'Temos que trabalhar seguindo o pensamento da Geração Z', diz nova líder do Nepal após protestos que deixaram 72 mortos

Sushila Karki nova primeira-ministra do Nepal Aru Sankar/AFP A nova primeira-ministra do Nepal, Sushila Karki, comprometeu-se, neste domingo (14), em atender às demandas dos manifestantes que pedem o "fim da corrupção" no país, de acordo com a Reuters. Durante pronunciamento, foi comunicado o aumento de mortos para 72. A ex-presidente da Suprema Corte do Nepal, Sushila Karki, foi escolhida como premiê interina do país, anunciou o gabinete da presidência nepalesa nesta sexta-feira (12). Sua indicação ocorre após uma onda histórica de protestos violentos contra o governo, em que jovens atearam fogo a edifícios do governo e casas de ministros. A nova primeira-ministra do Nepal, Sushila Karki, comprometeu-se, neste domingo (14), em atender às demandas dos manifestantes que pedem o "fim da corrupção" no Nepal, segundo informações da agência. “Devemos trabalhar de acordo com o pensamento da Geração Z. O que esse grupo exige é o fim da corrupção, boa governança e igualdade econômica”, afirmou Sushila Karki em suas primeiras declarações públicas desde que assumiu o cargo na sexta-feira (12). Karki realizou um minuto de silêncio pelas vítimas dos protestos antes de iniciar as reuniões no complexo governamental de Singha Durbar, onde vários prédios foram incendiados durante as manifestações, informou a agência Reuters. O secretário-chefe do governo, Eaknarayan Aryal afirmou que 72 pessoas morreram e 191 ficaram feridas em dois dias de protestos no Nepal, de acordo com a Reuters. O balanço anterior das autoridades apontava para 51 mortos. Ainda segundo a agência, trata-se do pior episódio de violência desde o fim da guerra civil de 10 anos e da abolição da monarquia em 2008. Sushila Karki acrescentou que ela e seu governo interino "não permanecerão no poder por mais de seis meses", ainda de acordo com a agência Reuters. As eleições estão previstas para março de 2026. Karki, de 73 anos, substituirá K.P. Sharma Oli, que renunciou nesta semana por conta dos protestos. Ela é a única mulher a ter ocupado o cargo de presidente da Suprema Corte do Nepal. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Protestos A renúncia de K.P. Sharma Oli ocorreu após após uma onda histórica de protestos violentos contra o governo, em que jovens atearam fogo a edifícios do governo e casas de ministros. Segundo o governo, pelo menos 72 pessoas morreram durante os protestos desde segunda-feira. O último balanço era de 51 mortos. Os protestos no Nepal começaram no início desta semana. Confrontos entre a polícia a manifestantes na capital, Catmandu, no primeiro dia de protestos, na segunda, expandiram a magnitude do movimento —a partir de terça, a população ateou fogo na sede do governo, no Parlamento, na Suprema Corte e em casas de ministros. O estopim para as manifestações foi o bloqueio de redes sociais, como Facebook, Instagram, YouTube e X, pelo governo. Os protestos históricos são liderados pela Geração Z. Sobe o número de mortos nos protestos no Nepal Segundo a TV estatal nepalesa, as manifestações são contra um bloqueio das redes sociais, como Facebook e Instagram, imposto na semana passada e por acusações de corrupção contra o governo. O slogan dos protestos: “Bloqueiem a corrupção, não as redes sociais”. O governo justificou o bloqueio dizendo que as plataformas não colaboraram com a Justiça do país para combater usuários que, usando identidades falsas, estavam espalhando discurso de ódio e notícias falsas, cometendo fraudes e outros crimes. LEIA TAMBÉM: Ostentação de políticos, população pobre e redes bloqueadas: entenda a fúria da 'Geração Z' que levou o Nepal ao caos Rapper adorado pela Geração Z do Nepal desponta como líder político após protestos e caos; conheça Nepal em chamas: quem são os manifestantes e qual a origem dos protestos no país Ministra e marido agredidos após ter casa invadida Os manifestantes chegaram a registrar em vídeo a invasão à casa de uma das autoridades do Nepal que foram vítimas de violência durante os protestos. As imagens, gravadas com celular, mostram vários jovens vandalizando a residência da ministra das Relações Exteriores do país, Arzu Rana Deuba, e a atacando com ofensas e agressões. Depois, o vídeo mostra o marido dela, Sher Bahadar Deuba, que é ex-primeiro ministro do Nepal, sendo carregado, com a camisa rasgada e o rosto ensanguentado. A casa de outras autoridades também foi alvo nesta terça, como a do primeiro-ministro que renunciou, KP Sharma Oli, e outros antigos premiês De acordo com o jornal "The New York Times", os manifestantes colocaram fogo na casa de Jhala Nath Khanal com sua mulher, Ravi Laxmi Chitrakar, lá dentro. Ela teria sofrido queimaduras graves. Manifestantes colocam fogo no principal edifício administrativo do governo do Nepal, em Katmandu Anup Ojha / AFP

Sep 14, 2025 - 05:30
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'Temos que trabalhar seguindo o pensamento da Geração Z', diz nova líder do Nepal após protestos que deixaram 72 mortos

Sushila Karki nova primeira-ministra do Nepal Aru Sankar/AFP A nova primeira-ministra do Nepal, Sushila Karki, comprometeu-se, neste domingo (14), em atender às demandas dos manifestantes que pedem o "fim da corrupção" no país, de acordo com a Reuters. Durante pronunciamento, foi comunicado o aumento de mortos para 72. A ex-presidente da Suprema Corte do Nepal, Sushila Karki, foi escolhida como premiê interina do país, anunciou o gabinete da presidência nepalesa nesta sexta-feira (12). Sua indicação ocorre após uma onda histórica de protestos violentos contra o governo, em que jovens atearam fogo a edifícios do governo e casas de ministros. A nova primeira-ministra do Nepal, Sushila Karki, comprometeu-se, neste domingo (14), em atender às demandas dos manifestantes que pedem o "fim da corrupção" no Nepal, segundo informações da agência. “Devemos trabalhar de acordo com o pensamento da Geração Z. O que esse grupo exige é o fim da corrupção, boa governança e igualdade econômica”, afirmou Sushila Karki em suas primeiras declarações públicas desde que assumiu o cargo na sexta-feira (12). Karki realizou um minuto de silêncio pelas vítimas dos protestos antes de iniciar as reuniões no complexo governamental de Singha Durbar, onde vários prédios foram incendiados durante as manifestações, informou a agência Reuters. O secretário-chefe do governo, Eaknarayan Aryal afirmou que 72 pessoas morreram e 191 ficaram feridas em dois dias de protestos no Nepal, de acordo com a Reuters. O balanço anterior das autoridades apontava para 51 mortos. Ainda segundo a agência, trata-se do pior episódio de violência desde o fim da guerra civil de 10 anos e da abolição da monarquia em 2008. Sushila Karki acrescentou que ela e seu governo interino "não permanecerão no poder por mais de seis meses", ainda de acordo com a agência Reuters. As eleições estão previstas para março de 2026. Karki, de 73 anos, substituirá K.P. Sharma Oli, que renunciou nesta semana por conta dos protestos. Ela é a única mulher a ter ocupado o cargo de presidente da Suprema Corte do Nepal. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Protestos A renúncia de K.P. Sharma Oli ocorreu após após uma onda histórica de protestos violentos contra o governo, em que jovens atearam fogo a edifícios do governo e casas de ministros. Segundo o governo, pelo menos 72 pessoas morreram durante os protestos desde segunda-feira. O último balanço era de 51 mortos. Os protestos no Nepal começaram no início desta semana. Confrontos entre a polícia a manifestantes na capital, Catmandu, no primeiro dia de protestos, na segunda, expandiram a magnitude do movimento —a partir de terça, a população ateou fogo na sede do governo, no Parlamento, na Suprema Corte e em casas de ministros. O estopim para as manifestações foi o bloqueio de redes sociais, como Facebook, Instagram, YouTube e X, pelo governo. Os protestos históricos são liderados pela Geração Z. Sobe o número de mortos nos protestos no Nepal Segundo a TV estatal nepalesa, as manifestações são contra um bloqueio das redes sociais, como Facebook e Instagram, imposto na semana passada e por acusações de corrupção contra o governo. O slogan dos protestos: “Bloqueiem a corrupção, não as redes sociais”. O governo justificou o bloqueio dizendo que as plataformas não colaboraram com a Justiça do país para combater usuários que, usando identidades falsas, estavam espalhando discurso de ódio e notícias falsas, cometendo fraudes e outros crimes. LEIA TAMBÉM: Ostentação de políticos, população pobre e redes bloqueadas: entenda a fúria da 'Geração Z' que levou o Nepal ao caos Rapper adorado pela Geração Z do Nepal desponta como líder político após protestos e caos; conheça Nepal em chamas: quem são os manifestantes e qual a origem dos protestos no país Ministra e marido agredidos após ter casa invadida Os manifestantes chegaram a registrar em vídeo a invasão à casa de uma das autoridades do Nepal que foram vítimas de violência durante os protestos. As imagens, gravadas com celular, mostram vários jovens vandalizando a residência da ministra das Relações Exteriores do país, Arzu Rana Deuba, e a atacando com ofensas e agressões. Depois, o vídeo mostra o marido dela, Sher Bahadar Deuba, que é ex-primeiro ministro do Nepal, sendo carregado, com a camisa rasgada e o rosto ensanguentado. A casa de outras autoridades também foi alvo nesta terça, como a do primeiro-ministro que renunciou, KP Sharma Oli, e outros antigos premiês De acordo com o jornal "The New York Times", os manifestantes colocaram fogo na casa de Jhala Nath Khanal com sua mulher, Ravi Laxmi Chitrakar, lá dentro. Ela teria sofrido queimaduras graves. Manifestantes colocam fogo no principal edifício administrativo do governo do Nepal, em Katmandu Anup Ojha / AFP

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