Violência e extorsão: quem são os milicianos mais procurados do Rio
Integrantes de grupos paramilitares, eles controlam comunidades, extorquem moradores e disputam áreas estratégicas com facções criminosas
Após as mortes e prisões de nomes de peso da milícia fluminense, novos líderes assumiram o comando do crime paramilitar e passaram a gerenciar a engrenagem mortífera baseada em ameaças, extorsão e violência.
Em entrevista à coluna, o delegado Álvaro Gomes, titular da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), apontou quem são os milicianos mais procurados da atualidade. Com histórico militar e uma ficha criminal extensa, esses criminosos ascenderam na hierarquia e hoje controlam o cenário de terror imposto pelos grupos que lideram.
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Naval, o homem de guerra
O criminoso Paulo David Guimarães Ferraz Silva, de 31 anos, mais conhecido como Naval, assumiu a chefia do maior grupo paramilitar do Rio, a “Família Braga” ou o “Bonde do Zinho”, em junho de 2024, após a morte de Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito, neutralizado pela Draco.
Pipito passou a liderar a organização após a prisão do “01” Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho. Para ocupar o posto, porém, o miliciano — considerado extremamente violento — eliminou Jairo Batista Freire, o Jairo Caveira, Antônio Carlos dos Santos Pinto, o Pit, e Leandro Silva de Almeida, o Caipirão.
Apontado como um “homem de guerra”, Naval é tido como violento e ligado a diversos homicídios. Ele controla a região da Carobinha e as comunidades de Antares e Rola, áreas estratégicas da Zona Oeste, além de seguir comandando Barbante e Vilar Carioca, que protege de ataques do Comando Vermelho (CV).
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Naval participou da execução do chefe da milícia Liga da Justiça, Jerominho, e de seu amigo Maurício Raul Atallah, assassinados em Campo Grande, em 2022, em plena luz do dia.
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Naval tem ficha extensa e é um criminoso violentoReprodução/Web
PL, o “braço direito”
Considerado um aliado de confiança de Naval, Paulo Roberto de Carvalho Martins, o PL, é responsável pela cobrança das taxas pagas a Zinho. Também atua para garantir que as comunidades sob influência do miliciano permaneçam sob controle, mesmo com Zinho preso no presídio federal de segurança máxima, em Brasília (DF).
Moradores relatam que o homem impõe terror na área em que atua. Nas redes sociais, perfis de notícias locais divulgam pedidos de informação sobre seu paradeiro.
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PL é o braço direito de NavalDivulgação/PCERJ
Lideranças locais
Além dos nomes amplamente conhecidos — e temidos — nas comunidades, há criminosos que operam de forma mais discreta, mas que, ainda assim, permanecem no radar da polícia.
Alessandro Calderaro, o Noque, e Lenilson Barros Soares, o Boi, comandam a Ilha de Guaratiba e a região de Santa Cruz, respectivamente.
Boi é responsável pela região de Santa Cruz
Líder da milícia dissidente
Após Tauã de Oliveira Francisco, o Tubarão, rebelar-se contra Zinho no fim de 2022 e criar uma milícia dissidente, o criminoso Gilson Ignácio de Souza Junior, o Juninho Varão, formou aliança com ele e aderiu ao novo grupo.
Com o assassinato de Tubarão, em fevereiro de 2024, Juninho Varão assumiu a liderança. Ele exerce funções de cobrador e executor, além de controlar o fluxo financeiro da quadrilha e atuar na compra de armas e munições.
Em julho deste ano, a Polícia Civil encontrou, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a base do grupo comandado por Varão. A estrutura era composta por três casas usadas para armazenar armas e veículos.
No local, os investigadores apreenderam cinco carros de luxo utilizados pelos milicianos para cobranças e rondas, além de coletes balísticos, materiais diversos e documentos de contabilidade.
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Juninho Varão exerce funções de cobrador e executor
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