'No Kings': por que manifestantes se fantasiam de sapo, unicórnio e galinha nos protestos contra Trump?
Milhares saem às ruas nos EUA e na Europa em protestos ‘No Kings’ contra Donald Trump Um sapo usando uma coroa, um galo vestido com as cores da bandeira americana, dois tubarões atravessando uma ponte correndo: todas essas cenas foram registradas durante os protestos "No Kings", realizados contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no sábado (18), em várias cidades americanas. Havia ainda unicórnios, girafas, dinossauros T-REX e cachorros quentes humanos. Não foi exatamente algo aleatório —mas sim estratégia: a ideia foi evitar que apoiadores de Trump retratassem os protestos como violentos, disseram autoridades do Partido Democrata ao jornal "The Washington Post". Os democratas fazem oposição ao Partido Republicano, de Trump. Republicanos e apoiadores do governo vêm chamando os eventos como "manifestações de ódio à América". "A questão é a tolice. Todos esses caras do MAGA estão por aí dizendo: 'Essas cidades não têm lei, são perigosas'… É como se você estivesse igualando o absurdo da coisa", afirma o estrategista democrata Mike Nellis. Manifestantes fantasiados de sapos e segurando placas como 'Sapos unidos são mais fortes' e 'Sapos, não fascistas' REUTERS/John Rudoff O movimento ganhou força depois que viralizou um vídeo de um manifestante usando uma fantasia inflável de sapo sendo contido com spray de gás de pimenta por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) em Portland. Brooks Brown, um streamer da cidade, criou até uma iniciativa para pedir doações para comprar as fantasias e fornecê-las gratuitamente para as pessoas usarem em protestos contra o ICE. "Isso atravessa qualquer narrativa. Você não pode dizer: 'Olha, é a Antifa, a organização terrorista'. Quando você tem os infláveis, todo mundo começa a dançar e, mesmo as pessoas mais sérias, continuam o que estão fazendo, são disciplinadas... mas não estão com raiva. Não há uma vibração raivosa por trás delas", acredita ele. Manifestantes de várias idades estão usando as fantasias REUTERS/John Rudoff Ao "Post", estrategistas políticos de ambos os lados acreditam que as fantasias são uma forma eficaz de protestar contra o governo Trump. “Tudo é tão sombrio que, ao fazer isso de forma divertida e engraçada, você atrai mais pessoas”, elogia o democrata Andy Barr. Terry Sullivan, um estrategista republicano, disse que o uso de fantasias infláveis é “inteligente” e “dá mais força à história”: “Quando você consegue dar um exemplo visual, ajuda. É uma tentativa de chamar a atenção para os protestos, para que não pareçam e enquadrem a situação de forma que não seja apenas um bando de pessoas furiosas com cabelos roxos atirando pedras". Fantasias infláveis de urso, águia e dinossauro T-Rex REUTERS/Carlos Barria Em Washington, Jonathan Matias, 45, estava no meio da multidão que dominou a Avenida Pensilvânia no sábado, vestindo uma fantasia de banana e segurando um cartaz que dizia: "A América NÃO é uma República das Bananas". Ele defende a ideia: "É uma uma ótima maneira de dizer: 'Ei, não somos violentos. Não somos terroristas domésticos. Não somos pró-Hamas, essas coisas que você está dizendo. Somos americanos pacíficos e amigáveis da vizinhança'". Procurada para falar sobre os protestos e comentar o uso das fantasias, em um comunicado, a Casa Branca criticou a tendência: "É impressionante como esses 'manifestantes' constantemente encontram maneiras de parecerem ainda mais idiotas", disse a porta-voz Abigail Jackson.


Milhares saem às ruas nos EUA e na Europa em protestos ‘No Kings’ contra Donald Trump Um sapo usando uma coroa, um galo vestido com as cores da bandeira americana, dois tubarões atravessando uma ponte correndo: todas essas cenas foram registradas durante os protestos "No Kings", realizados contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no sábado (18), em várias cidades americanas. Havia ainda unicórnios, girafas, dinossauros T-REX e cachorros quentes humanos. Não foi exatamente algo aleatório —mas sim estratégia: a ideia foi evitar que apoiadores de Trump retratassem os protestos como violentos, disseram autoridades do Partido Democrata ao jornal "The Washington Post". Os democratas fazem oposição ao Partido Republicano, de Trump. Republicanos e apoiadores do governo vêm chamando os eventos como "manifestações de ódio à América". "A questão é a tolice. Todos esses caras do MAGA estão por aí dizendo: 'Essas cidades não têm lei, são perigosas'… É como se você estivesse igualando o absurdo da coisa", afirma o estrategista democrata Mike Nellis. Manifestantes fantasiados de sapos e segurando placas como 'Sapos unidos são mais fortes' e 'Sapos, não fascistas' REUTERS/John Rudoff O movimento ganhou força depois que viralizou um vídeo de um manifestante usando uma fantasia inflável de sapo sendo contido com spray de gás de pimenta por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) em Portland. Brooks Brown, um streamer da cidade, criou até uma iniciativa para pedir doações para comprar as fantasias e fornecê-las gratuitamente para as pessoas usarem em protestos contra o ICE. "Isso atravessa qualquer narrativa. Você não pode dizer: 'Olha, é a Antifa, a organização terrorista'. Quando você tem os infláveis, todo mundo começa a dançar e, mesmo as pessoas mais sérias, continuam o que estão fazendo, são disciplinadas... mas não estão com raiva. Não há uma vibração raivosa por trás delas", acredita ele. Manifestantes de várias idades estão usando as fantasias REUTERS/John Rudoff Ao "Post", estrategistas políticos de ambos os lados acreditam que as fantasias são uma forma eficaz de protestar contra o governo Trump. “Tudo é tão sombrio que, ao fazer isso de forma divertida e engraçada, você atrai mais pessoas”, elogia o democrata Andy Barr. Terry Sullivan, um estrategista republicano, disse que o uso de fantasias infláveis é “inteligente” e “dá mais força à história”: “Quando você consegue dar um exemplo visual, ajuda. É uma tentativa de chamar a atenção para os protestos, para que não pareçam e enquadrem a situação de forma que não seja apenas um bando de pessoas furiosas com cabelos roxos atirando pedras". Fantasias infláveis de urso, águia e dinossauro T-Rex REUTERS/Carlos Barria Em Washington, Jonathan Matias, 45, estava no meio da multidão que dominou a Avenida Pensilvânia no sábado, vestindo uma fantasia de banana e segurando um cartaz que dizia: "A América NÃO é uma República das Bananas". Ele defende a ideia: "É uma uma ótima maneira de dizer: 'Ei, não somos violentos. Não somos terroristas domésticos. Não somos pró-Hamas, essas coisas que você está dizendo. Somos americanos pacíficos e amigáveis da vizinhança'". Procurada para falar sobre os protestos e comentar o uso das fantasias, em um comunicado, a Casa Branca criticou a tendência: "É impressionante como esses 'manifestantes' constantemente encontram maneiras de parecerem ainda mais idiotas", disse a porta-voz Abigail Jackson.
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