PM que matou marceneiro com tiro na cabeça em Parelheiros é preso

Policial já passou por audiência de custódia, que manteve a prisão do agente que atirou contra marceneiro no início de julho

Agosto 17, 2025 - 11:30
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PM que matou marceneiro com tiro na cabeça em Parelheiros é preso

O policial militar Fabio Anderson Pereira de Almeida, que matou com tiros pelas costas um marceneiro que saía do trabalho, em Parelheiros, zona sul da capital, no início de julho, foi preso nesse sábado (16/8).

Ele foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o agente já passou por audiência de custódia, que manteve a decisão pela prisão.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que as investigações do caso prosseguem pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que aguarda a emissão dos laudos periciais para concluir e relatar o inquérito policial ao Poder Judiciário.

Brutalidade

O pedido de prisão do agente tinha sido decretado pela Justiça de São Paulo na sexta-feira (15/8). A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público (MPSP), que ofereceu denúncia contra o PM no dia anterior.

A juíza Paula Marine Konno, da 2ª Vara do Júri, afirmou que a brutalidade do crime e a “periculosidade do agente” eram suficientes para justificar a prisão preventiva.

“Os fatos relatados indicam, portanto, seu alto grau de periculosidade evidenciado no modus operandi do ato criminoso, a impor a sua segregação cautelar”, disse a magistrada.

Na denúncia, apresentada na última quinta-feira (14/8), o promotor de Justiça Everton Luiz Zanella afirmou que Fabio Anderson Pereira de Almeida não agiu em acordo com sua função pública e matou o trabalhador que corria para pegar um ônibus. Zanella ainda argumenta que o PM atirou três vezes contra o marceneiro e ainda atingiu outra vítima, colocando em risco as pessoas que caminhavam em uma via pública. 3 imagensO PM diz ter reagido a uma tentativa de roubo e confundido o jovem com um dos assaltantesGuilherme Dias Santos Ferreira, 26 anos, foi morto pela PM após ser confundido com ladrãoFechar modal.1 de 3

Guilherme Dias Santos Ferreira, 26 anos, foi morto pela PM após ser confundido com ladrãoReprodução/Globo2 de 3

O PM diz ter reagido a uma tentativa de roubo e confundido o jovem com um dos assaltantesReprodução3 de 3

Guilherme Dias Santos Ferreira, 26 anos, foi morto pela PM após ser confundido com ladrãoReprodução/Globo

“A conduta é completamente inaceitável e caracterizada pela existência de recurso que impediu a reação do ofendido Guilherme, que morreu após um dia de intenso trabalho, num momento em que apenas queria voltar para sua casa e sua família e não poderia — jamais — imaginar que seria alvejado por um disparo”, acrescentou.

Relembre o caso do PM que matou marceneiro

  • O crime aconteceu na noite do dia 4 de julho na Estrada Turística de Parelheiros, zona sul de São Paulo.
  • O marceneiro Guilherme Dias Santos, de 26 anos, foi morto com um tiro na cabeça disparado pelo policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida.
  • Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o PM reagiu a uma tentativa de roubo praticada por um grupo de motociclistas e atirou contra os suspeitos. Em seguida, ainda no local, o policial viu um homem se aproximando e disparou novamente.
  • O rapaz, no entanto, era Guilherme, que estava caminhando em direção a um ponto de ônibus e não tinha relação com a ocorrência.
  • Após matar o marceneiro, Almeida chegou a ser preso em flagrante por homicídio culposo (não intencional). No entanto, foi liberado no mesmo dia, após pagar fiança de R$ 6,5 mil. Os investigadores da Polícia Civil apontaram contradições no depoimento do policial e pediram a prisão preventiva do acusado.
  • Na quinta-feira (14/8), o Ministério Público de São Paulo apresentou denúncia contra o policial, solicitando prisão preventiva e anulação da fiança.

Vídeo mostra jovem saindo do trabalho

Vídeos de câmeras de segurança mostram o momento exato em que o trabalhador Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, bateu o ponto em seu trabalho, às 22h23, apenas alguns minutos antes de ser morto pelo policial militar. Veja:

 

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