Trump afirma que EUA está em “guerra comercial” com a China
Donald Trump declara guerra comercial à China em meio a retaliações por soja e tarifas de 100% sobre produtos chineses

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou durante coletiva de imprensa na Casa Branca, nesta quarta-feira (15/10), que o país está em uma “guerra comercial” com a China. A declaração ocorre em meio a uma escalada de tensões bilaterais entre as potências.
“Nós estamos em uma agora. Olha, nós temos 100% de tarifas. Se não tivéssemos tarifas, nós seríamos expostos como se não tivéssemos nada. Nós não tivéssemos defesa”, declarou Trump.
Mais cedo, Pequim condenou a ação militar dos EUA contra uma embarcação venezuelana no Caribe, classificando o ataque como uma “violação das normas internacionais” e um “exagero unilateral” que compromete a estabilidade regional.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, afirmou que o país se opõe à ameaça ou ao uso da força nas relações internacionais e à interferência externa nos assuntos internos da Venezuela, reafirmando apoio à iniciativa que declara a América Latina e o Caribe como uma “Zona de Paz”.
O ataque norte-americano à embarcação venezuelana Carmen Rosa, que teria ligação com o tráfico de drogas, resultou na morte de seis pessoas, segundo o governo dos EUA. A Venezuela, no entanto, denuncia que a ofensiva foi uma “ação criminosa” contra civis.
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Crise da soja e retaliação econômica
Além das questões militares, Trump voltou a criticar a China por não comprar soja norte-americana, prejudicando agricultores do país. O republicano afirmou que o governo estuda medidas de retaliação, incluindo o encerramento de negócios com o governo chinês relacionados à compra de óleo de cozinha e outros produtos. “Acredito que a China, propositalmente, não compra nossa soja, causando dificuldades aos nossos produtores de soja, é um ato economicamente hostil”, escreveu.
A China comprou mais de US$ 12 bilhões em soja dos EUA em 2024, mas zerou as importações em setembro de 2025, condicionando o retorno ao fim das “taxas irracionais” impostas pelos Estados Unidos. Nos EUA, agricultores enfrentam risco de falência e prejuízos bilionários, já que até 60% da produção de soja de alguns estados destina-se ao mercado chinês.
Escalada nas negociações comerciais
A Casa Branca já havia anunciado tarifas de 100% sobre todos os produtos importados da China, em resposta aos controles de exportação anunciados por Pequim sobre terras raras, baterias de lítio e materiais superduros — insumos estratégicos para eletrônicos e tecnologia verde.
O porta-voz do Ministério do Comércio da China criticou a postura dos EUA e prometeu “medidas firmes e correspondentes” caso as tarifas sejam aplicadas. “As ações dos EUA prejudicaram seriamente os interesses da China e minaram o clima das negociações econômicas e comerciais bilaterais”, afirmou, acrescentando que as operações sobre terras raras são “legítimas”.
Trump declarou que os EUA adotarão uma postura igualmente dura a partir de 1º de novembro de 2025, com tarifa de 100% sobre produtos chineses e controles de exportação sobre “todo e qualquer software crítico” produzido em território norte-americano. “É impossível acreditar que a China tenha tomado tal atitude, mas tomou, e o resto é história”, disse.
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