Líder da Machonaria, pastor orou para “Deus quebrar mandíbula de Lula”
Em 2023, uma entrevista do pastor evangélico Anderson Silva viralizou nas redes sociais após ele pedir orações contra o presidente Lula

O nome do pastor Anderson Silva (foto em destaque) esteve evolvido em uma polêmica nos últimos dias após o líder do movimento Machonaria Confraria Nacional de Homens ser acusado de desviar dinheiro do instituto. Segundo ex-líderes do grupo, as práticas irregularess caracterizam má-gestão dos recursos, confusão entre finanças pessoais e institucionais, e uso indevido de dados de terceiros para contratos e financiamentos.
A Machonaria foi criada em 2018, com a intenção de incentivar ações como resgate da masculinidade bíblica, liderança familiar, generosidade, combate à pornografia e envolvimento em projetos sociais.
No entanto, essa não é a primeira vez que Anderson Silva está envolvido em confusões. Em 2023, viralizou nas redes sociais o trecho de um podcast em que um pastor evangélico pedia orações para que “Deus arrebentasse a mandíbula do presidente Lula”.
Veja o vídeo:
A declaração do pastor ocorreu em no programa que contava com a presença do deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) como convidado.
Anderson Silva afirmou que faltariam orações “imprecatórias”, ou seja, que clamassem por castigos contra os “inimigos”.
“Senhor, mata meus inimigos, quebre os dentes dos meus inimigos. Falta a gente orar assim: Senhor, arrebente a mandíbula do Lula. Senhor, prostre enfermos os ministros do STF, para que eles te conheçam no leito de enfermidade”, disse.
Diante da repercussão, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino [hoje ministro do STF], afirmou que acionaria a Polícia Federal (PF) para que investigasse o líder religioso.
Um mês depois do episódio, ele informou pelas redes sociais que não seria mais o líder da Igreja Vivo por Ti, da qual foi o fundador e comandou por 16 anos. A justificativa oficial da decisão de abdicar da igreja veio após seu diagnóstico de TDAH e autismo. Segundo ele, sua presença à frente da igreja poderia prejudicar a instituição.
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Ex-aliado de Bolsonaro
Desde as eleições de 2018, Anderson Silva manteve uma posição política alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, em 2024, o apoiador de pautas conservadoras e da direita afirmou ter se arrependido por ter apoiado Jair e de ter “bolsonarizado” a religião.
Ele admitiu, em um vídeo publicado em seu perfil do Instagram, que a “bolsonarização” afastou pessoas da esquerda que se identificavam com ele.
O pastor ressaltou que é um “desrespeito a Jesus ter um pastor de direita ou de esquerda”. Na mesma gravação, ele classificou ainda seu ataque a Lula como “desnecessário”.
Sexualidade e machismo
Em 2021, o pastor usou polêmica nas redes sociais ao divulgar um texto onde comenta sobre o “potencial demoníaco” das mulheres. Na postagem, ele diz que mulher é “orgulhosa, vingativa e manipuladora”.
O ponto defendido pelo pastor, no entanto, causou reações distintas. Mesmo nos comentários da publicação, algumas pessoas criticaram o que entenderam ser machismo.
“A mulher tem o potencial demoníaco mais elevado que o homem, pois a maldade do homem você vai ver em breve, a da mulher nem sempre você verá. Como se expressa menos agressivamente, a mulher tem tempo de construir a maldade interna, emocional”, explicou.
A controvérsia mais recente de Anderson após ele afirmar que homens viciados em pornografia acabam consumindo conteúdo de “travestis”. Em vídeo publicado nas redes, ele citou dados que, de acordo com ele, mostram que 65% dos vídeos assistidos por homens brasileiros envolvem o universo trans.
“Se tu és viciado em pornografia, a chance é grande de estar gostando da mesma coisa que a tua mulher gosta”, disse o pastor, arrancando risos da plateia ao completar: “Tu estás tão gay que tu nem percebeu que gosta é de mandioca”.
A polêmica surgiu após o lançamento da Escola Uma Só Carne, projeto do pastor que visa ensinar casais cristãos a desenvolverem uma vida sexual baseada nos princípios bíblicos, que também gerou debate por usar acessórios sexuais em palestras.
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