Rosário chora em posse ao citar Bolsonaro: “Em breve estará conosco”
Wagner do Rosário se emociona ao agradecer apoio de Bolsonaro durante cerimônia de posse no Tribunal de Contas do Estado
O novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Wagner Rosário, chorou ao falar do ex-presidente Jair Bolsonaro durante seu discurso de posse na solenidade em que esteva presente o senador Flávio Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (7/11).
Indicado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) à cadeira, Rosário foi controlador-geral da União do governo Bolsonaro e, depois, controlador-geral do Estado de São Paulo.
Rosário se emocionou ao agradecer a Bolsonaro, dirigindo a palavra ao senador.
“Flávio, faço uma homenagem ao seu pai, que me permitiu dar continuidade ao meu trabalho como controlador-geral. Gostaria de contar hoje com a presença dele nesse auditório. Mas eu confio muito nas instituições brasileiras e sei que em breve estará conosco”, afirmou. Chorando, Rosário teve que interromper a fala no meio para se recompor. Bolsonaro está prestes a iniciar o cumprimento da pena na cadeia. Atualmente, ele está em prisão domiciliar. Ele foi condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na mesa do plenário, Flávio e Tarcísio também demonstraram emoção em meio a um longa pausa, enquanto Rosário retomava seu discurso. “Quero dizer, Flávio, que seu pai está aqui conosco. Você representa ele aqui e ele está muito feliz com a posse de Rosário no TCE. Gratidão é algo que não prescreve e não vai prescrever nunca. Sou muito grato ao presidente Bolsonaro por tudo”, afirmou o governador paulista.
Na sequência do discurso, Rosário pediu que o ministro do STF, André Mendonça, também presente na posse, fizesse uma oração. Pastor, Mendonça fez a prece, pedindo para que todos abaixassem a cabeça, como na tradição evangélica. Já um padre católico também fez o “Pai Nosso” logo depois.
Críticas da oposição
Rosário foi aprovado como conselheiro do TCE pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no final de setembro. Foram 59 votos favoráveis e 16 contrários. A vaga de Rosário foi do ex-conselheiro Antonio Roque Citadini, que se aposentou em agosto.
O nome de Rosário chegou ao plenário na primeira semana de setembro, mesma época em que Bolsonaro foi julgado no STF. A oposição obstruiu a pauta e conseguiu adiar a votação por duas semanas, contando com o tempo de discussão de vários requerimentos apresentados e aproveitando a falta de quórum, com deputados da base privilegiando agendas em bases eleitorais e no exterior.
A oposição aproveitou a participação de Rosário em uma reunião ministerial investigada pela Polícia Federal (PF). Essa agenda da trama golpista baseou a ação penal que condenou o ex-presidente por ter liderado uma tentativa de golpe de Estado.
Rosário foi controlador-geral do Estado (CGE) desde o início da gestão Tarcísio. Antes disso, trabalhou como servidor de carreira da Controladoria-Geral da União (CGU), órgão o qual se tornou ministro-chefe, entre 2017 e 2022, durante os mandatos de Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB).
A indicação de Rosário proporcionou uma reação inédita na Alesp. Pela primeira vez no governo Tarcísio, o PT não apoiou o nome indicado ao Tribunal de Contas.
Duas cadeiras do TCE já foram trocadas: a do conselheiro Edgard Camargo Rodrigues, que foi substituído pelo deputado federal Marco Aurélio Bertaiolli, em setembro de 2023, e a de Robson Marinho, ocupada pelo advogado Maxwell Borges de Moura Vieira, em dezembro de 2024.
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