Pai de brasileiro condenado por tentar atirar em Cristina Kirchner foi expulso do Brasil após furtos e estelionato
Cristina Kirchner: quem é o suspeito de tentar matar a vice-presidente da Argentina O pai do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, condenado nesta quarta-feira (8) a 10 anos de prisão por tentar matar a então vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, é chileno e já foi alvo de processo de expulsão do Brasil, em 2020, pela Polícia Federal por condenações por furtos, estelionato e falsificação de documento no estado de SP. Na ocasião, Montiel atirou contra a cabeça de Cristina, então vice-presidente da Argentina, mas sua arma falhou. O atentado aconteceu quando Cristina acenava para apoiadores na frente de sua casa. O g1 apurou que o pai dele é Fernando Ernesto Montiel Araya. Ele cometeu crimes em São Paulo entre os anos de 2001 e 2014. Em um deles, chegou a ter a prisão preventiva decretada e ficou detido quase um ano no Guarujá, no litoral (veja detalhes abaixo). No documento da Polícia Federal, divulgado no site do governo, consta que o inquérito foi instaurado por conta da existência de sentença penal pela Justiça em seis processos contra Fernando Ernesto. Ele foi notificado para ir à delegacia no dia 14 de abril de 2020 para formalização de sua qualificação e interrogatório. Fernando Ernesto teve três passagens pela Penitenciária de Itaí, sendo a última entre 19 de agosto de 2015 e 20 de outubro do mesmo ano, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Expulsão No Diário Oficial da União, de 20 de agosto de 2021, foi publicada a portaria de nº 3.696, de 18 de agosto, em que a coordenadora de processos migratórios "resolveu pela expulsão de Fernando do território nacional, ficando a efetivação da medida condicionada ao cumprimento da pena a que estiver sujeito no país ou à liberação pelo Poder Judiciário, com o impedimento de reingresso no Brasil pelo período de 24 anos, a partir da execução da medida". LEIA TAMBÉM: Ataque contra Cristina Kirchner: o que se sabe e o que falta esclarecer Quem é o brasileiro suspeito de tentar matar Cristina Kirchner VÍDEO: momento a momento do atentado Fontes apontam que o último endereço dele no país foi em Guarujá. Não há informação sobre em qual país Fernando Ernesto está atualmente. O g1 tentou entrar em contato com advogados que defenderam Fernando Ernesto, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Processos com condenação Segundo o g1 apurou, uma das primeiras condenações citadas nesse documento da PF é referente ao crime de estelionato registrado em 2001, no 5º Distrito Policial, no bairro Aclimação, São Paulo. Fernando foi condenado a um ano de prisão e ao pagamento de 10 dias-multa no valor unitário mínimo e no regime semiaberto. Outro processo citado é do ano de 2009, em que ele foi condenado pelo crime de furto em São Paulo. Em 2011, ele teve mais uma condenação pelo mesmo crime, também na capital. Consta do processo que Fernando Ernesto foi condenado por furtar a carteira de um homem e falsificar o documento de identidade da vítima dentro de um shopping na Avenida Paulista. A vítima alegou que deixou o paletó na cadeira de um restaurante e, pouco tempo depois, não achou a carteira. A polícia foi acionada e encontraram Fernando Ernesto com documento da vítima e dois cartões tentando finalizar uma compra em uma loja de relógios. O documento já estava alterado com a foto de Fernando. Ele admitiu à polícia apenas a falsificação e negou a prática de furto, afirmando que achou o documento e cartões de crédito em uma lixeira. No processo, o réu entrou com recurso e a 14ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça deu parcial provimento “ao recurso para reduzir as suas penas para 4 anos de reclusão, em regime aberto, e pagamento de 20 (vinte) dias-multa, substituída a pena privativa de liberdade por prestação de serviços à comunidade pelo prazo da condenação, e por multa no valor de 10 (dez) diárias mínimas". Crime em Guarujá Três anos após essa condenação, Fernando Ernesto foi preso em flagrante em Guarujá, litoral de São Paulo, acusado de furtar um supermercado em 25 de outubro de 2014. Segundo o processo, ele foi abordado no estacionamento de um supermercado e os seguranças encontraram no interior de sua mochila carne bovina e lombo de bacalhau, avaliados em R$ 370. Foi perguntado se ele tinha o comprovante de pagamento. A polícia foi acionada e o prendeu. Testemunhas alegaram, na época, que Fernando Ernesto tinha ido ao mercado dias antes e que as mercadorias tinham sumido. O açougueiro o viu novamente e avisou a equipe de segurança. Ele afirmou que colocaram a mercadoria dentro de sua mochila e que teria sido agredido, mas teve a prisão preventiva decretada. Em 13 de agosto de 2015, ele recebeu o alvará de soltura após a defesa entrar com recurso e a Justiça condená-lo a oito meses e cinco dias de reclusão em regime inicial aberto e pagamento de seis dias-multa. O que se sabe sobre o ataque a Cristina Kirchner Atentado A arma da marca Bersa calibre 32 estava carregada com cinco balas, mas fa


Cristina Kirchner: quem é o suspeito de tentar matar a vice-presidente da Argentina O pai do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, condenado nesta quarta-feira (8) a 10 anos de prisão por tentar matar a então vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, é chileno e já foi alvo de processo de expulsão do Brasil, em 2020, pela Polícia Federal por condenações por furtos, estelionato e falsificação de documento no estado de SP. Na ocasião, Montiel atirou contra a cabeça de Cristina, então vice-presidente da Argentina, mas sua arma falhou. O atentado aconteceu quando Cristina acenava para apoiadores na frente de sua casa. O g1 apurou que o pai dele é Fernando Ernesto Montiel Araya. Ele cometeu crimes em São Paulo entre os anos de 2001 e 2014. Em um deles, chegou a ter a prisão preventiva decretada e ficou detido quase um ano no Guarujá, no litoral (veja detalhes abaixo). No documento da Polícia Federal, divulgado no site do governo, consta que o inquérito foi instaurado por conta da existência de sentença penal pela Justiça em seis processos contra Fernando Ernesto. Ele foi notificado para ir à delegacia no dia 14 de abril de 2020 para formalização de sua qualificação e interrogatório. Fernando Ernesto teve três passagens pela Penitenciária de Itaí, sendo a última entre 19 de agosto de 2015 e 20 de outubro do mesmo ano, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Expulsão No Diário Oficial da União, de 20 de agosto de 2021, foi publicada a portaria de nº 3.696, de 18 de agosto, em que a coordenadora de processos migratórios "resolveu pela expulsão de Fernando do território nacional, ficando a efetivação da medida condicionada ao cumprimento da pena a que estiver sujeito no país ou à liberação pelo Poder Judiciário, com o impedimento de reingresso no Brasil pelo período de 24 anos, a partir da execução da medida". LEIA TAMBÉM: Ataque contra Cristina Kirchner: o que se sabe e o que falta esclarecer Quem é o brasileiro suspeito de tentar matar Cristina Kirchner VÍDEO: momento a momento do atentado Fontes apontam que o último endereço dele no país foi em Guarujá. Não há informação sobre em qual país Fernando Ernesto está atualmente. O g1 tentou entrar em contato com advogados que defenderam Fernando Ernesto, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Processos com condenação Segundo o g1 apurou, uma das primeiras condenações citadas nesse documento da PF é referente ao crime de estelionato registrado em 2001, no 5º Distrito Policial, no bairro Aclimação, São Paulo. Fernando foi condenado a um ano de prisão e ao pagamento de 10 dias-multa no valor unitário mínimo e no regime semiaberto. Outro processo citado é do ano de 2009, em que ele foi condenado pelo crime de furto em São Paulo. Em 2011, ele teve mais uma condenação pelo mesmo crime, também na capital. Consta do processo que Fernando Ernesto foi condenado por furtar a carteira de um homem e falsificar o documento de identidade da vítima dentro de um shopping na Avenida Paulista. A vítima alegou que deixou o paletó na cadeira de um restaurante e, pouco tempo depois, não achou a carteira. A polícia foi acionada e encontraram Fernando Ernesto com documento da vítima e dois cartões tentando finalizar uma compra em uma loja de relógios. O documento já estava alterado com a foto de Fernando. Ele admitiu à polícia apenas a falsificação e negou a prática de furto, afirmando que achou o documento e cartões de crédito em uma lixeira. No processo, o réu entrou com recurso e a 14ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça deu parcial provimento “ao recurso para reduzir as suas penas para 4 anos de reclusão, em regime aberto, e pagamento de 20 (vinte) dias-multa, substituída a pena privativa de liberdade por prestação de serviços à comunidade pelo prazo da condenação, e por multa no valor de 10 (dez) diárias mínimas". Crime em Guarujá Três anos após essa condenação, Fernando Ernesto foi preso em flagrante em Guarujá, litoral de São Paulo, acusado de furtar um supermercado em 25 de outubro de 2014. Segundo o processo, ele foi abordado no estacionamento de um supermercado e os seguranças encontraram no interior de sua mochila carne bovina e lombo de bacalhau, avaliados em R$ 370. Foi perguntado se ele tinha o comprovante de pagamento. A polícia foi acionada e o prendeu. Testemunhas alegaram, na época, que Fernando Ernesto tinha ido ao mercado dias antes e que as mercadorias tinham sumido. O açougueiro o viu novamente e avisou a equipe de segurança. Ele afirmou que colocaram a mercadoria dentro de sua mochila e que teria sido agredido, mas teve a prisão preventiva decretada. Em 13 de agosto de 2015, ele recebeu o alvará de soltura após a defesa entrar com recurso e a Justiça condená-lo a oito meses e cinco dias de reclusão em regime inicial aberto e pagamento de seis dias-multa. O que se sabe sobre o ataque a Cristina Kirchner Atentado A arma da marca Bersa calibre 32 estava carregada com cinco balas, mas falhou na hora do disparo e a vice-presidente não foi ferida. A motivação do atentado é desconhecida. Homem é detido após tentar assassinar Cristina Kirchner na Argentina Reprodução/GloboNews No momento da tentativa de assassinato, ele levanta a mão esquerda, que está com a arma, e tenta atirar. No vídeo, é possível ver que ele chega a engatilhar a pistola, que falha. A Polícia Federal argentina, que estava cuidando da segurança de Cristina, o deteve rapidamente. "Agora a situação tem que ser analisada pelo nosso pessoal da (polícia) Científica para avaliar os rastros e a capacidade e disposição que essa pessoa tinha", disse Aníbal Fernández. Fernando Andrés Sabag Montiel divulgado pela imprensa argentina C5N Até sua prisão, Sabag Montiel, nascido no Brasil, morava em um apartamento alugado de um cômodo no município de San Martín, na Grande Buenos Aires. O dono do lugar, Sergio Paroldi, de 46 anos, falou com o diário argentino e contou da surpresa ao descobrir o que o inqulino havia feito. “Ontem cheguei tarde em casa. Liguei a TV para ver o que se sabia sobre o ataque a Cristina e de repente vi uma foto do meu inquilino no noticiário. Era o Fernando! Não consigo acreditar”, disse. O documento do brasileiro obtido pela Polícia Federal argentina mostra que ele nasceu em São Paulo. Os registros comerciais afirmam que o brasileiro tinha autorização para atuar como motorista de aplicativos na Argentina e tem um carro em seu nome. Mapa mostra local do ataque contra Cristina Kirchner Editoria de Arte/g1
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