James Webb pode ter detectado a 1ª evidência de uma estrela escura

Descoberta do telescópio James Webb pode explicar origem precoce dos buracos negros gigantes e revelar novos segredos sobre a matéria escura

Oct 14, 2025 - 17:30
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James Webb pode ter detectado a 1ª evidência de uma estrela escura

Astrônomos acreditam ter encontrado a evidência mais convincente até agora da existência de uma “estrela escura” — um tipo raro e teórico de astro que não brilha por fusão nuclear, mas pela energia liberada pela aniquilação de partículas de matéria escura.

As observações desse tipo de matéria foram captadas pelo telescópio espacial James Webb e tratadas em artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) em 15 de agosto.

Esses objetos seriam formados quando grandes concentrações de matéria escura se acumulam no centro de nuvens de gás compostas por hidrogênio e hélio.

Diferentemente das estrelas comuns, cuja luz vem da fusão de elementos leves, as estrelas escuras permaneceriam brilhantes graças à energia gerada quando partículas chamadas WIMPs colidem e se destroem mutuamente. Essa energia aquece o gás ao redor e mantém o astro inflado, podendo fazê-lo atingir tamanhos milhões de vezes maiores que o do Sol.

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Segundo a equipe liderada por Cosmin Ilie, da Universidade Colgate, nos Estados Unidos, o telescópio identificou quatro objetos extremamente distantes, cujas características sugerem que podem ser essas estrelas exóticas.

Um dos objetos apresentou assinatura específica de hélio ionizado (uma linha espectral em 1640 angströms) que, segundo os cientistas, corresponde exatamente ao tipo de sinal esperado para uma estrela escura.

O achado é considerado o primeiro indício direto da existência desse tipo de corpo celeste, embora os autores ressaltem que a evidência ainda é preliminar e precisa ser confirmada com novos dados.

Se a hipótese se confirmar, as estrelas escuras podem ajudar a resolver um dos grandes mistérios da cosmologia: como os buracos negros supermassivos surgiram tão cedo no Universo.

Objetos assim poderiam crescer até atingir massas gigantescas e, ao colapsarem, originar buracos negros muito antes do que as teorias atuais preveem. Isso explicaria por que o James Webb tem observado galáxias e buracos negros de grande porte.

Além de ampliar a compreensão sobre a formação das primeiras estruturas cósmicas, a descoberta também abre uma nova janela para o estudo da matéria escura, que representa cerca de 85% de toda a matéria do Universo, mas permanece invisível e enigmática.

As estrelas escuras funcionariam como laboratórios naturais para investigar como essas partículas se comportam e interagem, oferecendo pistas valiosas sobre um dos maiores segredos da física moderna.

Mesmo assim, os cientistas ponderam que os objetos detectados também podem ser galáxias compactas e luminosas, e não estrelas isoladas. As próximas observações com o James Webb e com futuros telescópios devem medir com mais precisão o brilho e a composição desses corpos para confirmar a hipótese.

Caso se trate mesmo de estrelas alimentadas por matéria escura, a descoberta poderá mudar profundamente o entendimento sobre o nascimento do Universo e das primeiras fontes de luz que iluminaram o cosmos.

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