Maduro diz que ameaças dos EUA contra Venezuela são 'agressão': 'Usam mentira para justificar escalada militar'
Nicolás Maduro em encontro com jornalistas REUTERS O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o país está sofrendo uma "agressão" por parte dos Estados Unidos em encontro com jornalistas nesta segunda-feira (15). ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Em um discurso para a imprensa nacional e do exterior, cinco semanas após o começo das tensões entre os dois países, Maduro falou das ameaças que vem recebido e disse que a Venezuela está apenas exercendo seu "direito legítimo à defesa". Neste fim de semana, o presidente venezuelano convocou reservistas, milicianos e jovens alistados a comparecer em quartéis de todo o país para treinamentos de tiro. "Faz cinco semanas que a Venezuela foi ameaçada. O que fizemos nesse período? Unir, empoderar e treinar o povo venezuelano, e defender a nossa verdade. Muitos da mídia continuam classificando como tensão... Não é uma tensão. É uma agressão em todas as linhas: judicial - quando nos criminalizam -, política - com suas ameaças diárias -, diplomática e militar. E a Venezuela está, protegida pelas leis internacionais, para responder a essa agressão. Eles não estão lutando pela paz. Eles usam uma mentira como desculpa para justificar uma escalada militar e um ataque criminoso contra a Venezuela", defendeu. No dia 19 de agosto, o governo norte-americano anunciou que iria usar "toda a força" contra o governo de Nicolás Maduro, justificou a ação como parte de uma operação contra o narcoterrorismo, e enviou navios de guerra para o Mar do Caribe. Atualmente, oito navios da Marinha dos EUA estão em áreas próximas da Venezuela. Há uma semana, o secretário de Guerra do país, Pete Hegseth, fez uma visita surpresa a um deles. Ao defender sua decisão de convocar a população para treinamentos militares, Maduro enumerou todo o arsenal mobilizado pelos EUA: "1.200 mísseis apontados para a Venezuela, um submarino nuclear, 10 jatos F-35 e, de acordo com a governadora de Porto Rico, toda a ilha pronta para invadir o nosso país". Questionado por uma repórter do jornal americano "The New York Times" sobre o ataque dos EUA, no dia 2 de setembro, contra um barco que, de acordo com Donald Trump, estava carregado com drogas, Maduro insinuou que as imagens são antigas e foram alteradas com inteligência artificial, mas não acusou o presidente americano. Respondeu que o republicano deveria "ordenar uma investigação sobre quem lhe deu esse vídeo". Venezuelanos convocados O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou reservistas, milicianos e jovens alistados a comparecer em quartéis de todo o país neste fim de semana para treinamentos de tiro diante das tensões com os Estados Unidos. "Todos os venezuelanos que se alistaram [...] O povo para seus quartéis para receber treinamento e aprender nos polígonos de tiro a atirar para a defesa da pátria", anunciou Maduro durante um ato transmitido pela televisão estatal na sexta-feira (12). O treinamento será direcionado a ensinar técnicas militares e, principalmente, a atirar, segundo o presidente venezuelano. Em agosto, os Estados Unidos enviaram oito navios de guerra, além de caças F-35, para o sul do Caribe para o que definiram como manobras contra o tráfico internacional de drogas. Mas Maduro acusa os EUA de tentarem interferir em governos da América Latina em uma operação disfarçada de luta contra o narcotráfico. Há duas semanas, o presidente venezuelano afirmou que as embarcações estavam "apontadas" para a costa de seu país. Em discurso inflamado durante um ato na sexta-feira, ele disse ainda ter mobilizado "fuzis, tanques e mísseis" para uma eventual defesa de ataques vindos dos navios norte-americanos. "Todas as armas que a República possui para se defender — fuzis, tanques e mísseis — foram mobilizados por todo o país para defender nosso direito à paz. Quem quer paz, prepare-se para defendê-la", proclamou. O presidente venezuelano também ordenou o envio de pelo menos 25 mil efetivos das Forças Armadas a estados fronteiriços com a Colômbia e o Caribe. Convocou ainda os cidadãos a se alistarem na Milícia Bolivariana, um corpo armado composto por civis, para somar fileiras. "Os membros da comunidade, milicianos, reservistas, jovens e pessoas que se alistaram bravamente serão destacados para as 312 unidades militares da Venezuela. Eles ficarão nos quartéis para receber o treinamento tático necessário", disse Maduro na sexta. De farda militar, Maduro pede redução de tensões para prevenir conflito militar com EUA. Segundo publicações militares especializadas, como o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), a Milícia na Venezuela dispõe de cerca de 212 mil efetivos, que se somam aos 123 mil soldados dos outros quatro ramos das forças armadas. Mas generais reformados consultados pela agência de notícias AFP estimam que, na realidade, apenas cerca de 30 mil milicianos estão bem treinados e armados nesta força altamente ideologizada, formada principal


Nicolás Maduro em encontro com jornalistas REUTERS O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o país está sofrendo uma "agressão" por parte dos Estados Unidos em encontro com jornalistas nesta segunda-feira (15). ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Em um discurso para a imprensa nacional e do exterior, cinco semanas após o começo das tensões entre os dois países, Maduro falou das ameaças que vem recebido e disse que a Venezuela está apenas exercendo seu "direito legítimo à defesa". Neste fim de semana, o presidente venezuelano convocou reservistas, milicianos e jovens alistados a comparecer em quartéis de todo o país para treinamentos de tiro. "Faz cinco semanas que a Venezuela foi ameaçada. O que fizemos nesse período? Unir, empoderar e treinar o povo venezuelano, e defender a nossa verdade. Muitos da mídia continuam classificando como tensão... Não é uma tensão. É uma agressão em todas as linhas: judicial - quando nos criminalizam -, política - com suas ameaças diárias -, diplomática e militar. E a Venezuela está, protegida pelas leis internacionais, para responder a essa agressão. Eles não estão lutando pela paz. Eles usam uma mentira como desculpa para justificar uma escalada militar e um ataque criminoso contra a Venezuela", defendeu. No dia 19 de agosto, o governo norte-americano anunciou que iria usar "toda a força" contra o governo de Nicolás Maduro, justificou a ação como parte de uma operação contra o narcoterrorismo, e enviou navios de guerra para o Mar do Caribe. Atualmente, oito navios da Marinha dos EUA estão em áreas próximas da Venezuela. Há uma semana, o secretário de Guerra do país, Pete Hegseth, fez uma visita surpresa a um deles. Ao defender sua decisão de convocar a população para treinamentos militares, Maduro enumerou todo o arsenal mobilizado pelos EUA: "1.200 mísseis apontados para a Venezuela, um submarino nuclear, 10 jatos F-35 e, de acordo com a governadora de Porto Rico, toda a ilha pronta para invadir o nosso país". Questionado por uma repórter do jornal americano "The New York Times" sobre o ataque dos EUA, no dia 2 de setembro, contra um barco que, de acordo com Donald Trump, estava carregado com drogas, Maduro insinuou que as imagens são antigas e foram alteradas com inteligência artificial, mas não acusou o presidente americano. Respondeu que o republicano deveria "ordenar uma investigação sobre quem lhe deu esse vídeo". Venezuelanos convocados O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou reservistas, milicianos e jovens alistados a comparecer em quartéis de todo o país neste fim de semana para treinamentos de tiro diante das tensões com os Estados Unidos. "Todos os venezuelanos que se alistaram [...] O povo para seus quartéis para receber treinamento e aprender nos polígonos de tiro a atirar para a defesa da pátria", anunciou Maduro durante um ato transmitido pela televisão estatal na sexta-feira (12). O treinamento será direcionado a ensinar técnicas militares e, principalmente, a atirar, segundo o presidente venezuelano. Em agosto, os Estados Unidos enviaram oito navios de guerra, além de caças F-35, para o sul do Caribe para o que definiram como manobras contra o tráfico internacional de drogas. Mas Maduro acusa os EUA de tentarem interferir em governos da América Latina em uma operação disfarçada de luta contra o narcotráfico. Há duas semanas, o presidente venezuelano afirmou que as embarcações estavam "apontadas" para a costa de seu país. Em discurso inflamado durante um ato na sexta-feira, ele disse ainda ter mobilizado "fuzis, tanques e mísseis" para uma eventual defesa de ataques vindos dos navios norte-americanos. "Todas as armas que a República possui para se defender — fuzis, tanques e mísseis — foram mobilizados por todo o país para defender nosso direito à paz. Quem quer paz, prepare-se para defendê-la", proclamou. O presidente venezuelano também ordenou o envio de pelo menos 25 mil efetivos das Forças Armadas a estados fronteiriços com a Colômbia e o Caribe. Convocou ainda os cidadãos a se alistarem na Milícia Bolivariana, um corpo armado composto por civis, para somar fileiras. "Os membros da comunidade, milicianos, reservistas, jovens e pessoas que se alistaram bravamente serão destacados para as 312 unidades militares da Venezuela. Eles ficarão nos quartéis para receber o treinamento tático necessário", disse Maduro na sexta. De farda militar, Maduro pede redução de tensões para prevenir conflito militar com EUA. Segundo publicações militares especializadas, como o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), a Milícia na Venezuela dispõe de cerca de 212 mil efetivos, que se somam aos 123 mil soldados dos outros quatro ramos das forças armadas. Mas generais reformados consultados pela agência de notícias AFP estimam que, na realidade, apenas cerca de 30 mil milicianos estão bem treinados e armados nesta força altamente ideologizada, formada principalmente por aposentados, funcionários públicos e membros do Partido Socialista. Embarcações enviadas pelos EUA ao sul do Caribe Arte/g1
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