Tarcisio nega ida à reunião sobre golpe após Moraes falar em notificá-lo
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, negou à CNN ter participado de qualquer conversa com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a possibilidade de golpe de Estado após as eleições de 2022. O assunto veio à tona após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes ter anunciado durante […]


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, negou à CNN ter participado de qualquer conversa com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a possibilidade de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O assunto veio à tona após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes ter anunciado durante audiência, nesta quarta-feira (16), que irá notificar o governador em razão do advogado de Filipe Martins, Jeffrey Chiquini, ter questionado Mauro Cid ontem se ele se lembrava de ter visto Tarcísio no Palácio do Alvorada no dia da “reunião do golpe”.
Chiquini defende Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de Jair Bolsonaro, réu no núcleo 2 do plano de golpe.
Em audiência que ouviu o delator do processo, o tenente-coronel Mauro Cid, na segunda-feira (14), o advogado questionou de forma reiterada se o governador de São Paulo participou de uma mesma reunião que Filipe Martins no Palácio do Alvorada, em 2022.
De acordo com o advogado, o controle de entrada do Palácio mostra que Filipe Martins e Tarcísio estiveram no local em horários próximos.
Em conversa com a CNN na tarde de hoje, Tarcísio disse que o assunto já foi tratado anteriormente pelas autoridades.
“Esse assunto é antigo. Lá atrás, ainda na fase de instrução, antes das oitivas, quando o relatório da PF estava sendo concluído e a PF apresentou o relatório, havia a lista de entradas no Alvorada. Eu visitei o Alvorada algumas vezes. Fui para os Estados Unidos após a eleição e, depois, ia a Brasília durante a transição para organizar a mudança para São Paulo da minha família. E passava pelo Alvorada para ver o presidente (Bolsonaro)”, explicou Tarcísio.
“Passei lá nos dias 10 de dezembro, 15 de novembro e 19 de novembro. Disse isso em meu depoimento como testemunha à Polícia Federal”, complementou.
O governador declarou que “quando essa lista de entradas no Alvorada foi divulgada e constava meu nome, os partidos de esquerda pediram análise à Procuradoria-Geral da República, inclusive minha inclusão no rol de investigados. Mas, de fato, como eu não participei de nada, de reunião e conversa alguma sobre esse assunto, isso não ocorreu. Eu ia lá, sim, visitar o presidente, mas para mostrar solidariedade a ele”.
Especificamente sobre um dos dias em que, segundo a PGR, a minuta golpista teria sido discutida, Tarcísio falou: “eu me lembro bem: o presidente não estava dentro do Alvorada, estava na varanda, na parte de trás. Conversei com ele por um período. Foram conversas rápidas”.
“Não vi nem estive com Filipe Martins. Isso foi explorado no depoimento. E você vai se lembrar que o advogado de defesa (de Martins) pegou a relação de visitas para ver se eu tinha visitado Bolsonaro e se ele fez menção à virada de mesa ou a algum ato. E isso também foi amplamente discutido. Não tem nenhum fato novo. Não tenho intimidade com Filipe Martins. Não participei de reunião nenhuma sobre esse assunto. Isso já foi objeto de pedido de apuração e não se chegou a nada. Estou tranquilo.”
Após a conversa, o Palácio dos Bandeirantes divulgou a seguinte nota: “Tarcísio de Freitas jamais participou ou tomou conhecimento de qualquer reunião sobre o assunto mencionado. Todos os esclarecimentos sobre sua presença no Palácio da Alvorada já foram devidamente prestados em seu depoimento, realizado no dia 30 de maio, bem como analisados e arquivados pela Procuradoria-Geral da República. O governador não foi oficiado”.
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