam parte do círculo íntimo do líder supremo, composto por cerca de 15 a 20 conselheiros, incluindo comandantes da Guarda, clérigos e políticos, segundo as fontes — três das quais participam ou participaram de reuniões com o líder sobre questões importantes, e duas próximas a autoridades que participam regularmente. LEIA MAIS: AO VIVO: Trump avalia bombardear Irã, diz site; ACOMPANHE Não vamos matar o líder supremo do Irã, pelo menos por enquanto, diz Trump: 'Ele é um alvo fácil' VÍDEO: chinesa Yadea mostra moto que anda sozinha em evento em SP Khamenei designa esses conselheiros para lidar com questões conforme surgem, estendendo sua influência diretamente a uma ampla gama de instituições que abrangem os domínios militar, de segurança, cultural, político e econômico, disseram duas das fontes. Ao operar dessa forma — inclusive em órgãos que estão nominalmente sob o presidente eleito — o gabinete de Khamenei frequentemente se envolve não apenas nas grandes questões de Estado, mas também na execução de iniciativas menores, segundo as fontes. Esse grupo se reúne de forma improvisada e urgente, quando o gabinete de Khamenei convoca os conselheiros relevantes para se reunirem em seu complexo em Teerã para discutir decisões importantes, disseram todas as fontes. Os membros são caracterizados por lealdade inabalável a ele e à ideologia da República Islâmica, acrescentaram. Alia Khamenei O líder supremo do Irã foi preso antes da revolução de 1979 e ficou mutilado após um atentado a bomba antes de se tornar líder em 1989. Khamenei é profundamente comprometido com a manutenção do sistema islâmico de governo do Irã e tem profunda desconfiança no Ocidente. Pelo sistema de governo iraniano, ele tem comando supremo das forças armadas, poder para declarar guerra e pode nomear ou demitir figuras importantes, incluindo comandantes militares e juízes. Khamenei toma a decisão final sobre questões importantes, embora valorize conselhos, ouça atentamente diferentes pontos de vista e frequentemente busque informações adicionais de seus conselheiros, segundo uma fonte que participa das reuniões. “Duas coisas podem ser ditas sobre Khamenei: ele é extremamente teimoso, mas também extremamente cauteloso. Muito cauteloso. É por isso que está no poder há tanto tempo”, disse Alex Vatanka, diretor do Programa Irã no '"hink tank Middle East Institute", em Washington. “Khamenei está bem posicionado para fazer a análise básica de custo-benefício que, no fundo, gira em torno de uma questão mais importante do que qualquer outra: a sobrevivência do regime.” Ali Khamenei é o líder supremo do Irã Reuters Regime em xeque O foco na sobrevivência tem sido repetidamente posto à prova. Khamenei mobilizou a Guarda Revolucionária e sua milícia afiliada, a Basij, para reprimir protestos nacionais em 1999, 2009 e 2022. Embora as forças de segurança sempre tenham conseguido resistir aos manifestantes e restaurar a ordem estatal, anos de sanções ocidentais causaram sofrimento econômico generalizado que, segundo analistas, pode acabar ameaçando a estabilidade interna. As apostas dificilmente poderiam ser maiores para Khamenei, que enfrenta uma guerra em escalada com Israel, que tem atacado instalações nucleares, militares e pessoal com bombardeios aéreos, provocando retaliações com mísseis iranianos. As cinco pessoas familiarizadas com o processo de tomada de decisão de Khamenei enfatizaram que outros membros do círculo interno, que não foram alvos dos ataques is

Jun 19, 2025 - 00:30
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INFOGRÁFICO: Israel já matou 13 militares de alto escalão do Irã e desestabilizou 'círculo íntimo' de Khamenei

Ataques israelenses desmantelam círculo íntimo do líder supremo iraniano, elevando riscos de erros estratégicos e instabilidade no Oriente Médio. Além de mais de 500 mortos e danos a cidades em ambos os lados, os seis dias de conflito entre Israel e Irã também já deixaram um rombo na estrutura de poder do Irã. Até esta quarta-feira (18), 13 lideranças do país — três delas do primeiro escalão — haviam sido mortas por ataques israelenses. As mortes atingiram o círculo íntimo do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, e deixaram Khamenei isolado politicamente — no Irã, a estrutura de poder militar tem grande influência no governo do país. Veja, no infográfico abaixo que o g1 preparou, quem foram os principais militares mortos pelos ataques de Israel: Veja quem é quem no Auto Comando do Irã g1 | Bruna Azevedo Erros estratégicos Uma das cinco fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters é uma das pessoas de confiança do líder supremo e participa regularmente de reuniões com Khamenei. A fonte descreveu o risco de erros de cálculo em questões de defesa e estabilidade interna como “extremamente perigoso” para o Irã. Vários comandantes militares de alto escalão foram mortos desde sexta-feira (13), incluindo os principais conselheiros de Khamenei da Guarda Revolucionária, a força militar de elite do Irã: o comandante geral Hossein Salami, o chefe aeroespacial Amir Ali Hajizadeh, que liderava o programa de mísseis balísticos do Irã, e o chefe de inteligência Mohammad Kazemi. Esses homens faziam parte do círculo íntimo do líder supremo, composto por cerca de 15 a 20 conselheiros, incluindo comandantes da Guarda, clérigos e políticos, segundo as fontes — três das quais participam ou participaram de reuniões com o líder sobre questões importantes, e duas próximas a autoridades que participam regularmente. LEIA MAIS: AO VIVO: Trump avalia bombardear Irã, diz site; ACOMPANHE Não vamos matar o líder supremo do Irã, pelo menos por enquanto, diz Trump: 'Ele é um alvo fácil' VÍDEO: chinesa Yadea mostra moto que anda sozinha em evento em SP Khamenei designa esses conselheiros para lidar com questões conforme surgem, estendendo sua influência diretamente a uma ampla gama de instituições que abrangem os domínios militar, de segurança, cultural, político e econômico, disseram duas das fontes. Ao operar dessa forma — inclusive em órgãos que estão nominalmente sob o presidente eleito — o gabinete de Khamenei frequentemente se envolve não apenas nas grandes questões de Estado, mas também na execução de iniciativas menores, segundo as fontes. Esse grupo se reúne de forma improvisada e urgente, quando o gabinete de Khamenei convoca os conselheiros relevantes para se reunirem em seu complexo em Teerã para discutir decisões importantes, disseram todas as fontes. Os membros são caracterizados por lealdade inabalável a ele e à ideologia da República Islâmica, acrescentaram. Alia Khamenei O líder supremo do Irã foi preso antes da revolução de 1979 e ficou mutilado após um atentado a bomba antes de se tornar líder em 1989. Khamenei é profundamente comprometido com a manutenção do sistema islâmico de governo do Irã e tem profunda desconfiança no Ocidente. Pelo sistema de governo iraniano, ele tem comando supremo das forças armadas, poder para declarar guerra e pode nomear ou demitir figuras importantes, incluindo comandantes militares e juízes. Khamenei toma a decisão final sobre questões importantes, embora valorize conselhos, ouça atentamente diferentes pontos de vista e frequentemente busque informações adicionais de seus conselheiros, segundo uma fonte que participa das reuniões. “Duas coisas podem ser ditas sobre Khamenei: ele é extremamente teimoso, mas também extremamente cauteloso. Muito cauteloso. É por isso que está no poder há tanto tempo”, disse Alex Vatanka, diretor do Programa Irã no '"hink tank Middle East Institute", em Washington. “Khamenei está bem posicionado para fazer a análise básica de custo-benefício que, no fundo, gira em torno de uma questão mais importante do que qualquer outra: a sobrevivência do regime.” Ali Khamenei é o líder supremo do Irã Reuters Regime em xeque O foco na sobrevivência tem sido repetidamente posto à prova. Khamenei mobilizou a Guarda Revolucionária e sua milícia afiliada, a Basij, para reprimir protestos nacionais em 1999, 2009 e 2022. Embora as forças de segurança sempre tenham conseguido resistir aos manifestantes e restaurar a ordem estatal, anos de sanções ocidentais causaram sofrimento econômico generalizado que, segundo analistas, pode acabar ameaçando a estabilidade interna. As apostas dificilmente poderiam ser maiores para Khamenei, que enfrenta uma guerra em escalada com Israel, que tem atacado instalações nucleares, militares e pessoal com bombardeios aéreos, provocando retaliações com mísseis iranianos. As cinco pessoas familiarizadas com o processo de tomada de decisão de Khamenei enfatizaram que outros membros do círculo interno, que não foram alvos dos ataques israelenses, continuam sendo importantes e influentes, incluindo conselheiros de alto nível em questões políticas, econômicas e diplomáticas. Seu filho Mojtaba tornou-se cada vez mais central nesse processo ao longo dos últimos 20 anos, disseram as fontes, construindo um papel que atravessa personalidades, facções e organizações envolvidas para coordenar questões específicas. Clérigo de nível médio visto por alguns como possível sucessor de seu pai envelhecido, Mojtaba construiu laços estreitos com a Guarda Revolucionária, o que lhe dá influência adicional sobre o aparato político e de segurança do Irã, acrescentaram as fontes. O que querem Israel e Irã Ali Asghar Hejazi, vice de assuntos de segurança política no gabinete de Khamenei, tem participado de decisões sensíveis de segurança e é frequentemente descrito como o oficial de inteligência mais poderoso do Irã, segundo as fontes. Enquanto isso, o chefe do gabinete de Khamenei, Mohammad Golpayegani, bem como os ex-ministros das Relações Exteriores Ali Akbar Velayati e Kamal Kharazi, e o ex-presidente do parlamento Ali Larijani, continuam sendo conselheiros de confiança em questões diplomáticas e políticas internas, como a disputa nuclear, disseram as fontes. A perda dos comandantes da Guarda Revolucionária, no entanto, dizima os escalões superiores de uma organização militar que Khamenei colocou no centro do poder desde que se tornou líder supremo em 1989, confiando nela tanto para a segurança interna quanto para a estratégia regional. Embora a cadeia de comando do exército regular passe pelo Ministério da Defesa, sob o presidente eleito, a Guarda responde diretamente a Khamenei, garantindo o melhor equipamento militar para seus ramos terrestre, aéreo e naval, e dando aos seus comandantes um papel importante no Estado. Ao enfrentar um dos momentos mais perigosos da história da República Islâmica, Khamenei encontra-se ainda mais isolado pelas recentes perdas de outros conselheiros-chave na região, à medida que a coalizão iraniana do “Eixo da Resistência” tem sido duramente atingida por Israel. O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que era pessoalmente próximo ao líder iraniano, foi morto por um ataque aéreo israelense em setembro do ano passado, e o presidente sírio Bashar al-Assad foi deposto por rebeldes em dezembro.

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