SOBRASP alerta para cuidados com idosos: diabetes e doenças vasculares elevam riscos de amputação de pernas e pés

São Paulo, 07 de outubro de 2025 – Últimos levantamentos do Ministério da Saúde, analisados pela Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP), apontam um quadro alarmante: as amputações de membros inferiores provocadas pelo diabetes seguem em patamar elevado no país. Em 2023, o SUS registrou 11.326 procedimentos. Somente no primeiro […]

Oct 7, 2025 - 11:00
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SOBRASP alerta para cuidados com idosos: diabetes e doenças vasculares elevam riscos de amputação de pernas e pés

São Paulo, 07 de outubro de 2025 – Últimos levantamentos do Ministério da Saúde, analisados pela Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP), apontam um quadro alarmante: as amputações de membros inferiores provocadas pelo diabetes seguem em patamar elevado no país. Em 2023, o SUS registrou 11.326 procedimentos. Somente no primeiro semestre de 2024, outros 5.710 casos já foram contabilizados.

Essas amputações são, em grande parte, resultado de uma complicação conhecida como “pé diabético” – condição que causa úlceras e infecções nos pés devido a problemas de circulação e danos nos nervos. Se não tratada a tempo, pode levar à perda de parte do membro.

Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil tem hoje 16 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos com diabetes, ficando atrás apenas de países como China (148 milhões de registros), Índia (89,8 milhões), Estados Unidos (38,5 milhões), Paquistão (34,5 milhões) e Indonésia (20,4 milhões). No mundo, são 589 milhões de casos, o que equivale a 1 em cada 9 pessoas. Em 2024, o Brasil já registrou 111 mil mortes relacionadas ao diabetes.

Complicações graves-neuropatia e má circulação: Uma das complicações mais graves do diabetes é a neuropatia diabética, condição que causa danos nos nervos, principalmente nas pernas e nos pés. Esse problema pode comprometer diversas funções do corpo e, em casos mais avançados, levar a quadros graves como úlceras, infecções e até amputações.

Os sintomas são variados e muitas vezes difíceis de identificar no início. Entre os mais comuns estão:

  • Perda de sensibilidade nos pés, mãos e pernas;
  • Dores intensas e formigamento, com sensação de queimação, especialmente à noite;
  • Fraqueza muscular e dificuldade de coordenação;
  • Desconforto extremo ao toque, como dor ao sentir o peso de um lençol;
  • Problemas digestivos, como azia, inchaço, indigestão, diarreia ou prisão de ventre;
  • Tonturas ao se levantar, causadas pela queda de pressão arterial;
  • Alterações na sudorese, como suor em excesso ou pele extremamente seca;
  • Disfunções urinárias e sexuais;
  • Dificuldade em perceber sinais de hipoglicemia (queda de açúcar no sangue);
  • Complicações cardiovasculares, com impactos nos vasos sanguíneos e no coração.

A neuropatia diabética é progressiva e precisa de diagnóstico precoce e tratamento adequado para evitar que evolua para quadros irreversíveis.

Doença vascular periférica

Outro agravante é a Doença Vascular Periférica (DVP), que dificulta a circulação do sangue nos membros inferiores. Essa condição é provocada pelo acúmulo de gordura nas artérias, que leva ao estreitamento do vaso sanguíneo, impedindo sua circulação, o que pode resultar em possíveis derrames, infartos e amputações. Diabetes, pressão alta, colesterol e triglicerídeos elevados, tabagismo e histórico familiar de doença cardiovascular são alguns dos fatores de risco.

Sintomas comuns e sinais de alerta – Tanto a neuropatia quanto a DVP podem apresentar sintomas como:

  • Sensação de queimação nos pés (frequentemente confundida com calor do ambiente);
  • Feridas que não cicatrizam;
  • Formigamento ou dor intensa;
  • Pele seca ou com rachaduras;
  • Frieza nas pernas e pés;
  • Tonturas, especialmente ao se levantar.

Como se prevenir?

O controle rigoroso da glicemia é a principal forma de prevenir essas complicações. Especialistas recomendam:

  • Monitorar a glicose regularmente;
  • Manter uma alimentação saudável;
  • Controle de peso;
  • Examinar os pés todos os dias;
  • Muito cuidado ao cortar as unhas e ao retirar cutículas. Estes atos podem resultar em inflamações importantes.
  • Usar hidratantes para evitar rachaduras;
  • Cuidar das unhas e evitar andar descalço;
  • Beber bastante água;
  • Praticar fisioterapia, com foco em equilíbrio, força e estímulos sensoriais.

“O avanço do diabetes e de suas complicações, como o pé diabético e a doença vascular periférica, exige atenção imediata do sistema de saúde. A Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP) alerta para o impacto dessas condições na segurança do paciente, especialmente devido ao alto número de amputações evitáveis”, ressalta a mestre vascular membro da SOBRASP, Ana Terezinha Guillaumon.

A entidade destaca que ações preventivas, diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo são essenciais para preservar a integridade física dos pacientes, reduzir riscos e evitar desfechos graves.

Para médica, promover um cuidado seguro e humanizado é mais do que importante — é urgente. “É preciso que os profissionais de saúde tenham um diálogo claro com os pacientes, explicando a doença, seus sintomas e riscos com palavras simples, de fácil entendimento. Por exemplo: alertar para cuidados alimentares, utilizar sapatos macios e confortáveis e a importância da higiene dos pés e na região interdigital. Essa é a chave para garantir qualidade de vida e evitar complicações graves associadas ao diabetes”. E complementa: “Estamos diante de um cenário crítico, e é fundamental que tanto a população quanto os órgãos públicos de saúde estejam atentos a essa doença, que avança de forma silenciosa e rápida. Hoje, o diabetes não afeta apenas idosos. Cada vez mais, vemos crianças e jovens entrando nessas estatísticas alarmantes. Por isso, as famílias precisam redobrar a atenção com a alimentação e os hábitos dos seus filhos, para que eles não façam parte desses números no futuro”.

Para a médica, o Brasil necessita de políticas públicas e eficazes. “Precisamos de uma agenda positiva que enfrente o diabetes com a seriedade — porque, infelizmente, ainda há muito desconhecimento e descaso em torno de uma condição que pode ser muito preocupante quando negligenciada”, ressalta a médica.

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