Serviço Secreto dos EUA desmantela rede clandestina que ameaçava causar apagão nas comunicações em Nova York

Agente especial Matt McCool, do Serviço Secreto dos EUA, observa painel de câmeras de segurança em escritórios de Nova York em 22 de setembro de 2025. AP Photo/Richard Drew O Serviço Secreto dos EUA desmantelou uma rede clandestina que tinha capacidade de causar um apagão nas telecomunicações de Nova York. A descoberta, anunciada pela agência nesta terça-feira (23), ocorreu às vésperas do início da Assembleia Geral da ONU, que terá presença de líderes de diversos países do mundo. A rede descoberta era composta por mais de 300 servidores de cartões SIM (de telefonia para celulares) equipados com mais de 100 mil chips de celular. Segundo o Serviço Secreto, esses chips estavam conectados à rede de telecomunicações de Nova York e representava uma ameaça iminente à cidade. O agente especial do Serviço Secreto responsável pelo escritório de Nova York, Matt McCool, afirmou que o esquema era uma operação altamente organizada e bem financiada, que custou milhões de dólares apenas em hardware e cartões SIM, e tinha a capacidade de enviar até 30 milhões de mensagens de texto por minuto, o que congestionaria a rede de telefonia da cidade. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp AO VIVO: acompanhe os discursos da Assembleia Geral da ONU Ainda de acordo com os investigadores da agência, a rede clandestina tinha o potencial de impedir o funcionamento de torres de telefonia celular pela cidade, o que bloquearia chamadas de emergência e afetaria a resposta a eventuais ataques terroristas. Segundo a agência de notícias Associated Press, a descoberta representa uma das mais amplas ameaças de comunicação já descobertas nos Estados Unidos. O Serviço Secreto disse estar investigando o caso. (Leia mais detalhes sobre a descoberta abaixo) Um eventual apagão nas comunicações já teria efeitos severos no funcionamento da cidade, porém este momento é considerado mais crítico por conta da Assembleia Geral da ONU, em que líderes estrangeiros de mais de 100 países lotam hotéis no centro de Manhattan e comboios presidenciais congestionam as ruas da cidade. “Não dá para subestimar o que esse sistema é capaz de fazer. Ele pode derrubar torres de celular, e então as pessoas não conseguem mais se comunicar, certo? (...) Você não pode mandar mensagens de texto, não pode usar o celular. E se isso fosse combinado com algum outro evento associado à Assembleia da ONU, bem, use sua imaginação — poderia ser catastrófico para a cidade”, disse Matt McCool. O Serviço Secreto disse não ter encontrado nenhum complô direto para atrapalhar a Assembleia Geral da ONU e ressaltaram que não há ameaças conhecidas contra a cidade de Nova York neste momento. Servidores com chips SIM clandestinos conectados à rede de telefonia de Nova York apreendidos pelo Serviço Secreto em 22 de setembro de 2025. Serviço Secreto dos EUA via AP Uma investigação mais ampla levou a essa descoberta A rede foi descoberta como parte de uma investigação mais ampla do Serviço Secreto sobre ameaças de telecomunicações direcionadas a altos funcionários do governo, segundo os investigadores. Espalhados por vários locais, os servidores funcionavam como bancos de celulares falsos, capazes de gerar chamadas e mensagens em massa, sobrecarregar redes locais e mascarar comunicações criptografadas de criminosos, disseram as autoridades americanas. A análise forense ainda está em estágio inicial, mas os agentes acreditam que atores estatais — perpetradores ligados a determinados países — usaram o sistema para enviar mensagens criptografadas a grupos do crime organizado, cartéis e organizações terroristas, disse McCool. As autoridades não revelaram até agora detalhes sobre os governos ou grupos criminosos vinculados à rede. “Precisamos fazer perícia em 100 mil celulares, essencialmente todas as ligações, todas as mensagens de texto, qualquer coisa relacionada a comunicações, ver para onde esses números levam”, disse McCool, observando que o processo levará tempo. Uma operação extensa e cara Servidores com chips SIM clandestinos conectados à rede de telefonia de Nova York apreendidos pelo Serviço Secreto em 22 de setembro de 2025. Serviço Secreto dos EUA via AP Quando os agentes entraram nos locais, encontraram fileiras de servidores e prateleiras cheias de chips SIM. Mais de 100 mil já estavam ativos, segundo investigadores, mas havia também grandes quantidades aguardando para serem implantadas — evidência de que os operadores se preparavam para dobrar ou até triplicar a capacidade da rede, disse McCool. O agente especial descreveu o esquema como uma operação altamente organizada e bem financiada, que custou milhões de dólares apenas em hardware e cartões SIM. A operação tinha a capacidade de enviar até 30 milhões de mensagens de texto por minuto, afirmou McCool. “A missão de proteção do Serviço Secreto dos EUA é toda voltada para a prevenção, e esta investigação deixa claro para possíveis agentes mal-intencionados que ameaças iminentes contra nossos pro

Sep 23, 2025 - 10:00
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Serviço Secreto dos EUA desmantela rede clandestina que ameaçava causar apagão nas comunicações em Nova York

Agente especial Matt McCool, do Serviço Secreto dos EUA, observa painel de câmeras de segurança em escritórios de Nova York em 22 de setembro de 2025. AP Photo/Richard Drew O Serviço Secreto dos EUA desmantelou uma rede clandestina que tinha capacidade de causar um apagão nas telecomunicações de Nova York. A descoberta, anunciada pela agência nesta terça-feira (23), ocorreu às vésperas do início da Assembleia Geral da ONU, que terá presença de líderes de diversos países do mundo. A rede descoberta era composta por mais de 300 servidores de cartões SIM (de telefonia para celulares) equipados com mais de 100 mil chips de celular. Segundo o Serviço Secreto, esses chips estavam conectados à rede de telecomunicações de Nova York e representava uma ameaça iminente à cidade. O agente especial do Serviço Secreto responsável pelo escritório de Nova York, Matt McCool, afirmou que o esquema era uma operação altamente organizada e bem financiada, que custou milhões de dólares apenas em hardware e cartões SIM, e tinha a capacidade de enviar até 30 milhões de mensagens de texto por minuto, o que congestionaria a rede de telefonia da cidade. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp AO VIVO: acompanhe os discursos da Assembleia Geral da ONU Ainda de acordo com os investigadores da agência, a rede clandestina tinha o potencial de impedir o funcionamento de torres de telefonia celular pela cidade, o que bloquearia chamadas de emergência e afetaria a resposta a eventuais ataques terroristas. Segundo a agência de notícias Associated Press, a descoberta representa uma das mais amplas ameaças de comunicação já descobertas nos Estados Unidos. O Serviço Secreto disse estar investigando o caso. (Leia mais detalhes sobre a descoberta abaixo) Um eventual apagão nas comunicações já teria efeitos severos no funcionamento da cidade, porém este momento é considerado mais crítico por conta da Assembleia Geral da ONU, em que líderes estrangeiros de mais de 100 países lotam hotéis no centro de Manhattan e comboios presidenciais congestionam as ruas da cidade. “Não dá para subestimar o que esse sistema é capaz de fazer. Ele pode derrubar torres de celular, e então as pessoas não conseguem mais se comunicar, certo? (...) Você não pode mandar mensagens de texto, não pode usar o celular. E se isso fosse combinado com algum outro evento associado à Assembleia da ONU, bem, use sua imaginação — poderia ser catastrófico para a cidade”, disse Matt McCool. O Serviço Secreto disse não ter encontrado nenhum complô direto para atrapalhar a Assembleia Geral da ONU e ressaltaram que não há ameaças conhecidas contra a cidade de Nova York neste momento. Servidores com chips SIM clandestinos conectados à rede de telefonia de Nova York apreendidos pelo Serviço Secreto em 22 de setembro de 2025. Serviço Secreto dos EUA via AP Uma investigação mais ampla levou a essa descoberta A rede foi descoberta como parte de uma investigação mais ampla do Serviço Secreto sobre ameaças de telecomunicações direcionadas a altos funcionários do governo, segundo os investigadores. Espalhados por vários locais, os servidores funcionavam como bancos de celulares falsos, capazes de gerar chamadas e mensagens em massa, sobrecarregar redes locais e mascarar comunicações criptografadas de criminosos, disseram as autoridades americanas. A análise forense ainda está em estágio inicial, mas os agentes acreditam que atores estatais — perpetradores ligados a determinados países — usaram o sistema para enviar mensagens criptografadas a grupos do crime organizado, cartéis e organizações terroristas, disse McCool. As autoridades não revelaram até agora detalhes sobre os governos ou grupos criminosos vinculados à rede. “Precisamos fazer perícia em 100 mil celulares, essencialmente todas as ligações, todas as mensagens de texto, qualquer coisa relacionada a comunicações, ver para onde esses números levam”, disse McCool, observando que o processo levará tempo. Uma operação extensa e cara Servidores com chips SIM clandestinos conectados à rede de telefonia de Nova York apreendidos pelo Serviço Secreto em 22 de setembro de 2025. Serviço Secreto dos EUA via AP Quando os agentes entraram nos locais, encontraram fileiras de servidores e prateleiras cheias de chips SIM. Mais de 100 mil já estavam ativos, segundo investigadores, mas havia também grandes quantidades aguardando para serem implantadas — evidência de que os operadores se preparavam para dobrar ou até triplicar a capacidade da rede, disse McCool. O agente especial descreveu o esquema como uma operação altamente organizada e bem financiada, que custou milhões de dólares apenas em hardware e cartões SIM. A operação tinha a capacidade de enviar até 30 milhões de mensagens de texto por minuto, afirmou McCool. “A missão de proteção do Serviço Secreto dos EUA é toda voltada para a prevenção, e esta investigação deixa claro para possíveis agentes mal-intencionados que ameaças iminentes contra nossos protegidos serão imediatamente investigadas, rastreadas e desmanteladas”, disse o diretor da agência, Sean Curran, em comunicado. As autoridades também alertaram para o caos que a rede poderia ter causado se não tivesse sido desativada. McCool comparou o impacto potencial aos apagões de telefonia celular que ocorreram após os atentados de 11 de setembro e a explosão na Maratona de Boston, quando as redes colapsaram devido à sobrecarga. Neste caso, disse ele, os atacantes teriam sido capazes de forçar esse tipo de colapso no momento que escolhessem. “Poderia haver outras [redes]?”, disse McCool. “Seria imprudente pensar que não existem outras sendo montadas em outras cidades dos Estados Unidos.”

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