Velório de Frateschi reúne petistas históricos: “Não dá pra acreditar”

Amigos, familiares e políticos acompanharam, nesta sexta-feira (7/11), o velório do ex-deputado estadual Paulo Frateschi (PT), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na zona sul da capital. A cerimônia é aberta ao público e está prevista para terminar às 14h.

Frateschi tinha 75 anos e morreu nessa quinta-feira (6/11), após ser esfaqueado pelo próprio filho, Francisco Frateschi, de 34, que teve um surto psicótico. O ex-parlamentar chegou a ser levado ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu.

Petistas como o presidente nacional do partido, Edinho Silva, o deputado federal Rui Falcão, o ex-ministro José Dirceu, o deputado estadual Antônio Donato e o ex-deputado federal José Genoino foram ao velório para se despedir do colega e apoiar a família.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também é esperado no local e deve chegar durante a tarde. Ele cancelou a agenda em Belém para participar da cerimônia.

Durante a despedida, Frateschi foi lembrado como alguém muito querido, que lutou pela democracia do país e se manteve forte mesmo nos momentos mais difíceis, como quando perdeu dois filhos em dois acidentes de carro distintos.

“Ele deixa esse legado de alguém que tinha uma causa de vida e lutou por ela até o fim, superando todos os dramas. Eu não sei quem teria forças para, depois de toda a tragédia, se dedicar tanto ao PT quanto ele fez”, afirmou o deputado federal Rui Falcão (PT), emocionado. Os dois eram amigos.

Familiares chegam para velório do ex-deputadoJéssica Bernardo/ Metrópoles2 de 7

Paulo Frateschi é velado na Alesp, em cerimônia aberta ao públicoJéssica Bernardo/ Metrópoles3 de 7

Ex-ministro José Dirceu (PT) fala com a imprensa no velório de Paulo FrateschiJéssica Bernardo/ Metrópoles4 de 7

Deputado federal Rui Falcão (PT)Jéssica Bernardo/ Metrópoles5 de 7

Deputado estado Antonio Donato (PT)Jéssica Bernardo/ Metrópoles6 de 7

"Ele não sabe o que fez", diz filha de ex-deputado morto sobre irmãoJéssica Bernardo/ Metrópoles7 de 7

Yara Frateschi, filha de Paulo Frateschi, no velório do pai em SPJéssica Bernardo/Metrópoles

O presidente do PT, Edinho Silva, disse que Frateschi foi uma grande liderança do partido, e lembrou a participação do político na redemocratização do país. Frateschi lutou contra a Ditadura e chegou a ser torturado.

“Ele lutou pela redemocratização do Brasil, dedicou a sua juventude para que nós hoje tivéssemos o direito a votar, o direito de manifestação, manifestação do pensamento, daquilo que a gente acredita. Dedicou a sua vida à construção de um Brasil mais justo, mais humano, mais igualitário”, afirmou Edinho.

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O deputado estadual Antônio Donato (PT) disse que Frateschi deixa um grande legado para o país.

“Ele foi um grande lutador pela democracia no país, por um Brasil mais justo e soberano. Uma pessoa que sempre enfrentou muitas dificuldades na vida, […] e nunca foi uma pessoa amarga, mesmo com tudo que ele passou”, disse.

Atuou na campanha de Lula

O ex-ministro José Dirceu (PT) afirmou que Frateschi estava mais distante do partido nos últimos anos por questões de saúde, mas que chegou a participar da campanha para a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022.

No velório, várias pessoas descreveram a morte de Frateschi como uma tragédia.

Segundo relatos de pessoas próximas da família, o filho dele estava na capital paulista com a família para passar por tratamento psiquiátrico e estava sob efeito de remédios desde a última sexta-feira (31/10).

A saída do cortejo da Alesp ocorrerá às 14h, com destino ao Cemitério Memorial Parque Jaraguá, na zona norte. O sepultamento está previsto para as 15h30.

A trajetória de Frateschi

Frateschi foi deputado estadual entre 1983 e 1987 e também atuou como secretário das gestões de dois ex-prefeitos da capital paulista, os petistas Marta Suplicy e Fernando Haddad.

Ele foi, ainda, presidente do diretório estadual do PT em São Paulo. O partido lamentou a morte.

“Durante toda a sua trajetória, nosso companheiro demonstrou coragem, integridade e compromisso com o PT e pela busca de um país mais justo”, afirmou, em nota, o diretório nacional do partido.

Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a morte de Frateschi o deixou com o “coração partido”.

“A morte de meu querido amigo Paulo Frateschi, nesta quinta-feira, me deixa com o coração partido. Perco um grande e leal companheiro, com quem compartilhei décadas de lutas por um Brasil mais justo”, escreveu Lula.