Ovacionado com tiros de fuzil, MC Poze era homenageado em shows do CV

Poze costumava ser ovacionado com saraivadas de tiros disparados por fuzis da facção. Um dos vídeos mostra a homenagem em forma de tiros

May 30, 2025 - 04:00
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Ovacionado com tiros de fuzil, MC Poze era homenageado em shows do CV

Respeitado, admirado e, principalmente, tietado por faccionados do Comando Vermelho (CV), o MC Poze do Rodo foi preso em uma operação deflagrada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ). A história do cantor que deixou a pobreza de lado e anda “coberto de ouro” cantando músicas sobre a guerra entre facções, os chamados “proibidões”, está comprometida com o crime organizado, segundo investigações da polícia carioca.

A coluna apurou que a relação entre Poze e CV é “fechamento”, enraizada e voltada ao lucro. A maior facção do Rio enchia os cofres patrocinando shows do cantor apenas fomentando o tráfico de drogas nas cercanias do palco onde o funkeiro costumava se apresentar, sempre em comunidades dominadas pela facção. A apologia ao crime e a atuação do CV presente nas letras de Poze sempre serviram como um “hino” bradado aos sete cantos pelos criminosos.

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Poze costumava ser ovacionado com saraivadas de tiros disparados por fuzis da facção. Num dos vídeos que viralizaram, em dezembro do ano passado, Poze aparece em um palco, sentado e com a perna imobilizada. Ele se apresentava em um baile em Pilares, na zona norte do Rio, com barulho de tiros ao fundo. Os vídeos foram publicados no próprio perfil do chamado “Baile do Urubu”, no morro que leva o nome da festa. Em um momento da apresentação, o cantor menciona a facção Terceiro Comando Puro (TCP), rival do Comando Vermelho.

Veja as imagens:

A prisão

Equipes da DRE prenderam temporariamente o cantor após as investigações apontarem para uma sólida relação do artista com integrantes da cúpula da facção. Os investigadores conseguiram provas robustas para sustentar o pedido de prisão temporária do artista pelo elo que ele mantém com os criminosos, ajudando, inclusive, a propagar o nome da facção.

Recentemente, Poze comemorou nas redes sociais uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro que determinou a devolução de carros de luxo e joias apreendidas durante uma operação da Polícia Civil, em novembro de 2024.

Carrões e joias

A decisão foi proferida pelo juiz Thales Nogueira, da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa, que aceitou parcialmente os pedidos da defesa de Poze e de sua esposa, Viviane. O processo tramita em segredo de Justiça. Entre os itens restituídos, estão veículos de luxo – como uma Land Rover, uma BMW e um Honda HR-V – além de diversas joias.

A investigação da polícia revelou que o grupo rifava veículos e transferências Pix, em valores que podiam chegar a R$ 200 mil. No entanto, no caso dos automóveis, a documentação não era passada para o nome dos vencedores.

A polícia apontou que os suspeitos usam parâmetros do sorteio da Loteria Federal e, assim, passam uma aparente impressão de credibilidade e legalidade ao sorteio. Mas não há processo de auditagem oficial para checar o real ganhador, já que eles utilizam um aplicativo customizado com indícios de fraudes, o que torna a prática ilegal.

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