LAÍRE ROSADO Oitenta anos de Hiroshima e Nagasaki
Nesta foto de 6 de agosto de 1945, divulgada pelo Exército dos EUA, uma nuvem em forma de cogumelo se forma cerca de uma hora após a detonação da bomba nuclear sobre Hiroshima, Japão. © AP – U.S. Army Com o pretexto de encerrar a Segunda Guerra Mundial, há sessenta anos, os Estados Unidos da América […]


Nesta foto de 6 de agosto de 1945, divulgada pelo Exército dos EUA, uma nuvem em forma de cogumelo se forma cerca de uma hora após a detonação da bomba nuclear sobre Hiroshima, Japão. © AP – U.S. Army
Com o pretexto de encerrar a Segunda Guerra Mundial, há sessenta anos, os Estados Unidos da América lançaram bombas atômicas sobre o Japão. O avião americano Enola Gay lançou a primeira delas, denominada “Little Boy”, sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945. Três dias depois, em 9 de agosto de 1945, foi a vez de Nagasaki.
O primeiro ataque, matou cerca de 140 mil pessoas, logo na explosão. Em Nagasaki, calcula-se em 74 mil pessoas o número de vítimas fatais. Entretanto, ao longo dos anos, outras mortes foram sendo registradas, em decorrência da radiação. Em 1945, Hiroshima tinha uma população estimada entre 300.000 a 420.000 habitantes, enquanto Nagasaki tinha aproximadamente 256.000 pessoas, a maioria constituída por civis.
O império japonês não resistiu aos bombardeios e, em 2 de setembro de 1945, assinou oficialmente a rendição, a bordo do couraçado US Missouri, ancorado na Baía de Tóquio. A Segunda grande Guerra estava encerrada. Em 1947, desapareceu o Império Japonês e nova constituição foi promulgada, estabelecendo no atual Japão um sistema de governo democrático e parlamentarista, onde o imperador desempenha tão somente um papel cerimonial e simbólico. como uma monarquia constitucional.
Oitenta anos depois das bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, as duas cidades estão com população de dois milhões, a primeira e 256 mil a segunda. Em Hiroshima as ruínas de um edifício, no centro da cidade, permanecem como uma memória impactante. O Japão, por sua vez, transformou-se em grande potência econômica, a quarta do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, China e Alemanha.
Oito décadas depois, são poucos os “Hibakusha” como são conhecidos os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki. Em 31 de março de 2025, havia 99.130 sobreviventes registrados, com idade média de 86,13 anos, segundo os dados oficiais, pela primeira vez, um número abaixo de 100 mil, desde o início dos registros, em 1957.
O Japão foi o único país a sofrer um ataque nuclear durante a Segunda Guerra Mundial. A sua história não parece sensibilizar líderes mundiais que procuram desenvolver armar nucleares.
Rússia e Estados Unidos respondem por cerca de 90% das 12 mil ogivas nucleares do mundo. São dois presidentes que demonstram instabilidade capaz de amedrontar outros países. Recentemente, Donald Trump, em tom de ameaça, comparou ataques americanos a instalações nucleares iranianas às bombas atômicas lançadas no fim da Segunda Guerra Mundial.
Depois, Trump mandou dois submarinos nucleares para as proximidades da Rússia. “Trump está jogando o jogo do ultimato com a Rússia. Ele deveria se lembrar que a Rússia não é Israel nem mesmo o Irã.
As guerras continuam acontecendo pelo mundo. Os Estados Unidos bombardearam o Irã com a justificativa de destruir usinas de enriquecimento de urânio e assassinar os principais cientistas nucleares em Teerã. Depois, informaram haver conseguido apenas retardar essa fabricação. A Rússia invadiu a Ucrânia. A China ameaça ocupar Taiwan. E Trump, acreditem, tomar a Groelândia e parte do Canadá.
Lembrar Hiroshima e Nagasaki tem, entre outros objetivos, sensibilizar as principais lideranças mundiais para um programa mais consistente de desarmamento nuclear. Decisão urgente, para se evitar uma catástrofe nuclear futura.
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