Macron alerta sobre o 'risco de que se imponha a lei do mais forte' em discurso na ONU

Emmanuel Macron em discurso na Assembleia Geral da ONU LEONARDO MUNOZ / AFP O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou, sem citar nomes, sobre "o risco de que se imponha a lei do mais forte", assim como "o egoísmo de alguns", em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23). Durante os cerca de 30 minutos que falou, o francês defendeu um "multilateralismo eficaz" e fez um discurso de cooperação e união entre as nações. Ao contrário do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o segundo a discursar durante o dia, que fez fortes críticas às Nações Unidas, ele chamou a ONU de "tesouro" e afirmou: "O antijogo de algumas pessoas torna quase impossível que nossa organização seja coletivamente eficaz. Eles estão jogando contra nós. Precisamos trabalhar juntos para retornar a esse multilateralismo coletivo". O governo de Vladimir Putin foi o grande alvo das críticas de Macron, que reafirmou seu apoio à Ucrânia, disse que a agressão russa não é apenas um problema da Europa e relembrou a série de "desestabilizações" provocadas pela Rússia em outros países em episódios recentes. No entanto, o presidente francês, que decidiu esta semana reconhecer oficialmente o Estado Palestino, também falou sobre a guerra na Faixa de Gaza e ressaltou que “não pode haver segurança ou estabilidade para Israel se tivermos uma guerra permanente sendo travada com seus vizinhos”. "Nós levantamos as mãos para abrir o caminho para a paz imediata, a libertação dos reféns, um cessar-fogo, a estabilização de Gaza, a desmilitarização [e] desmantelamento do Hamas e o reconhecimento recíproco de dois Estados: um Estado palestino, que é desmilitarizado e que reconhece Israel, e um Estado israelense, que reconhece o Estado da Palestina", defendeu. Trump diz na ONU que reconhecer Estado Palestino seria recompensa grande para o Hamas Ao falar sobre ameaças que pesam globalmente, Macron citou as questões envolvendo energia nuclear e falou sobre o Irã e a possível volta de sanções ao país. Ele se encontrará com o presidente do iraniano, Masoud Pezeshkian, nesta quarta-feira (24): "Ou o Irã faz um gesto e segue o caminho da paz e da estabilidade, e permite que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) faça seu trabalho, ou as sanções serão reimplementadas". Também na contramão com as ideias defendidas por Trump, Macron defendeu que não se deve "colocar o G7 contra os BRICS" ao falar dos desafios econômicos mundiais. O G7 é o grupo das sete maiores potências do mundo formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá. Já o Brics é um bloco formado por grandes economias emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia. Mais declarações de Macron sobre Gaza Emmanuel Macron e Donald Trump em encontro bilateral em Nova York REUTERS/Al Drago Antes do discurso, em uma reunião bilateral com Trump, Macron defendeu sua decisão de reconhecer o Estado da Palestina. Disse que não equivale a esquecer o ataque do Hamas em outubro de 2023, respondendo às críticas feitas pelo presidente americano, que condenou os aliados que tomaram a medida, afirmando que ela recompensaria as "atrocidades horríveis" dos militantes do grupo terrorista palestino. Em entrevista à TV francesa BFM, o presidente francês também falou sobre o tema e desafiou Trump a acabar com a guerra em Gaza se deseja ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Para Macron, o norte-americano tem que "pressionar o governo de Israel", já que são os Estados Unidos que lhe fornecem "armas que permitem realizar a guerra em Gaza". "Há alguém que pode fazer algo, e esse é o presidente dos Estados Unidos. Vejo um presidente americano que está comprometido, que reiterou isso esta manhã na tribuna [das Nações Unidas]: 'Quero a paz. Resolvi sete conflitos'. Que quer o Prêmio Nobel da Paz. O Prêmio Nobel da Paz só é possível se ele acabar com este conflito", declarou Emmanuel Macron.

Sep 23, 2025 - 20:30
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Macron alerta sobre o 'risco de que se imponha a lei do mais forte' em discurso na ONU

Emmanuel Macron em discurso na Assembleia Geral da ONU LEONARDO MUNOZ / AFP O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou, sem citar nomes, sobre "o risco de que se imponha a lei do mais forte", assim como "o egoísmo de alguns", em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23). Durante os cerca de 30 minutos que falou, o francês defendeu um "multilateralismo eficaz" e fez um discurso de cooperação e união entre as nações. Ao contrário do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o segundo a discursar durante o dia, que fez fortes críticas às Nações Unidas, ele chamou a ONU de "tesouro" e afirmou: "O antijogo de algumas pessoas torna quase impossível que nossa organização seja coletivamente eficaz. Eles estão jogando contra nós. Precisamos trabalhar juntos para retornar a esse multilateralismo coletivo". O governo de Vladimir Putin foi o grande alvo das críticas de Macron, que reafirmou seu apoio à Ucrânia, disse que a agressão russa não é apenas um problema da Europa e relembrou a série de "desestabilizações" provocadas pela Rússia em outros países em episódios recentes. No entanto, o presidente francês, que decidiu esta semana reconhecer oficialmente o Estado Palestino, também falou sobre a guerra na Faixa de Gaza e ressaltou que “não pode haver segurança ou estabilidade para Israel se tivermos uma guerra permanente sendo travada com seus vizinhos”. "Nós levantamos as mãos para abrir o caminho para a paz imediata, a libertação dos reféns, um cessar-fogo, a estabilização de Gaza, a desmilitarização [e] desmantelamento do Hamas e o reconhecimento recíproco de dois Estados: um Estado palestino, que é desmilitarizado e que reconhece Israel, e um Estado israelense, que reconhece o Estado da Palestina", defendeu. Trump diz na ONU que reconhecer Estado Palestino seria recompensa grande para o Hamas Ao falar sobre ameaças que pesam globalmente, Macron citou as questões envolvendo energia nuclear e falou sobre o Irã e a possível volta de sanções ao país. Ele se encontrará com o presidente do iraniano, Masoud Pezeshkian, nesta quarta-feira (24): "Ou o Irã faz um gesto e segue o caminho da paz e da estabilidade, e permite que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) faça seu trabalho, ou as sanções serão reimplementadas". Também na contramão com as ideias defendidas por Trump, Macron defendeu que não se deve "colocar o G7 contra os BRICS" ao falar dos desafios econômicos mundiais. O G7 é o grupo das sete maiores potências do mundo formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá. Já o Brics é um bloco formado por grandes economias emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia. Mais declarações de Macron sobre Gaza Emmanuel Macron e Donald Trump em encontro bilateral em Nova York REUTERS/Al Drago Antes do discurso, em uma reunião bilateral com Trump, Macron defendeu sua decisão de reconhecer o Estado da Palestina. Disse que não equivale a esquecer o ataque do Hamas em outubro de 2023, respondendo às críticas feitas pelo presidente americano, que condenou os aliados que tomaram a medida, afirmando que ela recompensaria as "atrocidades horríveis" dos militantes do grupo terrorista palestino. Em entrevista à TV francesa BFM, o presidente francês também falou sobre o tema e desafiou Trump a acabar com a guerra em Gaza se deseja ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Para Macron, o norte-americano tem que "pressionar o governo de Israel", já que são os Estados Unidos que lhe fornecem "armas que permitem realizar a guerra em Gaza". "Há alguém que pode fazer algo, e esse é o presidente dos Estados Unidos. Vejo um presidente americano que está comprometido, que reiterou isso esta manhã na tribuna [das Nações Unidas]: 'Quero a paz. Resolvi sete conflitos'. Que quer o Prêmio Nobel da Paz. O Prêmio Nobel da Paz só é possível se ele acabar com este conflito", declarou Emmanuel Macron.

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