Lula volta a cobrar Macron sobre acordo Mercosul-UE: 'Se tem algum problema, deve fazer proposta'

Franceses vêm adotando uma postura protecionista para resguardar seus produtores rurais, o que tem atrasado a implementação do acordo. Lula deu declaração durante coletiva de imprensa em Paris, na França. Lula: Se Macron tem algum problema, deve fazer proposta O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, neste sábado, que se a França vê algum problema no acordo comercial Mercosul-União Europeia, deve apresentar uma proposta. "Então, companheiro Macron, se tem algum problema que ele acha que fere os pequenos produtores franceses, eu acho que o negociador do Macron, na União Europeia, deve fazer a proposta", afirmou em coletiva de imprensa. Essa não é a primeira vez, nesta viagem à França, que Lula cobra publicamente o presidente francês Emmanuel Macron sobre o acordo. Nesta quinta, ele chegou a afirmar que Macron precisa abrir o coração para o acordo. Os franceses vêm adotando uma postura protecionista para resguardar seus produtores rurais, o que tem atrasado a implementação do acordo. Presidente da França, Emmanuel Macron, e presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Ricardo Stuckert/ Presidência da República Pontos de insegurança "Eu vou encontrar com o Macron, na COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima], e eu penso que quando ele estiver embaixo de uma árvore de 30 metros de altura e ele perceber a beleza daquela floresta, ele vai falar: eu vou fazer acordo com o Brasil", prosseguiu Lula. Um dos pontos de insegurança para os franceses é que eles temem perdas para a agricultura do país na competição com o agronegócio brasileiro. Sobre isso, Lula disse que o agro nacional exporta produtos como soja e milho para a Europa e não há intenção de prejudicar os franceses. “Eu não quero que a gente pare de comprar vinho da França, embora a gente produza vinho. Não quero deixar de comprar champanhe da França, embora a gente produza. Não quero deixar de comprar queijo francês, embora a gente produza também. A política comercial é uma via de duas mãos. A gente vende, a gente compra”, declarou Lula. O acordo entre Mercosul e União Europeia tenta conciliar interesses dos 27 países europeus e os quatro da América do Sul. A conclusão do texto do documento foi anunciada pelas partes em Montevidéu, em dezembro de 2024. Em sua fala neste sábado, Lula defendeu que o trâmite remanescente possa correr independentemente da discordância francesa. "Eu não quero que seja um acordo em que as pessoas fiquem de cara feia. Nós vamos continuar conversando com a França, porque a França é um bom parceiro político, econômico, cultural e histórico. Eu estou convencido de que até eu deixar a Presidência do Mercosul vamos ter esse acordo assinado com todo mundo sorrindo”, disse o presidente brasileiro. Relação bilateral Lula chegou à França na quarta (4) para uma visita de Estado a convite do presidente francês, Emmanuel Macron. Os dois chegaram a andar de mãos dadas, sinalizando a proximidade entre os dois líderes. Nesta sexta (6), Lula recebeu o título de doutor honoris causa na Universidade Paris 8 e foi homenageado na Academia Francesa.Segundo o governo, Lula foi o segundo brasileiro a receber a distinção — o anterior foi Dom Pedro II em 1872. De acordo com a agenda oficial do presidente brasileiro, neste sábado (7) Lula vai para Nice, também na França. Em Nice, Lula participará da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, e visitará a Interpol em Lyon. A Interpol atualmente é comandada pelo brasileiro Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal.

Jun 7, 2025 - 17:00
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Lula volta a cobrar Macron sobre acordo Mercosul-UE: 'Se tem algum problema, deve fazer proposta'

Franceses vêm adotando uma postura protecionista para resguardar seus produtores rurais, o que tem atrasado a implementação do acordo. Lula deu declaração durante coletiva de imprensa em Paris, na França. Lula: Se Macron tem algum problema, deve fazer proposta O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, neste sábado, que se a França vê algum problema no acordo comercial Mercosul-União Europeia, deve apresentar uma proposta. "Então, companheiro Macron, se tem algum problema que ele acha que fere os pequenos produtores franceses, eu acho que o negociador do Macron, na União Europeia, deve fazer a proposta", afirmou em coletiva de imprensa. Essa não é a primeira vez, nesta viagem à França, que Lula cobra publicamente o presidente francês Emmanuel Macron sobre o acordo. Nesta quinta, ele chegou a afirmar que Macron precisa abrir o coração para o acordo. Os franceses vêm adotando uma postura protecionista para resguardar seus produtores rurais, o que tem atrasado a implementação do acordo. Presidente da França, Emmanuel Macron, e presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Ricardo Stuckert/ Presidência da República Pontos de insegurança "Eu vou encontrar com o Macron, na COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima], e eu penso que quando ele estiver embaixo de uma árvore de 30 metros de altura e ele perceber a beleza daquela floresta, ele vai falar: eu vou fazer acordo com o Brasil", prosseguiu Lula. Um dos pontos de insegurança para os franceses é que eles temem perdas para a agricultura do país na competição com o agronegócio brasileiro. Sobre isso, Lula disse que o agro nacional exporta produtos como soja e milho para a Europa e não há intenção de prejudicar os franceses. “Eu não quero que a gente pare de comprar vinho da França, embora a gente produza vinho. Não quero deixar de comprar champanhe da França, embora a gente produza. Não quero deixar de comprar queijo francês, embora a gente produza também. A política comercial é uma via de duas mãos. A gente vende, a gente compra”, declarou Lula. O acordo entre Mercosul e União Europeia tenta conciliar interesses dos 27 países europeus e os quatro da América do Sul. A conclusão do texto do documento foi anunciada pelas partes em Montevidéu, em dezembro de 2024. Em sua fala neste sábado, Lula defendeu que o trâmite remanescente possa correr independentemente da discordância francesa. "Eu não quero que seja um acordo em que as pessoas fiquem de cara feia. Nós vamos continuar conversando com a França, porque a França é um bom parceiro político, econômico, cultural e histórico. Eu estou convencido de que até eu deixar a Presidência do Mercosul vamos ter esse acordo assinado com todo mundo sorrindo”, disse o presidente brasileiro. Relação bilateral Lula chegou à França na quarta (4) para uma visita de Estado a convite do presidente francês, Emmanuel Macron. Os dois chegaram a andar de mãos dadas, sinalizando a proximidade entre os dois líderes. Nesta sexta (6), Lula recebeu o título de doutor honoris causa na Universidade Paris 8 e foi homenageado na Academia Francesa.Segundo o governo, Lula foi o segundo brasileiro a receber a distinção — o anterior foi Dom Pedro II em 1872. De acordo com a agenda oficial do presidente brasileiro, neste sábado (7) Lula vai para Nice, também na França. Em Nice, Lula participará da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, e visitará a Interpol em Lyon. A Interpol atualmente é comandada pelo brasileiro Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal.

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