Spotify bane músicas de Poze do Rodo por apologia ao CV
Preso por “ligação sólida” com o Comando Vermelho, MC Poze do Rodo teve música retirada da plataforma por apologia à facção criminosa

Preso nesta quinta-feira (29/5), MC Poze do Rodo teve músicas banidas do Spotify pelo mesmo motivo que o levou à prisão: apologia ao crime e às facções criminosas, com destaque para o Comando Vermelho. Em contato com a coluna, a equipe da plataforma nos Estados Unidos informou que as letras de Poze do Rodo e de outros artistas do rap brasileiro passaram por avaliação.
Os usuários tinham livre acesso aos chamados “proibidões”, que exaltam facções, atacam a polícia e contam histórias de traficantes e homicidas. Depois da análise do Spotify, músicas e playlists foram retiradas da plataforma. Um dos conteúdos excluídos de Poze do Rodo foi a música “Fala que a Tropa é CV”.
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SpotifyChesnot/Getty Images2 de 10
Funks sobre o Comando Vermelho são facilmente encontrados na plataforma3 de 10
Atuação do PCC é exaltada em músicas disponíveis no SpotifyReprodução4 de 10
OruamInstagram/Reprodução5 de 10
Em Assault, Oruam diz que meta é "parar o Brasil"Reprodução6 de 10
MC Poze do Rodo foi preso por ligação com o Comando VermelhoFoto: Instagram/Reprodução7 de 10
"É o 1533" faz referência ao código numérico do PCCReprodução8 de 10
Atuação do PCC é exaltada em músicas disponíveis no Spotify9 de 10
Funks sobre o Comando Vermelho são facilmente encontrados na plataformaReprodução10 de 10
Playlists relacionam músicas que exaltam o PCCReprodução
Na canção, o MC faz um alerta: “Se os cana brotar, a bala vai comer”.
“Oi, na VK os menor te acerta
Só soldado bom de guerra
Que te mira e não te erra
Só AKzão na favela
Com vários pentão reserva
Aonde entrar, cês leva
É bala nos três c* [referência jocosa à facção rival Terceiro Comando], é bala nos três c*
De 62 é só papum e os alemão aqui nem tenta
De Glock e de radin, fumando um baseadin
Destrava o G3zão que se piar, nós quebra
Destrava o G3zão que se piar, nós quebra
Respeita o CV
Que só tem bandido brabo, só menor de guerra
Que bota pra f*der
Nós é terror dos Terceiro, ADA e dos meleca
Fala que a tropa é Comando Vermelho
Se piar aqui na VK, vocês vai ver
Só soldado preparado, os menor descontrolado
Se os cana brotar, a bala vai comer
Fala que a tropa é Comando Vermelho
Se piar aqui na VK, vocês vai ver
Só soldado preparado, os menor descontrolado
Se os cana brotar, a bala vai comer
Se os cana brotar, a bala vai comer.”
Em 2021, Poze do Rodo chegou a ocupar o primeiro lugar entre os cantores com mais hits no Top 50 do Spotify, com exceção de artistas do gênero sertanejo.
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Entre as playlists que deixaram o catálogo do Spotify também está “Relíquias do CV”. Outras, no entanto, passaram por um pente-fino da plataforma e permanecem no ar, como “Comando Vermelho” e “Proibidão do CV”. A obra, “É o 1533”, referência ao código numérico do Primeiro Comando da Capital (PCC), também foi mantida.
Oruam é sucesso no Spotify
Outro artista conhecido do funk, o cantor Oruam mantém no Spotify músicas nas quais fala sobre o uso de armas e drogas. O artista é filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos principais líderes do CV. Ele cumpre pena de 44 anos de prisão na Penitenciária Federal de Campo Grande por crimes como homicídio qualificado e formação de quadrilha.
Em Assault (Carro Forte), escrita em parceria com Borges, Orochi, Chefin e Bielzin, Oruam descreve:
“Todos meus manos portando fuzil
Todos meus manos portando uma Glock
Meta dos cria: parar o Brasil
E explodir a porra do carro forte
É que o BG tá de Glock
E o Bielzin tá de Glock
É que o Orochi passou de BM
Sabe que ele é o rei do pinote.”
Em fevereiro, Oruam foi detido em sua casa ao lado de Yuri Pereira Gonçalves, conhecido como “Pará”, procurado por integrar o Comando Vermelho. Ele responde na 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado do Rio de Janeiro pelos crimes previstos no artigo 2º da Lei 12.850/13: “promoção, financiamento ou integração de organização criminosa”.
Prisão de Poze do Rodo
O cantor Marlon Brandon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, foi preso no âmbito de uma investigação que apontou uma “relação sólida” do artista com a cúpula do Comando Vermelho. Os levantamentos foram feitos pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
De acordo com a DRE, Poze do Rodo era frequentador das festas promovidas pelo CV nas comunidades dominadas pela facção, como o Complexo do Alemão e a Cidade de Deus. Além disso, o rapper teria shows contratados pelo CV para se apresentar dentro dessas áreas, supostamente ajudando a lavar dinheiro do tráfico.
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