Postagens sobre morte de Charlie Kirk geram demissões nos EUA e Brasil
Trabalhadores nos EUA e Brasil vêm perdendo seus empregos por comentários considerados ofensivos após o assassinato do ativista Charlie Kirk

Dezenas de pessoas, incluindo jornalistas, professores e bombeiros, foram demitidas de seus empregos nos últimos dias nos EUA por fazerem comentários considerados inapropriados após o assassinato do ativista conservador americano Charlie Kirk.
Charlie Kirk, influente ativista conservador e aliado próximo do presidente americano, Donald Trump, foi baleado no pescoço na última quarta-feira (10/9) quando participava de um debate ao ar livre na Universidade Utah Valley.
Uma das demissões mais comentadas é a do analista político Matthew Dowd, desligado da emissora de televisão MSNBC após sugerir que o assassinato de Kirk foi motivado por seu discurso polarizado.
“Pensamentos odiosos levam a palavras odiosas, que por sua vez levam a ações odiosas”, declarou ele na televisão.
Outro caso notável é o de um agente do Serviço Secreto dos EUA, a agência encarregada de proteger o presidente, que foi demitido após declarar nas redes sociais que Kirk “espalhava ódio e racismo” em seu programa e que “o carma é inevitável”.
O Carolina Panthers, um time da NFL e a Delta Air Lines também anunciaram a demissão de funcionários por comentários nas redes sociais sobre a morte de Kirk.
Um professor de uma escola de ensino médio do Condado de Clay, na Flórida, foi suspenso do cargo após fazer alusão online às declarações de Kirk em 2023, nas quais ele disse que ter “algumas mortes em incêndios por ano” é um preço que “vale a pena” pagar para manter o direito de portar armas, consagrado na Segunda Emenda da Constituição.
“Com 37 anos de experiência na educação pública, estou disposto a levar um tiro pelos meus filhos. Não, não estou de luto (pela morte de Kirk), ele escolheu se sacrificar pelos direitos que devem ser protegidos. Carma é péssimo”, escreveu o professor demitido.
De acordo com a mídia local, um bombeiro de Nova Orleans está sendo investigado após publicar, e depois apagar, um comentário chamando a bala que tirou a vida do ativista conservador de “um presente de Deus”.
A emissora CNN noticiou que a DC Comics cancelou a série de quadrinhos Red Hood, lançada recentemente, depois que a autora Gretchen Felker-Martin disse, após o tiroteio de Kirk: “Espero que a bala esteja bem”.
Além dessas demissões, o Departamento de Estado alertou que revogará ou retirará os vistos de estrangeiros que glorificarem ou ridicularizarem o assassinato de Kirk nas redes sociais.
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Repercussões no Brasil
O subsecretário de Estado, Christopher Landau, usou as redes sociais para solicitar que seguidores compartilhassem mensagens de estrangeiros zombando de Kirk, com o objetivo de considerar a revogação de seus vistos.
Um dos afetados pela medida foi o médico brasileiro Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa, morador do Recife. Ele foi proibido de tirar visto para Estados Unidos após uma postagem sobre a morte de Kirk viralizar. O texto, publicado no Instagram, diz: “Um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical”.
O próprio Landau citou a postagem ao anunciar no sábado a proibição de vistos para Barbosa, enquanto respondia a um comentário no X do vereador do Recife Thiago Medina (PL), que expôs a postagem do brasileiro.
Já a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) cancelou um evento com o historiador e escritor Eduardo Bueno. A entidade educacional justificou a medida afirmando que “seu compromisso com a liberdade de expressão, mas repudia qualquer manifestação contrária à vida e à dignidade humana, reafirmando que tal postura não condiz com sua cultura nem com seus valores institucionais”.
Em vídeo postado no Instagram na sexta-feira passada (12/9), Bueno disse: “É sempre terrível, não é? Um ativista sendo morto por suas ideias. Exceto quando é o Charlie Kirk! Mataram o Charlie Kirk, ai, coitado, tomou um tiro, não sei se na cara”.
“O Charlie Kirk, sabe quem é?”, prosseguiu Bueno. “Ele tem duas filhas pequenas (na verdade, o ativista deixa um filho de 1 ano e uma filha de 3 anos). Que bom para as filhas dele, que vão crescer sem a presença de um sujeito repugnante, canalha, racista, homofóbico, ligado ao pedófilo do Donald Trump”.
Outro evento com o historiador em uma livraria em Porto Alegre foi suspenso, e o podcast do qual Bueno participava há três anos, chamado Nós na História, também foi suspenso.
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