No MS, Estância Colorada é uma das fazendas mais sustentáveis do país
A Estância Colorada possui 204 hectares e 66 preservados, tudo abastecido por um sistema de energia “verde” exclusivo

Em um cenário de evolução da produção de alimentos aliada à preservação, o agronegócio brasileiro busca saídas sustentáveis de integração entre negócios. E um exemplo pode ser encontrado em Jateí, Mato Grosso do Sul. A Estância Colorada, uma propriedade de 270 hectares, foi eleita uma das fazendas de médio porte mais sustentáveis do país no 9º Prêmio Fazenda Sustentável.
O sistema coordenado pelo proprietário Celso Phillippi Júnior (foto), com formação em medicina veterinária, alia alta tecnologia no reaproveitamento de resíduos, com foco final em uma produção de suínos, unindo rentabilidade, inovação e responsabilidade ambiental.
A Estância Colorada possui 204 hectares e 66 hectares preservados. Além da pecuária de corte, a fazenda conta com tanques de tilápia, carpa, dourado e pintado. Tudo isso abastecido por um sistema de energia “verde” exclusivo.
“Percebi que, quando bem integradas, as atividades rurais geram sinergia e potencializam umas às outras. Por isso, estruturamos um sistema em que tudo está conectado”, conta o gestor da estância. “Investimos em geração de energia limpa: hoje produzimos cerca de 80 mil kWh por mês a partir do biogás e complementamos com três usinas solares, o que nos tornou autossuficientes em todas as unidades.”
A ideia central da fazenda é aproveitar cada recurso à mão. A água da chuva é captada e armazenada, direcionada tanto à criação dos peixes como para a irrigação das pastagens consumidas pelos suínos. O que é produzido pelos porcos aduba lavouras e florestas.
“Isso nos permitiu multiplicar por cinco a capacidade de suporte animal em comparação à média regional e ainda reduzir o uso de adubo químico. Hoje, nossas três atividades principais, suinocultura, pecuária de corte e florestas de eucalipto para biomassa, funcionam de forma integrada”, complementa Celso.
“Essa diversificação garante sustentabilidade, fortalece os negócios e reduz riscos, pois uma atividade complementa a outra. No fundo, é um compromisso com o futuro e com uma forma mais responsável de produzir”, pondera.
Entre os planos futuros da gestão da Estância Colorada estão o aprofundamento em regeneração de solos, irrigação mais eficiente e o aumento da produtividade do rebanho sem confinamento. E levar o modelo bem-sucedido em Jataí para uma nova escala de produção.
Como diretor da Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas), Phillippi Júnior estuda ampliar o projeto para levar a tecnologia do biogás a outros produtores.
A iniciativa chamada “Maximização do Uso do Biogás na Suinocultura” visa a ampliar o aproveitamento do biocombustível, ainda pouco utilizado nas propriedades rurais.
“Na Estância Colorada já utilizamos o biogás, mas sabemos que grande parte dos produtores, especialmente de creche e terminação, ainda não o faz por falta de um modelo de negócio viável. É aí que entra o associativismo: unir forças nos permite buscar soluções conjuntas”, ressalta.
“Estamos construindo caminhos para transformar o biogás em biometano, que poderá abastecer frotas de caminhões e carros da região, além de gerar energia elétrica para consumo e comercialização, zerando a conta de energia das granjas”, explica o gestor.
“Esse é um projeto de médio prazo, que vem sendo construído a várias mãos e que, acredito, trará uma colheita futura fantástica para a suinocultura e para o Mato Grosso do Sul”, frisa.
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