Tarcísio diz que “nunca” demitirá secretário por pressão da imprensa

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que nunca irá demitir um secretário por pressão da imprensa. Para ele, isso o faria “perder a liderança”. Na fala, o governado se referiu às crises enfrentadas com o secretários de Educação, Renato Feder, e de Segurança, Guilherme Derrite (PP).

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Tarcísio criticou, na terça-feira (18/8), em meio a um discurso de duas horas durante um culto na Igreja Lagoinha de Alphaville, em Barueri, na Grande São Paulo, os “editoriais” dos veículos de comunicação pedindo a demissão de secretários. Sobre o da Educação, Tarcísio defendeu que Feder é um homem bem sucedido que decidiu seguir na vida pública por “propósito”. Já Derrite, ele chamou de “melhor secretário de Segurança” do país.

“Sabe quando eu vou dar a cabeça de um secretário por um pedido da imprensa? Nunca. O dia que eu fizer isso eu vou perder a liderança”, afirmou Tarcísio.

No primeiro ano do governo, Feder digitalizou o material didático, mas o conteúdo havia erros de informação em matérias como Geografia, História e Matemática. Além disso, o secretário é acionista de uma offshore que detinha quase um terço das ações da Multilaser, que tinha contratos com o governo estadual, o que levantou suspeitas sobre conflito de interesses. A pressão fez com que o então coordenador pedagógico da Secretaria Estadual de Educação, Renato Dias, fosse demitido.

No ano seguinte, Derrite balançou no cargo. Tarcísio chegou a se reunir com uma série de especialistas em Segurança Pública após denúncias de abusos de policiais militares, entre os quais centenas de óbitos em operações na Baixada Santista e a morte de um estudante de Medicina. Neste ano, o Metrópoles revelou a construção de uma casa milionária em Porto Feliz paga por um empresário para o secretário.

Culto na Lagoinha

Entre cânticos de louvor e uma entrevista, conduzidos pelo pastor André Fernandes, Tarcísio de Freitas fez uma longa palestra na noite de terça-feira (18/8). A fala do governador foi recheada de trechos bíblicos e passou pela história de vida dele, até os feitos do governo.

Tarcísio citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e contou sobre o apoio da família quando foi designado a concorrer para o governo de São Paulo. Além disso, fez críticas à condução econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem mencionar o petista.

Mais cedo, o governador de São Paulo participou de um evento do mercado financeiro, na capital paulista. Lá, descartou que será candidato à Presidência da República, cobrou “insistência” para o governo brasileiro abrir diálogo com Donald Trump e criticou a negociação com os americanos sobre o tarifaço.

Tarcísio decidiu não comentar sobre os comentário dos filhos de Bolsonaro sobre “governadores oportunistas”. No último fim de semana, Tarcísio foi atacado indiretamente pelo vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, que criticou a articulação política de governadores de centro-direita, os quais ele comparou com “ratos” e os chamou de “cúmplices covardes”.