Por que o Brasil nunca teve um Prêmio Nobel? (Roberto Caminha Filho)

Será que falta alguma vitamina? Será deficiência de zinco? Falta de ômega 3? Ou é só azar mesmo?

May 12, 2025 - 11:30
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Por que o Brasil nunca teve um Prêmio Nobel? (Roberto Caminha Filho)

Vamos ser sinceros, Meu Brasil Brasileiro: já passou da hora, certo? Com tantos brasileiros talentosos, criativos e cheios de histórias pra contar, como é que a gente ainda não tem nenhum Prêmio Nobel e nenhum Papa? Nem um “Nobel de consolação”, nem um Papa só por um fim de semana? Enquanto isso, o Peru já tem um Nobel. O Chile tem dois! A Argentina tem mais Nobel que títulos mundiais da seleção (quase). E a gente aqui, tomando café e dançando samba, pagode, choro e esperando esse prêmio cair do céu!

Será que falta alguma vitamina? Será deficiência de zinco? Falta de ômega 3? Ou é só azar mesmo?

Vamos dar uma olhada nos nossos hermanos sul-americanos e centro-americanos que já colocaram a medalhinha do Nobel no peito. Quem são eles? O que escreveram ou descobriram? E será que a gente tem alguma chance um dia?

CHILE: UM PAÍS POÉTICO

Gabriela Mistral (1945 – Nobel de Literatura). Foi a primeira mulher latino-americana a ganhar o prêmio. Escrevia poesias sobre amor, dor e a vida dos humildes. Obra famosa: Desolación.

Pablo Neruda (1971 – Nobel de Literatura)
Poeta apaixonado e político engajado. Escrevia sobre tudo: amor, cebola, coração partido e revolução. Obra mais conhecida: Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada. Eu prefiro: Confesso que Vivi. Daria, ao Neruda, um Nobel por ano se ele contasse da premiação aos poetas amigos que ele tinha pelo mundo, quando foi ministro. Eu conto por eles. Em uma rodada de amigos, o poeta Thiago de Melo, amigo de lutas do Neruda, contou. O Ministro Pablo Neruda convidou seus amigos mais famosos para uma bienal no Chile. Deixou-os em um hotel de praia com muita bebida, comida e as belas companhias apareceram. O concurso estava sendo realizado e o Neruda foi até o Convento que ele inventara e falou para o Thiago de Melo:

–       Thiago , só está faltando a tua obra. Pega que eu levo. O Thiago pediu para ele sentar e escreveu de próprio punho. À noite o Neruda voltou ao Hotel- Convento e disse em voz alta:

–      Quero dizer a todos que a obra vencedora foi o belíssimo poema do Thiago de Melo. O Thiago ficou surpreso e pediu que retirasse o poema porque a musa não havia licenciado a obra. Chegou pra perto do Neruda e disse-lhe ao pé do ouvido:

–      Pablito, eu não fiz nenhuma obra, vim pra te ver e me divertir. Essa poesia é conhecidíssima no Brasil e é uma música do Silvio Caldas com composição do Orestes Barbosa. O nome da música é CHÃO DE ESTRELAS. Eu serei preso com esse prêmio.

ARGENTINA: NOBEL PRA TODO LADO

Carlos Saavedra Lamas (1936 – Nobel da Paz)
Evitou uma guerra entre Bolívia e Paraguai. Diplomata da paz!

Bernardo Houssay (1947 – Nobel de Medicina)
Estudou como o corpo controla o açúcar no sangue. Sem ele, talvez a gente nem soubesse o que é insulina. Esse tal de açúcar atrapalha a nossa vida. Vi muita gente mudar para o Céu, ao meu lado, por causa desse tal de açúcar descontrolado. Foram os tempos da pandemia.

Luiz Federico Leloir (1970 – Nobel de Química)
Descobriu como o corpo fabrica os açúcares. Um docinho de cientista.

Adolfo Pérez Esquivel (1980 – Nobel da Paz)
Lutou pelos direitos humanos durante a ditadura argentina. Venceu com coragem, sem violência.

COLÔMBIA: O REI DO REALISMO MÁGICO

Gabriel García Márquez (1982 – Nobel de Literatura)
Misturava o real com o fantástico de um jeito único. Criou cidades imaginárias e personagens que voavam.
Obra-prima: Cem Anos de Solidão.

GUATEMALA: FORÇA INDÍGENA E LITERÁRIA

Miguel Ángel Asturias (1967 – Nobel de Literatura)
Escrevia sobre a cultura indígena e as injustiças sociais.
Obra famosa: El Señor Presidente.

Rigoberta Menchú (1992 – Nobel da Paz)
Lutou pelos direitos dos povos indígenas na Guatemala, mesmo com sua família sendo perseguida.
Obra: Me Chamo Rigoberta Menchú.

PERU: SIM, ATÉ O PERU TEM!  Mario Vargas Llosa (2010 – Nobel de Literatura)
Crítico político e escritor brilhante. Seus livros mostram as contradições da América Latina. Obra famosa: Conversa na Catedral.

Papa Leão XIV – O gato que nasce na estrebaria não é cavalo. O Robert Francis Prevost só nasceu nos Estados Unidos e era filho de pai com ascendência italiana e mãe de ascendência espanhola. É o Cara!

E O BRASIL?  Bom… nada! Zero! Zereta! Nadinha!

Temos escritores incríveis como Machado de Assis, não deu para ser indicado, ele ganharia, era o Pelé. Clarice Lispector, João Cabral, Drummond… Mas nada de Nobel.

Será que a culpa é da falta das vitaminas?

É claro que não! O problema não é de saúde, é de visibilidade, incentivo, tradução de obras, diplomacia cultural… e, talvez, um pouquinho de sorte. Enquanto isso, seguimos aqui, exportando alegria, música, memes, soja, milho, ferro e café.

Mas não desista, Meu Brasil! Um dia, ainda vamos abrir o jornal e ver:
“Brasileiro ganha Prêmio Nobel”
Ou quem sabe:
“Padre Zeca, da Rocinha, é eleito pro Vaticano”

Enquanto esse dia não chega, vamos estudar, criar, escrever, pesquisar, competir entre brancos, pretos, amarelos… E rir da situação, porque isso, o Garrincha com o Pelé, juntos, já ganharam, para nós, da Suécia, faz tempo.

 

Roberto Caminha Filho, economista. Se não podemos colocar a culpa na Família Real, só nos resta culpar o indisciplinado Paulo Freire e seus métodos, para levar uma dúzia de bolos.

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