Sarkozy é condenado de forma definitiva em segundo processo de corrupção na França

Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy Sarah Meyssonnier/Reuters A Justiça da França condenou nesta quarta-feira (26) de forma definitiva Nicolas Sarkozy em um novo caso de financiamento ilegal de campanha eleitoral em 2012, uma nova derrota judicial sofrida pelo ex-presidente francês. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A Corte de Cassação, o mais alto tribunal da França, rejeitou recurso de Sarkozy e manteve a condenação sofrida em 2024 pelo ex-líder francês por financiamento ilegal de campanha relacionada à sua tentativa fracassada de reeleição em 2012, pela qual recebeu uma sentença de um ano de prisão. Esta é a segunda derrota sofrida por Sarkozy nos tribunais franceses nos últimos três meses. Ele foi condenado em setembro em outro caso, quando foi declarado culpado por financiamento ilegal de sua campanha com recursos do governo da Líbia. Sarkozy está em regime de liberdade provisória desde o dia 10 enquanto aguarda julgamento de recurso nesse caso. (Leia mais abaixo) Ainda não se sabe, até a última atualização desta reportagem, se Sarkozy voltará à prisão por conta da condenação confirmada nesta quarta-feira. No entanto, seis meses da sentença haviam sido suspensos e poderiam ser cumpridos por meios alternativos, como o uso de uma tornozeleira eletrônica, sem a necessidade de ir à prisão. Veja os vídeos que estão em alta no g1 A decisão da Corte de Cassação diz respeito à campanha presidencial de 2012 de Sarkozy, em que ele perdeu para o socialista François Hollande. Ele nega as acusações de que seu partido, os Republicanos —na época conhecido como UMP—, teria gasto quase o dobro dos 22,5 milhões de euros (cerca de R$ 140 milhões na cotação atual) permitidos por lei eleitoral em comícios extravagantes, e depois contratado a agência de relações públicas Bygmalion para ocultar os custos. Sarkozy afirmou que não esteve envolvido na logística de sua campanha para um segundo mandato nem em como o dinheiro foi gasto durante o período eleitoral. Um tribunal inferior havia considerado o ex-presidente culpado pela primeira vez em 2021, afirmando que Sarkozy tinha conhecimento do gasto excessivo, não agiu para contê-lo e que não era necessário aprovar cada gasto individual para ele ser responsabilizado. Condenação em caso de financiamento ligado a Khadafi Em foto de arquivo, o então presidente francês, Nicolas Sarkozy recebe o ditador líbio Muammar Kadhafi com honras de estado em Paris, em 2007 Patrick Hertzog/Reuters Sarkozy, de 70 anos, foi condenado pelo Tribunal Criminal de Paris no fim de setembro por associação criminosa, em um caso que vinha sendo investigado havia anos de financiamento ilegal de sua campanha eleitoral de 2007 pelo governo da Líbia, então comandando pelo ex-ditador Muammar Khadafi. Sarkozy deixou a prisão menos de três semanas depois de ter entrado em um presídio nos arredores de Paris. Sua condenação é de cinco anos de prisão. O ex-presidente francês nega todas as acusações e afirma estar sendo vítima de uma perseguição. Ao ingressar na prisão, em outubro, disse que dormiria em sua cela "de cabeça erguida". Ele foi absolvido de todas as outras acusações, incluindo corrupção e recebimento de financiamento de campanha ilegal. A Promotoria, que acusou Sarkozy, disse no julgamento acreditar que, em troca de dinheiro para financiar a campanha eleitoral de Sarkozy de 2007, Kadhafi recebeu a promessa de ajuda para restaurar sua imagem internacional. O então governo líbio tinha sido acusado de executar atentados contra um avião na Escócia e outro no Níger. ➡️ Kadhafi foi derrubado e assassinado por seus opositores em outubro de 2011, durante a Primavera Árabe. A França foi um dos países cruciais da intervenção da Otan, que com a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia prestou um apoio essencial aos rebeldes. Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy deixa sua casa em direção à prisão em outubro. Outras 11 pessoas foram processadas ao lado de Sarkozy. A Justiça declarou seu ex-braço direito Claude Guéant culpado por corrupção e o ex-ministro Brice Hortefeux culpado por associação ilícica. O tesoureiro de campanha, Éric Woerth, foi absolvido. O caso é baseado em declarações de sete ex-dirigentes líbios, viagens à Líbia de Guéant e Hortefeux, transferências de dinheiro e nos cadernos do ex-ministro do Petróleo líbio Shukri Ghanem, que foi encontrado afogado no rio Danúbio em Viena em 2012. Antes deste processo, o ex-líder conservador francês já enfrentava outros problemas judiciais: ele chegou a ser condenado a um ano de prisão efetiva por corrupção e tráfico de influência no chamado caso das "escutas", mas conseguiu reverter a sentença e conseguiu cumprir pena aberta usando tornozeleira eletrônica.

Nov 26, 2025 - 11:30
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Sarkozy é condenado de forma definitiva em segundo processo de corrupção na França

Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy Sarah Meyssonnier/Reuters A Justiça da França condenou nesta quarta-feira (26) de forma definitiva Nicolas Sarkozy em um novo caso de financiamento ilegal de campanha eleitoral em 2012, uma nova derrota judicial sofrida pelo ex-presidente francês. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A Corte de Cassação, o mais alto tribunal da França, rejeitou recurso de Sarkozy e manteve a condenação sofrida em 2024 pelo ex-líder francês por financiamento ilegal de campanha relacionada à sua tentativa fracassada de reeleição em 2012, pela qual recebeu uma sentença de um ano de prisão. Esta é a segunda derrota sofrida por Sarkozy nos tribunais franceses nos últimos três meses. Ele foi condenado em setembro em outro caso, quando foi declarado culpado por financiamento ilegal de sua campanha com recursos do governo da Líbia. Sarkozy está em regime de liberdade provisória desde o dia 10 enquanto aguarda julgamento de recurso nesse caso. (Leia mais abaixo) Ainda não se sabe, até a última atualização desta reportagem, se Sarkozy voltará à prisão por conta da condenação confirmada nesta quarta-feira. No entanto, seis meses da sentença haviam sido suspensos e poderiam ser cumpridos por meios alternativos, como o uso de uma tornozeleira eletrônica, sem a necessidade de ir à prisão. Veja os vídeos que estão em alta no g1 A decisão da Corte de Cassação diz respeito à campanha presidencial de 2012 de Sarkozy, em que ele perdeu para o socialista François Hollande. Ele nega as acusações de que seu partido, os Republicanos —na época conhecido como UMP—, teria gasto quase o dobro dos 22,5 milhões de euros (cerca de R$ 140 milhões na cotação atual) permitidos por lei eleitoral em comícios extravagantes, e depois contratado a agência de relações públicas Bygmalion para ocultar os custos. Sarkozy afirmou que não esteve envolvido na logística de sua campanha para um segundo mandato nem em como o dinheiro foi gasto durante o período eleitoral. Um tribunal inferior havia considerado o ex-presidente culpado pela primeira vez em 2021, afirmando que Sarkozy tinha conhecimento do gasto excessivo, não agiu para contê-lo e que não era necessário aprovar cada gasto individual para ele ser responsabilizado. Condenação em caso de financiamento ligado a Khadafi Em foto de arquivo, o então presidente francês, Nicolas Sarkozy recebe o ditador líbio Muammar Kadhafi com honras de estado em Paris, em 2007 Patrick Hertzog/Reuters Sarkozy, de 70 anos, foi condenado pelo Tribunal Criminal de Paris no fim de setembro por associação criminosa, em um caso que vinha sendo investigado havia anos de financiamento ilegal de sua campanha eleitoral de 2007 pelo governo da Líbia, então comandando pelo ex-ditador Muammar Khadafi. Sarkozy deixou a prisão menos de três semanas depois de ter entrado em um presídio nos arredores de Paris. Sua condenação é de cinco anos de prisão. O ex-presidente francês nega todas as acusações e afirma estar sendo vítima de uma perseguição. Ao ingressar na prisão, em outubro, disse que dormiria em sua cela "de cabeça erguida". Ele foi absolvido de todas as outras acusações, incluindo corrupção e recebimento de financiamento de campanha ilegal. A Promotoria, que acusou Sarkozy, disse no julgamento acreditar que, em troca de dinheiro para financiar a campanha eleitoral de Sarkozy de 2007, Kadhafi recebeu a promessa de ajuda para restaurar sua imagem internacional. O então governo líbio tinha sido acusado de executar atentados contra um avião na Escócia e outro no Níger. ➡️ Kadhafi foi derrubado e assassinado por seus opositores em outubro de 2011, durante a Primavera Árabe. A França foi um dos países cruciais da intervenção da Otan, que com a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia prestou um apoio essencial aos rebeldes. Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy deixa sua casa em direção à prisão em outubro. Outras 11 pessoas foram processadas ao lado de Sarkozy. A Justiça declarou seu ex-braço direito Claude Guéant culpado por corrupção e o ex-ministro Brice Hortefeux culpado por associação ilícica. O tesoureiro de campanha, Éric Woerth, foi absolvido. O caso é baseado em declarações de sete ex-dirigentes líbios, viagens à Líbia de Guéant e Hortefeux, transferências de dinheiro e nos cadernos do ex-ministro do Petróleo líbio Shukri Ghanem, que foi encontrado afogado no rio Danúbio em Viena em 2012. Antes deste processo, o ex-líder conservador francês já enfrentava outros problemas judiciais: ele chegou a ser condenado a um ano de prisão efetiva por corrupção e tráfico de influência no chamado caso das "escutas", mas conseguiu reverter a sentença e conseguiu cumprir pena aberta usando tornozeleira eletrônica.

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