Pacata, Igaratá vira point de influencers e refúgio de membros do PCC

Foi na cidade do interior paulista, com 10 mil habitantes, que o influenciador Buzeira foi preso pela PF suspeito de elo com o PCC

Oct 26, 2025 - 03:00
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Pacata, Igaratá vira point de influencers e refúgio de membros do PCC

Com pouco mais de 10 mil habitantes,  famosa por suas águas e represa — usadas para lazer nos finais de semana — a pacata cidade de Igaratá, no interior paulista, tornou-se também palco de investigações que apontam conexão entre influenciadores digitais, ostentação e o crime organizado,  sobretudo a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Situada no Vale do Paraíba, Igaratá passou a atrair celebridades de redes sociais e funkeiros que gravam clipes e exibem mansões, motos aquáticas e casas de frente para a represa. 12 imagensEspecialista analisa prisão de Buzeira, que denunciou excesso policialO influencer BuzeiraGravou o cerco: antes de ser preso, Buzeira ironizou Marinha em vídeoInfluenciador BuzeiraFechar modal.1 de 12

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Especialista analisa prisão de Buzeira, que denunciou excesso policialInstagram/Reprodução3 de 12

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O influencer BuzeiraReprodução/Instagram5 de 12

Gravou o cerco: antes de ser preso, Buzeira ironizou Marinha em vídeoReprodução/Instagram6 de 12

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Buzeira posa com seu macaquinho de estimação, dois carros de luxo e um helicópteroInstagram/Reprodução8 de 12

Influenciador BuzeiraReprodução9 de 12

Empresário, preso sob suspeita de mandar matar membros do PCC, foi solto por determinação do STJDivulgação10 de 12

Delator do PCC, Vinícius Gritzbach foi executado no Aeroporto de GuarulhosReprodução/SBT11 de 12

Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC, foi morto no aeroporto de GuarulhosReprodução/SBT12 de 12

Câmera Record/Reprodução

Um imóvel ali existente pertence a um homem que foi delatado pelo corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, assassinado após delatar a relação do PCC com agentes públicos, inserindo o imóvel no tabuleiro de uma investigação sobre lavagem de dinheiro.

Ademir Pereira de Andrade, também mencionado no âmbito da delação de Gritzbach, possui mansão à beira da represa em Igaratá. Ele é apontado como operador financeiro do PCC.

Influenciadores e a polícia

A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação denominada Narco Bet, no último dia 14, que inclui mandados de prisão e busca contra um esquema de apostas, lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas. Um dos alvos foi o influenciador digital Bruno Alexssander Souza Silva, o Buzeira, preso em uma mansão em Igaratá, avaliada em quase R$ 20 milhões.

Isso resultou de um trabalho de inteligência policial,  que observou como Igaratá, por ser um local de lazer, perto de São Paulo e numa região pacata, passou a atrair frequentadores inabituais — como membros da maior facção do país. A presença deles, porém, não impactou no aumento de índices criminais na cidade, como pontuado pela delegacia local.

A presença de mansões de investigados e imóveis de luxo, à beira da represa, gera desconfiança entre investigadores, que checam o eventual uso de Igaratá como refúgio ou, ainda, local de facilitação de operações de ocultação de renda. A articulação entre ostentação de influenciadores, imóveis de alto padrão e endereços citados em investigações fortalece a atenção das autoridades.

O influenciador e funkeiro Chrys Dias, que também tem uma casa milionária em Igaratá, foi alvo ano passado de uma operação de Polícia Civil, que apurava um esquema ilegal de divulgação e arrecadação de valores, com jogos de azar, como por meio do “jogo do Tigrinho”.

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A casa de alto padrão de Chrys, em Igaratá, passou a ser ponto turístico por causa de uma cachoeira artificial e, também, por nela estar o maior píer da América Latina.

O imóvel de luxo de Buzeira não fica para trás e é chamado de “Disney de Igaratá”, tanto por  frequentadores como por admiradores, por oferecer várias opções de lazer.

O pequeno municípío, em decorrência das menções feitas por funkeiros, incluindo em músicas, é chamada de “cidade do funk” entre os fãs do gênero musical.

O caso Gritzbach e o elo com Igaratá

Gritzbach, de 38 anos, era delator do PCC e atuava no ramo imobiliário e na lavagem de dinheiro, como já mostrado pelo Metrópoles. Ele foi fuzilado no Aeroporto Internacional de São Paulo, na região metropolitana, em 8 de novembro do ano passado, em uma emboscada atribuída à facção e concretizada por policiais militares.

Quatro dias após a execução de Gritzbach, uma mensagem chegou, falando sobre uma festa em Igaratá “comemorando” a morte do delator.

Outra comemoração, como revelado pelo Metrópoles, também ocorreu no Rio de Janeiro. O autor do convite seria João Victor Amaral Coelho, irmão de Kauê do Amaral Coelho, que segue foragido, e seria o olheiro do PCC responsável por dar o sinal aos matadores sobre a chegada de Gritzbach no aeroporto de Guarulhos.

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