LAÍRE ROSADO -Dificuldades de tratamento para o renal crônico
A Casa de Saúde Dix-sept Rosado foi pioneira em vários atendimentos de alta complexidade, em Mossoró e também no Rio Grande do Norte. No caso específico da hemodiálise, hoje, está menos complicado conseguir o tratamento para pacientes com insuficiência renal, mas houve tempo em que a situação dos acometidos pela doença era muito difícil.Lembro […]


A Casa de Saúde Dix-sept Rosado foi pioneira em vários atendimentos de alta complexidade, em Mossoró e também no Rio Grande do Norte. No caso específico da hemodiálise, hoje, está menos complicado conseguir o tratamento para pacientes com insuficiência renal, mas houve tempo em que a situação dos acometidos pela doença era muito difícil.Lembro que eu e o Dr. Jerônimo Rosado Cantídio adquirimos o primeiro rim artificial da cidade. Foi à empresa Travenol Produtos Hospitalares Ltda, por intermédio do seu representante para o Nordeste, Celso Calumby. Passei trinta dias em Recife treinando para usar o rim artificial em Mossoró, salvando inúmeros pacientes nesta cidade.
Com o aumento no número de Centros de Hemodiálise no Rio Grande do Norte é possível realizar o tratamento em praticamente todas as regiões do estado. Em nossa região, eles existem em Mossoró, Assú e Pau dos Ferros. Mesmo assim, há carência de unidades de hemodiálise em municípios menores. Pacientes do interior enfrentam dificuldades de deslocamento para tratamento contínuo, o que compromete a adesão e a qualidade de vida.
Em todo país, mais de 155 mil brasileiros dependem de diálise para sobreviver. Há falta de recursos, vagas nas clínicas e limitações estruturais por toda parte. Muitos continuam aguardando o transplante. A fila é interminável e cresce a cada dia. A taxa de realização de transplantes ainda é baixa devido à escassez de doadores e à limitação de centros transplantadores. Cerca de 42 mil pessoas aguardam por um transplante de rim, o que representa mais de 90% da fila nacional de transplantes de órgãos.
O incentivo à doação de órgãos é essencial para ampliar a oferta de rins para transplante. A aceitação familiar ainda é um obstáculo, além do baixo valor pago pelo SUS nos transplantes, 43% abaixo dos custos reais. tornando insustentável a operação em cerca de 840 clínicas privadas. É preciso a conscientização permanente desse problema, para que os responsáveis pela saúde pública acordem para essa realidade.
Para o Dr. Ery Lakryc, “Por um período, a doença renal crônica (DRC) foi considerada uma “ameaça silenciosa” para a saúde. Hoje, diria que essa ameaça é clara e escancarada para a saúde pública, uma crise concreta que precisamos enfrentar o quanto antes para evitar que mais pessoas morram por um problema altamente tratável.”
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