Na vida de Bolsonaro, o pior dos dias é qualquer dia

Até tu, Trump? Quanta ingratidão!

Sep 24, 2025 - 06:30
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Na vida de Bolsonaro, o pior dos dias é qualquer dia

Não existia para Bolsonaro um dia pior do que a sexta-feira 18 de julho de 2025, em que foi posto pela primeira vez em prisão domiciliar. Embora ainda pudesse sair de casa entre as 6 horas da manhã e as 7 da noite, ele passou a fazê-lo algemado a uma inseparável tornozeleira eletrônica, suprema humilhação.

Até que chegou a segunda-feira, 4 de agosto. Por descumprir medidas cautelares da Justiça, Bolsonaro foi definitivamente proibido de acessar as redes sociais e de pôr os pés na rua, a não ser para atendimento médico e sob escolta policial. Ou então para comparecer ao seu julgamento. Não compareceu.

O domingo 7 de setembro até foi um bom dia para Bolsonaro. Na Avenida Paulista, 42 mil pessoas sob a batuta do pastor evangélico Silas Malafaia e do governador Tarcísio de Freitas pediram anistia para ele e xingaram o Supremo Tribunal Federal. Mas aí veio a quinta-feira 11 com a sua pesada condenação.

Surpresa alguma para Bolsonaro, salvo o tamanho da pena: 27 anos e três meses de prisão em regime fechado. Ao cumprir a pena integralmente, sem anistia ou indulto presidencial, ele ficará inelegível até quase os 80 anos de idade. Talvez mais porque ainda será julgado por outros crimes. Fim de linha.

Diante disso tudo, nada poderia acontecer de pior, mas aconteceu. No último domingo (22), depois de um intervalo de 20 anos, a esquerda ocupou as ruas de todas as capitais do país, e de dezenas de médias e pequenas cidades, e tomou da direita o discurso da luta contra a corrupção. Que dor sentiu Bolsonaro em ver aquilo.

Finalmente ontem (23), o inimaginável: a falta de uma menção ao seu nome, por mais breve que fosse, no discurso de Donald Trump na abertura da Assembleia Geral da ONU. E, não bastasse, a menção simpática feita por Trump ao nome de Lula, com quem ele trocou um abraço pouco antes de ingressar no recinto.

Sequer um abraço Trump deu em Bolsonaro quando os dois se cruzaram no mesmo lugar em 2019. Humildemente, Bolsonaro esperou que Trump passasse por ele para dizer em voz alta e em inglês macarrônico: “Eu te amo”. Cercado de assessores, Trump não ouviu ou fingiu não ouvir. Se ouviu, não correspondeu.

Pois é, caros leitores. Rei morto, viva o novo Rei da direita a ser escolhido. Bolsonaro está sendo velado à distância por todos os que o exaltavam. Apesar de dependerem do seu voto para disputar as próximas eleições, eles temem herdar sua rejeição que só faz aumentar. Os efeitos da rejeição poderão ser mortais.

Trump era sua última esperança. Daqui para frente, todo dia será o pior deles para Bolsonaro.

 

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