Putin concordou com garantias de segurança à Ucrânia, diz enviado de Trump; Zelensky pede mais explicações aos EUA
Vladimir Putin, Donald Trump e Volodymyr Zelensky Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS, Reuters e Genya Savilov/AFP O presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordou com garantias de segurança à Ucrânia durante o encontro no Alasca com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou o enviado especial Steve Witkoff neste domingo (17). ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Witkoff, que se encontrou com o presidente russo diversas vezes nos últimos meses, chamou as garantias de segurança acordadas entre Putin e Trump como "um grande avanço" e "robustas", e que funcionariam de modo similar ao artigo de defesa mútua da Otan. “Putin já afirmou que a entrada da Ucrânia na Otan é uma linha vermelha. Então, o que discutimos foi: partindo do pressuposto de que isso se manteria, e de que os ucranianos aceitariam e conseguiriam conviver com isso — porque tudo dependerá do que os ucranianos possam aceitar —, conseguimos obter a seguinte concessão: que os EUA e os europeus poderiam oferecer uma proteção semelhante ao Artigo 5”, afirmou Witkoff em entrevista à "CNN" americana. Witkoff também mencionou possíveis "concessões" territoriais russas, porém sem dar mais detalhes. "Os russos fizeram algumas concessões na mesa de negociações em relação às cinco regiões", disse o enviado de Trump, aparentemente se referindo a Donetsk, Luhansk, Kherson, Zaporizhzhia e Crimeia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no entanto, demonstrou-se cético com a possibilidade, e disse que há muita coisa no ar, mas que a Rússia certamente não dará garantias de segurança à Ucrânia. Zelensky afirmou querer ouvir mais explicações e detalhes sobre tudo o que foi conversado no Alasca, e "importa muito mais [o fato] que Trump sinalizou por essas garantias" do que o lado russo. "O fato de o presidente Trump ter sinalizado sobre garantias de segurança é muito mais importante para mim do que os pensamentos de Putin, porque Putin não dará nenhuma garantia de segurança. Garantias de segurança significam um exército forte, e apenas a Ucrânia pode fornecer isso. Financiamento, armas, defesas aéreas, são tudo perguntas neste momento. Queremos muito obter as respostas deles [EUA]", afirmou Zelensky em coletiva de imprensa conjunta com a chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen. Trump citou neste domingo (17) um "grande progresso sobre a Rússia", porém não deu mais detalhes. "GRANDE PROGRESSO SOBRE A RÚSSIA. FIQUEM LIGADOS", afirmou Trump em publicação sucinta na Truth Social. Depois, o presidente fez 20 outras publicações, uma escrito "bela", e outras 19 republicações de conteúdos de usuários da rede social. Após encontro com Putin, Trump se reunirá com Zelensky na segunda-feira Já o secretário de Estado, Marco Rubio, disse à TV americana "NBC" que "tanto Rússia quanto a Ucrânia terão que fazer concessões para a paz". "Tem coisas que a Rússia quer, e não terá, e coisas que a Ucrânia quer, e também não terá", afirmou Rubio. Segundo o secretário, garantias de segurança aos ucranianos serão discutidas na reunião da segunda-feira. Rubio defendeu a reunião entre Trump e Putin, que acabou sem acordo para um cessar-fogo na sexta-feira, ao dizer que o encontro gerou avanços. “Nunca dissemos que sairia um acordo da reunião, porque os ucranianos não estariam presentes. Esta é uma guerra entre dois países, e os Estados Unidos não é um deles. Fizemos progressos ao reduzir o conjunto de questões em disputa. (...) Identificamos possíveis áreas de acordo, mas ainda existem grandes pontos de divergência”, afirmou. Encontro Trump, Zelensky e europeus na Casa Branca Diversos líderes de alto escalão da Europa anunciaram neste domingo (17) que formarão uma comitiva para acompanhar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na reunião com Trump na Casa Branca na segunda-feira. Até o momento, os seguintes líderes afirmaram que irão a Washington D.C. Presidente da França, Emmanuel Macron; Primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer; Chanceler da Alemanha, Friedrich Merz; Chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen; Secretário-geral da Otan, Mark Rutte; Primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; Presidente da Finlândia, Alexander Stubb. "Vamos apoiar a Ucrânia por uma paz justa e duradoura pelo tempo que for necessário", afirmou von der Leyen. Já Starmer disse em comunicado que "a paz na Ucrânia não pode ser decidida sem Zelensky" e que "os europeus estão prontos para apoiá-lo nesta próxima fase" em busca de "garantias robustas de segurança" aos ucranianos. A reunião de Trump com os europeus, anunciada inicialmente apenas com Zelensky, tem como objetivo tratar dos próximos passos para possivelmente colocar um fim na guerra da Ucrânia, e ocorre três dias após o encontro bilateral do presidente americano com Vladimir Putin, que terminou sem acordo de cessar-fogo na sexta-feira. Os europeus e Zelensky buscam um acordo para finalizar a guerra da Ucrânia, que já dura três anos e meio e causada por invasão rus


Vladimir Putin, Donald Trump e Volodymyr Zelensky Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS, Reuters e Genya Savilov/AFP O presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordou com garantias de segurança à Ucrânia durante o encontro no Alasca com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou o enviado especial Steve Witkoff neste domingo (17). ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Witkoff, que se encontrou com o presidente russo diversas vezes nos últimos meses, chamou as garantias de segurança acordadas entre Putin e Trump como "um grande avanço" e "robustas", e que funcionariam de modo similar ao artigo de defesa mútua da Otan. “Putin já afirmou que a entrada da Ucrânia na Otan é uma linha vermelha. Então, o que discutimos foi: partindo do pressuposto de que isso se manteria, e de que os ucranianos aceitariam e conseguiriam conviver com isso — porque tudo dependerá do que os ucranianos possam aceitar —, conseguimos obter a seguinte concessão: que os EUA e os europeus poderiam oferecer uma proteção semelhante ao Artigo 5”, afirmou Witkoff em entrevista à "CNN" americana. Witkoff também mencionou possíveis "concessões" territoriais russas, porém sem dar mais detalhes. "Os russos fizeram algumas concessões na mesa de negociações em relação às cinco regiões", disse o enviado de Trump, aparentemente se referindo a Donetsk, Luhansk, Kherson, Zaporizhzhia e Crimeia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no entanto, demonstrou-se cético com a possibilidade, e disse que há muita coisa no ar, mas que a Rússia certamente não dará garantias de segurança à Ucrânia. Zelensky afirmou querer ouvir mais explicações e detalhes sobre tudo o que foi conversado no Alasca, e "importa muito mais [o fato] que Trump sinalizou por essas garantias" do que o lado russo. "O fato de o presidente Trump ter sinalizado sobre garantias de segurança é muito mais importante para mim do que os pensamentos de Putin, porque Putin não dará nenhuma garantia de segurança. Garantias de segurança significam um exército forte, e apenas a Ucrânia pode fornecer isso. Financiamento, armas, defesas aéreas, são tudo perguntas neste momento. Queremos muito obter as respostas deles [EUA]", afirmou Zelensky em coletiva de imprensa conjunta com a chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen. Trump citou neste domingo (17) um "grande progresso sobre a Rússia", porém não deu mais detalhes. "GRANDE PROGRESSO SOBRE A RÚSSIA. FIQUEM LIGADOS", afirmou Trump em publicação sucinta na Truth Social. Depois, o presidente fez 20 outras publicações, uma escrito "bela", e outras 19 republicações de conteúdos de usuários da rede social. Após encontro com Putin, Trump se reunirá com Zelensky na segunda-feira Já o secretário de Estado, Marco Rubio, disse à TV americana "NBC" que "tanto Rússia quanto a Ucrânia terão que fazer concessões para a paz". "Tem coisas que a Rússia quer, e não terá, e coisas que a Ucrânia quer, e também não terá", afirmou Rubio. Segundo o secretário, garantias de segurança aos ucranianos serão discutidas na reunião da segunda-feira. Rubio defendeu a reunião entre Trump e Putin, que acabou sem acordo para um cessar-fogo na sexta-feira, ao dizer que o encontro gerou avanços. “Nunca dissemos que sairia um acordo da reunião, porque os ucranianos não estariam presentes. Esta é uma guerra entre dois países, e os Estados Unidos não é um deles. Fizemos progressos ao reduzir o conjunto de questões em disputa. (...) Identificamos possíveis áreas de acordo, mas ainda existem grandes pontos de divergência”, afirmou. Encontro Trump, Zelensky e europeus na Casa Branca Diversos líderes de alto escalão da Europa anunciaram neste domingo (17) que formarão uma comitiva para acompanhar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na reunião com Trump na Casa Branca na segunda-feira. Até o momento, os seguintes líderes afirmaram que irão a Washington D.C. Presidente da França, Emmanuel Macron; Primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer; Chanceler da Alemanha, Friedrich Merz; Chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen; Secretário-geral da Otan, Mark Rutte; Primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; Presidente da Finlândia, Alexander Stubb. "Vamos apoiar a Ucrânia por uma paz justa e duradoura pelo tempo que for necessário", afirmou von der Leyen. Já Starmer disse em comunicado que "a paz na Ucrânia não pode ser decidida sem Zelensky" e que "os europeus estão prontos para apoiá-lo nesta próxima fase" em busca de "garantias robustas de segurança" aos ucranianos. A reunião de Trump com os europeus, anunciada inicialmente apenas com Zelensky, tem como objetivo tratar dos próximos passos para possivelmente colocar um fim na guerra da Ucrânia, e ocorre três dias após o encontro bilateral do presidente americano com Vladimir Putin, que terminou sem acordo de cessar-fogo na sexta-feira. Os europeus e Zelensky buscam um acordo para finalizar a guerra da Ucrânia, que já dura três anos e meio e causada por invasão russa, que preserve a soberania nacional e a integridade territorial ucranianas. Trump, no entanto, tende a direcionar as tratativas para que Zelensky ceda territórios exigidos por Putin para colocar um fim no conflito —algo considerado inaceitável pelos europeus. Trump não se manifestou sobre a ida dos líderes europeus à Casa Branca até a última atualização desta reportagem. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou neste domingo que "tanto Ucrânia quanto Rússia terão que fazer concessões para conseguirem um acordo de paz". Rubio disse também que garantias de segurança à Ucrânia serão discutidas na reunião de segunda-feira. Com a comitiva, os europeus tentam buscar um lugar nas conversas de paz. A decisão de acompanhar Zelensky também pode ter a ver com sua última ida à Casa Branca, em fevereiro, quando Trump e o ucraniano protagonizaram um bate-boca público. Na ocasião, o presidente dos EUA acusou Zelensky de estar "jogando com a 3ª Guerra Mundial", e a reunião se encerrou abruptamente. Antes de rumarem a Washington D.C., os líderes europeus se reunirão com Zelensky neste domingo e tratarão da "coalizão dos dispostos", iniciativa para prover maior apoio à Ucrânia que inclui tropas pacificadoras que seriam enviadas ao país após um cessar-fogo na guerra. Também neste domingo, Putin falou ao telefone com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, seu maior aliado, para o informar sobre os resultados da reunião com Trump. O presidente dos EUA ligou para líderes da Otan e Zelensky tarde da noite na sexta-feira, logo após o encontro com Putin. Trump também tenta uma reunião trilateral com Putin e Zelensky, algo que o líder ucraniano disse apoiar e que "possibilitaria discutir diretamente questões-chave" do conflito. (Leia mais abaixo sobre o encontro Trump-Putin) "Muitos pontos foram acordados. Restam apenas alguns poucos —alguns não são tão significativos. Um é provavelmente o mais significativo. Ainda não chegamos lá, mas fizemos algum progresso. Há boas chances de chegar lá. Putin quer parar de ver pessoas serem mortas", disse Trump, sem entrar em detalhes. LEIA TAMBÉM: Entenda a estratégia de líderes europeus ao se juntarem a Zelensky na reunião com Trump sobre a guerra na Ucrânia Os principais recados de Trump e Putin Putin vira meme com caras e bocas antes de reunião com Trump no Alasca; VÍDEO Sem acordo entre Trump e Putin Putin agradece apoio de Trump e anuncia que não há acordo sobre guerra contra Ucrânia A reunião entre Putin e Trump desta sexta-feira (15), que durou três horas, começou às 16h30 no horário de Brasília, após os dois protagonizarem um cumprimento efusivo após chegarem ao Alasca. Em pronunciamento rápido, ambos trocaram elogios. Putin foi o primeiro a falar, agradeceu o convite de Trump e chamou a conversa de "construtiva", mas apontou a necessidade de as preocupações da Rússia serem levadas em conta. "A Ucrânia foi um dos principais tópicos. Vemos o desejo de Trump de entender a essência do conflito e estamos sinceramente interessados em acabar com ele, mas todas as causas fundamentais devem ser eliminadas, e todas as preocupações da Rússia devem ser levadas em conta. Concordo com Trump que a segurança da Ucrânia deve ser garantida. Espero que a compreensão mútua traga paz à Ucrânia", declarou. A guerra da Ucrânia começou em 2022. O russo também afirmou que os dois países conversaram sobre parcerias comerciais: "A parceria de investimento entre Rússia e Estados Unidos tem enorme potencial. Esperamos que a Ucrânia e a Europa não tentem sabotar as negociações. Esperamos que os acordos de hoje sirvam de ponto de partida para a restauração das relações entre nossos países". Depois de Putin foi a vez de Trump se pronunciar. Ele afirmou que ainda não há um acordo de cessar-fogo para a guerra, mas que a reunião foi "muito produtiva" e que ele e o presidente russo concordaram "na maioria dos pontos". Putin e Trump rindo após se encontrarem ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP Essa foi a primeira cúpula entre os dois países desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, e o primeiro encontro a sós entre os dois líderes desde 2018. Uma certeza que ambos os lados apontavam é que o debate pelas regiões ucranianas atualmente ocupadas por tropas russas seria o ponto central das negociações. Segundo o Instituto para o Estado da Guerra (ISW, na sigla em inglês), Moscou controla militarmente cerca de 20% de todo o território ucraniano. E nenhum dos lados sinalizou querer abrir mão dessas regiões. Entenda a ocupação russa na Ucrânia Arte/g1
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