Punks e xadrez: saiba o que a estampa significa para o movimento

De Johnny Rotten dos Sex Pistols, nos anos 1970, a nomes da geração Z, como o cantor Yungblud, o xadrez é quase onipresente no visual punk e nos looks que bebem da estética rebelde do movimento. Neste caso, a estampa é ainda mais específica, com nome, origem e um significado para lá de simbólico: o tartan (ou tartã), que faz parte da história da Escócia e remonta a séculos atrás.

Mas, afinal, porque os punks adotaram o xadrez como elemento de moda? Vem descobrir! Punk vestindo xadrez

Séculos antes do punk

Nascido nas Terras Altas da Escócia, o tartan faz parte do contexto histórico e político do país, que compõe o Reino Unido. O xadrez foi um símbolo ancestral no século 18 e simbolizava famílias, territórios e até mesmo ocasiões, do cotidiano às celebrações.

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Inclusive, antes mesmo de virar um símbolo da cultura punk, a estampa chegou a ser proibida por quase 50 anos depois da chamada Rebelião Jacobita, em 1745. Após a queda da restrição, foi adotado pela aristocracia e ganhou status de símbolo da identidade nacional. Imagem de 1880 ilustrando um soldado escocês

  O tartan faz parte da história do país

  Rainha Elizabeth II com peça de estampa xadrez em 1976

Ascensão do punk e usos na moda

O tartan, principalmente o estilo Royal Stewart – usado nas vestes de figuras da realeza britânica –, ganhou um novo significado na década de 1970 sob a oposição dos jovens punks britânicos, que utilizavam a estampa como um símbolo de oposição à ordem daquele momento. Johnny Rotten, dos Sex Pistols, usando xadrez nos anos 1970

  A estampa tem uma participação importante no movimento punk

De um símbolo tradicional já considerado “cafona”, a estampa passou a ser uma espécie de grito de resistência que viria a ilustrar o desconforto do movimento. O xadrez, então, ganhou interpretações de nomes como Vivienne Westwood, estilista pioneira do punk, em releituras de saias xadrez e dos kilts escoceses com detalhes como tachas e rasgos. Vivienne Westwood nos anos 1970 usando xadrez

Ultrapassando gerações e, de certa forma, mantendo parte da provocação original, o tartan continua relevante na moda. Entre os exemplos trabalhados em marcas de luxo, estão criações de Alexander McQueen, com uma versão em vermelho, e o tartan próprio da Vivienne Westwood, na cor azul, batizado de MacAndreas. Modelo em passarela da Givenchy na coleção de alta-costura outono/inverno 1997, por Alexander McQueen

Dias atuais

A estampa xadrez também ganha forma nas ruas na forma de bandanas, calças, jaquetas e outros itens contemporâneos que carregam atitude. Vale destacar também o caráter democrático, já que é uma padronagem fácil de combinar e conversa com vários outros estilos além do punk, a exemplo dos hipsters dos anos 2010 e as camisas flaneladas do grunge dos anos 1990. Todos com alguma dose de rebeldia à sua própria medida.

Na galeria abaixo, veja mais fotos do xadrez em visuais com elementos punk: 7 imagensFechar modal.1 de 7

Clique de Johnny Rotten em 1979 Roy Illingworth/Mirrorpix/Getty Images2 de 7

Aqui, uma foto de 1977Daily Mirror/Mirrorpix/Mirrorpix via Getty Images3 de 7

Naomi Campbell vestindo o tartan exclusivo de Vivienne Westwood, em 1993Dave Benett/Getty Images4 de 7

Alexander McQueen e Sarah Jessica Parker vestindo xadrez para o Met GalaEvan Agostini/Getty Images5 de 7

Johnny Rotten, em 1978Lynn Goldsmith/Corbis/VCG via Getty Images6 de 7

Helena Bonham Carter, em 2010Fred Duval/FilmMagic via Getty Images7 de 7

Yungblud, em 2022David Benito/WireImage via Getty Images