ABC e América enfrentam novos desafios em processos trabalhistas
Tribuna do Norte O presidente do ABC, Eduardo Machado, comentou nesta semana sobre as novas ações trabalhistas protocoladas no Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte (TRT-RN) e apresentou detalhes do planejamento institucional do clube. Mesmo em meio ao processo de recuperação judicial, o dirigente garantiu que a situação está sob controle e […]

Tribuna do Norte
O presidente do ABC, Eduardo Machado, comentou nesta semana sobre as novas ações trabalhistas protocoladas no Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte (TRT-RN) e apresentou detalhes do planejamento institucional do clube. Mesmo em meio ao processo de recuperação judicial, o dirigente garantiu que a situação está sob controle e que a diretoria trabalha com um plano realista, voltado ao retorno à Série C do Campeonato Brasileiro em 2026. Já o América trava uma batalha para conseguir quitar um acordo de mais de R$ 400 mil firmado com o ex-treinador Thiago Carvalho.
Segundo Machado, doze novas ações trabalhistas foram registradas recentemente contra o ABC. Dessas, apenas duas dizem respeito à atual gestão: os casos dos atletas Ytalo e Jefferson. As demais estão relacionadas a contratos de administrações anteriores. Entre os processos de maior valor merecem destaque os de Vandeilton Galdino Vieira (R$ 678.997,54), Pedro Felipe dos Santos Santana (R$ 201.525,98), Ytalo José Oliveira dos Santos (R$ 194.385,76), Jonydei Matos de Menezes Junior (R$ 178.195,20), Diego Jardel Koester (R$ 138.580,08) e Jefferson de Jesus Santos (R$ 65.154,40). Além disso, há uma execução fiscal da União Federal no montante de R$ 312.810,69.
O presidente ressaltou que qualquer crédito a ser pago precisa seguir o trâmite legal da recuperação judicial em curso no clube. “Existem créditos cobrados que, mesmo se o clube tivesse dinheiro em caixa, não poderiam ser quitados de imediato. Isso será discutido na Assembleia de Credores”, explicou. Apesar das limitações financeiras, Machado destacou que o ABC conseguiu estruturar um orçamento sólido para a próxima temporada, quando disputará o Campeonato Potiguar, a Copa do Nordeste, a Copa do Brasil e a Série D.
As receitas totais devem variar entre R$ 3,5 milhões e R$ 5 milhões, a depender do desempenho esportivo. O dirigente lembrou que, embora o clube tenha perdido a cota da Série C, assegurou a participação na Copa do Nordeste, cuja premiação é superior. A folha salarial do elenco deve oscilar entre R$ 500 mil e R$ 600 mil mensais, podendo crescer conforme o time avance nas competições.
Diante de todos os obstáculos, Eduardo Machado enfatizou que o momento é de reconstrução e equilíbrio. “Temos consciência dos desafios, mas também do potencial do ABC. A base está sendo reconstruída com planejamento e responsabilidade. Nosso foco é voltar à Série C e restabelecer a força do clube”, concluiu.
América
Enquanto isso, no América, a única ação em tramitação sob responsabilidade da SAF está relacionada ao ex-treinador Thiago Carvalho. Na ação trabalhista, o profissional ingressou na Justiça pleiteando o pagamento de aproximadamente R$ 393 mil referentes a acertos rescisórios nunca quitados pelo clube potiguar.
Segundo os documentos do processo nº 0001163-31.2025.5.21.0001, Thiago foi contratado em abril de 2023 para comandar a equipe profissional do América, com salário mensal de R$ 80 mil (sendo 60% na carteira e 40% como direitos de imagem). No entanto, sua passagem pelo clube durou apenas três meses, sendo demitido em julho do mesmo ano.
Na época da demissão, as partes firmaram um acordo para quitação do acerto rescisório no valor líquido de R$ 443.765,00, a ser pago em 18 parcelas. Além disso, foi estabelecido outro parcelamento para o direito de imagem no montante de R$ 78.961,67 em 17 parcelas. O problema começou quando o clube não honrou os pagamentos acordados. Apenas a primeira parcela foi quitada dentro do prazo, iniciando uma longa saga de cobranças por parte do técnico e sua comissão técnica.
Em julho de 2024, numa tentativa de resolver a questão, o América S.A.F. assumiu a dívida e propôs um novo parcelamento. Porém, segundo a ação, mesmo com este novo acordo, seis parcelas permanecem em aberto até o momento.
“Nossos clientes já tentaram de todas as formas resolver essa questão amigavelmente. Enviamos diversas notificações extrajudiciais, mas infelizmente o clube não cumpriu o acordado”, explicou um dos advogados de Thiago.
O processo judicial detalha que, conforme cláusula dos acordos firmados, em caso de descumprimento, o valor total deveria ser pago integralmente com multa de 10% e juros de 1% ao mês. Além dos valores dos acordos não pagos, o técnico reivindica o recolhimento do FGTS referente ao período trabalhado, multas legais por não pagamento das verbas rescisórias dentro do prazo legal, e uma indenização por danos morais no valor de R$ 50 mil.
“A situação é grave pois esses valores são essenciais para o sustento do meu cliente e sua família. O não pagamento das verbas rescisórias dentro do prazo legal afeta diretamente a dignidade do trabalhador”, destacou a defesa na petição inicial.
No último dia 10 de novembro, a Justiça do Trabalho realizou uma audiência, onde as partes puderam apresentar suas versões dos fatos. O América Futebol Clube e o América S.A.F. foram notificados para comparecerem à audiência virtual e apresentarem defesa no processo.
NÚMEROS
678 mil reais é o processo de maior valor enfrentado pelo ABC na Justiça.
400 mil reais é o que pede o técnico Thiago Carvalho como rescisão no América.
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