A POLITICAGEM – Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo
A POLITICAGEM - (Artigo da Semana) – alfredo.ricardo@hotmail.com


A POLITICAGEM
Desde os primórdios, que a ideia de política está relacionada à arte de governar. Mais tarde, com o avanço do conhecimento, a política se tornou uma ciência, de atuação administrativa, com a visão voltada para a organização das cidades, dos estados e das nações. Separados em três poderes, o executivo, legislativo e judiciário.
A princípio, a ideia da política era a melhoria da convivência social, através dos princípios do bem comum e da estabilidade e segurança da sociedade. E não a busca do poder pelo poder e nem das regalias que a função traz. O político escolhido, se tornava um servidor do povo, e não um abusador do povo em busca de enriquecimento ilícito. Outra função da política era eliminar do meio social o autoritarismo e passar as decisões sociais para o povo.
De uma forma ou de outra, a política intervém na vida de cada cidadão e todos fazem política, mesmo de forma inconsciente. Até porque não é possível viver em sociedade sem a relação das políticas sociais.
Em sociedade, o bem comum é a base de uma vida regular. E para isso, a política é fundamental, pois ninguém vive sem fazer política. Visto que, ao cruzamos os braços, ficamos de fora, nos omitimos, estamos fazendo política.
A grande verdade é que a humanidade precisa da política para todas as ocasiões. Infelizmente, em nossos dias, a arte de administrar para o bem comum se tornou a arte do jogo sujo, da roubalheira, da opressão, da exploração, da humilhação e do empobrecimento do povo.
Entretanto, é necessário separarmos a politicagem da verdadeira política, visto que, política é a aplicação do poder para o bem comum e, através deste mesmo, socorrer os mais pobres do povo. Enquanto a politicagem é a utilização do poder para autobenefício, ou mesmo de terceiros de forma irregular e corrupta. De forma prática, quando atuamos com ações concretas para o bem comum, estamos fazendo política. Porém, quando a atuação é personalíssima, estamos fazendo politicagem.
Já se avizinha o ano eleitoral. Período de grande tumulto social, de confusões familiares e entre amigos. Normalmente chamamos este período de ano eleitoral, pois só se pensa em eleição, se vive eleição, toma-se café, almoço e janta, é só eleição.
Já é possível perceber os movimentos, às vezes silenciosos, outras vezes, estridentes, e é visível as movimentações das peças no xadrez da política. Pois, alguns buscam a reeleição e começam a apresentar suas ações positivas em favor do povo e mantêm silenciosamente os descasos e ausências na discussão social. Por outro lado, é comum ouvirmos a imputação de responsabilidade, pela ausência de resultados, aos adversários políticos.
Neste período, é comum surgirem as novas promessas políticas, cheias de propostas alternativas para problemas nacionais e com promessas miraculosas de resolução dos amplos problemas sociais. Assim como é comum expor as dificuldades, falhas, despreparo, irresponsabilidades do adversário político.
No período político é comum as acusações, os discursos inflamados, a guerra pelo poder, as tramoias e as mentiras descaradas, alinhadas a promessas impossíveis de serem realizadas. A grande verdade é que grande parte dos que participa de forma direta ou indireta das campanhas eleitorais não tem um pingo de consciência do processo e nem compreende que a principal função política é servir ao povo.
Em parte, todos os eleitores têm sua parcela de culpa nos desmandos políticos que trazem consequências sociais graves. Pois, é justamente no voto que lançamos nas câmeras os candidatos eleitos, que suas decisões mostram apenas preocupação com seus interesses pessoais e do seu grupo de apoio. Visto que a democracia é um sistema onde ocorre a transmissão de poder pelo meio da escolha popular.
A politicagem vem deixando o povo desiludido, cansado, triste, inconformado e sem esperança. É justamente neste momento que surgem os salvadores. Candidato que se proclamar verdadeiros libertadores do caos social, o que após eleição se verifica que nada do que foi prometido acontece, e o povo volta à realidade da desilusão e do descredito na política e nos políticos.
No cenário de politicagem, se instala a hipocrisia, que ajuda a banalizar a corrupção e suas consequências sociais. Pois, logo que surgem as ações de corrupção, quem se encontra no poder busca culpar o antecessor, criando uma cortina de fumaça para se livra da opinião pública e de processos judiciais.
Portanto, a mudança começa com cada um levando a sério o seu voto e sua escolha. Indignar-se é preciso, mas devemos exigir a condenação dos corruptos e dos corruptores. Assim como devemos gritar em voz alta pela humanização na saúde, na educação e na segurança pública. Chega de aceitarmos os hipócritas políticos. É chegado o momento de varrer eles da república!
Muita Paz, Luz e Justiça a todos!
Pesquisador e Escritor Ricardo Alfredo
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