Rei do Lixo: filha de senador do PT foi sócia de lobista preso pela PF

Apontado pela PF como lobista do Rei do Lixo em esquema bilionário, Mascarenhas foi sócio, até 2024, da filha do senador Rogério Carvalho

May 7, 2025 - 08:30
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Rei do Lixo: filha de senador do PT foi sócia de lobista preso pela PF

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) empregou em seu gabinete, com salário de R$ 14,3 mil, Evellin Siqueira, esposa do lobista Gabriel Mascarenhas, preso em abril nas investigações que envolvem o empresário José Marcos Moura, o “Rei do Lixo“. A mulher de Mascarenhas foi exonerada do cargo comissionado, a pedido, em março do ano passado.

Já Raquel Carvalho, filha do senador Rogério Carvalho, foi sócia de Gabriel Mascarenhas na Care Line Investimentos e Participações. A empresa foi aberta pelo lobista de 39 anos em março de 2018. Hoje com 23 anos, Raquel ingressou como sócia-administradora em abril de 2021, então com 19 anos.

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Rogério Carvalho teve esposa de lobista como assessora entre 2021 e 2024
O empresário José Marcos de Moura, conhecido como Rei do Lixo na Bahia, mandou secretário cortar despesas
O senador Rogério Carvalho (PT/SE)
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Conhecido como Rei do Lixo, o empresário José Marcos de Moura foi preso e solto na operação OvercleanReprodução

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Rogério Carvalho teve esposa de lobista como assessora entre 2021 e 2024 Divulgação

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O empresário José Marcos de Moura, conhecido como Rei do Lixo na Bahia, mandou secretário cortar despesasReprodução/Instagram

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O senador Rogério Carvalho (PT/SE)Vinícius Schmidt/Metrópoles

De acordo com a Receita Federal, a empresa encerrou as atividades em 20 de outubro de 2024, um pouco antes de a primeira fase da operação Overclean ser deflagrada, em dezembro do ano passado. A Care Line Investimentos funcionava em Sergipe, onde moram o senador Rogério Carvalho e a filha Raquel Carvalho.

Com empresas registradas também em São Paulo, Gabriel Mascarenhas foi um dos presos na terceira fase da Overclean, em abril deste ano pela Polícia Federal (PF). A ação investiga um esquema de fraudes em licitações, pagamento de propina, desvio de emendas parlamentares e lavagem de dinheiro que teria sido liderado pelo “Rei do Lixo”. O senador Rogério Carvalho não foi alvo da Overclean. Procurado, ele não se manifestou.

Segundo a PF, Gabriel Mascarenhas atuava como lobista de empresas ligadas ao esquema, junto aos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Regional, para a liberação de emendas. O dinheiro seria usado para custear obras e serviços cujas licitações haviam sido manipuladas para favorecer empresas ligadas ao Rei do Lixo.

Em mensagens trocadas com o dono da Allpha Pavimentações, Alex Parente — também preso em abril —, Sobral enviou arquivos com documentos que, de acordo com a PF, “de forma irregular, chegaram às mãos do empresário com o objetivo de viabilizar a liberação dos recursos junto ao MDR e, posteriormente, garantir sua contratação”.

Convênios

Os convênios articulados pelo lobista junto ao MDR somavam quase R$ 50 milhões e apareciam, nos documentos enviados a Alex Parente, como “em execução” ou “em análise”. No Ministério da Agricultura, os convênios somavam mais de R$ 70 milhões, mas não foram liberados. Em uma das mensagens enviadas a Parente, Sobral afirmou: “MDR ok. Quando puder, ligue”.

“O investigado desempenha papel fundamental no esquema ilícito, operando de forma sistemática para favorecer empresas vinculadas ao grupo criminoso, viabilizando a liberação indevida de emendas parlamentares e a celebração fraudulenta de convênios junto ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR) e ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA)”, afirma o relatório da PF na Operação Overclean.

Após a deflagração da terceira fase da operação, o lobista alegou que os contratos relacionados pela PF não chegaram a ser executados e que sua atuação é voltada exclusivamente para o setor privado. O MDR negou que o empresário tenha sido recebido por qualquer equipe depois de 2023.

De acordo com as investigações, o grupo liderado por José Marcos Moura, o Rei do Lixo, movimentou R$ 12,6 bilhões entre créditos e débitos, no período de 2014 a 2025.“O esquema investigado envolve a movimentação de mais de R$ 12 bilhões, dos quais R$ 999.987.991,01 foram classificados como suspeitos, com indícios de possível lavagem de dinheiro”, aponta a PF.

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