MPSP vai apurar ameaças de estupro e morte contra deputadas da Alesp
Anúncio foi feito nesta quinta-feira (5/6) pelo procurador-geral de Justiça de SP, após deputadas da Alesp receberam e-mail com ameaças

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, chefe do Ministério Público do estado (MPSP), designou um promotor de Justiça para acompanhar as investigações sobre as ameaças de estupro e morte endereçadas a deputadas estaduais, via e-mail , no último sábado (31/5). A medida aprovada por unanimidade pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores.
Todas as 24 deputadas Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) receberam um e-mail com mensagem que falava em “estuprar, matar e queimar” todas as parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo.
O autor do texto é um homem, com idade inferior a 30 anos, que se identifica como “masculinista”, diz que enviou o e-mail com “criptografia militar”, que está no “esgoto da Grande SP” e só irá para superfície quando for praticar atos de terrorismo contra seus alvos.
Medidas na Alesp
A Alesp definiu a execução de um teste de segurança, após reunião na terça-feira (3/6), que contou com a presença de parlamentares, do presidente da Casa, André do Prado (PL), integrantes das polícias Civil e Militar (PM), além e o delegado responsável pela investigação do ocorrido. A ação será uma espécie de simulado que vai “testar os protocolos da casa em situações de limite na falta de segurança”.
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“O delegado informou o andamento da investigação. Ele nos garantiu que vai achar e responsabilizar quem de fato fez essas ameaças. A gente discutiu medidas para que as deputadas se sintam mais seguras no trabalho”, disse ao Metrópoles a deputada Andréa Werner (PSB).
Além do teste para identificar as vulnerabilidades na segurança do parlamento, foram discutidas ações para melhorar o protocolo de entrada das pessoas à Alesp. Em alguns momentos, de forma até individualizada, com pedidos de reforço na segurança e uso de carro blindado em situações previstas no regimento, por exemplo.
Investigação
- A Polícia Civil investiga um homem de 28 anos suspeito de ter enviado o e-mail com as ameaças às parlamentares.
- Ele teve o celular e o computador apreendidos durante uma operação deflagrada na última segunda-feira (2/6). O homem negou o crime.
- O envio foi destinado às 24 deputadas da Alesp. Além das ameaças de estupro e termos muito fortes, o remetente também usou mensagens de cunho racista e capacitista.
- Deputadas de todos os campos políticos publicaram uma nota conjunta intitulada “não seremos silenciadas”.
- No comunicado, elas dizem que “casos de violência política como esse, organizados por grupos na internet, têm sido cada vez mais comuns”.
“Fui uma das pessoas citadas nominalmente no e-mail, então, foi algo que me abalou muito. É o meu primeiro mandato. Me preocupo com a minha família. É óbvio que a gente se preocupa, ainda mais quando tem filho. E o carro blindado não protege 100% do tempo, porque em algum momento você vai sair dele. Faço muitas palestras, muitas visitas a entidades, estou sempre em cidades diferentes, então isso me preocupa. Não posso dizer que estou tranquila só porque foi feito um boletim e está sendo investigado: só vou estar tranquila quando essa pessoa for identificada de fato, presa, processada”, complementou a deputada Andréa Werner.
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