Após silêncio, Tarcísio critica PEC da Blindagem: “Caminho de impunidade”

Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que manifestações do último domingo (21/9) são "sintoma de desconexão com a vontade das pessoas"

Sep 24, 2025 - 16:00
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Após silêncio, Tarcísio critica PEC da Blindagem: “Caminho de impunidade”

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), classificou a PEC da Blindagem, aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados e rejeitada nesta quarta-feira (24/9) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, como uma “desconexão com a vontade das pessoas”.

Tarcísio, que não havia se manifestado sobre a PEC publicamente, afirmou ainda que as manifestações do último final de semana contra a proposta ocorreram porque a população percebeu que a iniciativa dos deputados estava “indo por um caminho de privilegiar” políticos e de “impunidade”.

“Elas [as manifestações] representam o sintoma de desconexão do que está sendo feito com a vontade das pessoas. E quando você se desconecta, tem protesto. E foi o que aconteceu”, disse Tarcísio durante evento de entrega de moradias em Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo.

Para o governador, a PEC da Blindagem representa uma distorção do sentido original da imunidade parlamentar, prevista na Constituição. O texto prevê que parlamentares só podem ser investigados após aprovação do Congresso Nacional.

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“Algo que nasceu para ser um remédio para proteger o Parlamento e aquilo que a Constituição trouxe, que é a imunidade formal, material do parlamentar ou a garantia que o parlamentar tem de exercer seu mandato livremente, com independência, se transformou em outra coisa. Quando se tem a distorção e a população percebe que está indo por um caminho de privilegiar, de impunidade, a população se revolta. Você não pode se desconectar daquilo que as pessoas pensam. Quando houve essa desconexão, houve protesto”, completou o governador.

Rejeição no Senado

  • As declarações críticas de Tarcísio à PEC da Blindagem, aprovada pelos deputados após um acordo entre Centrão e os bolsonaristas em meio às negociações do PL da Anistia, ocorrem uma semana depois de o texto passar no plenário da Câmara dos Deputados.
  • Nesta quarta (24/9), a PEC foi rejeitada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
  • A aliados, o governador de São Paulo já havia manifestado preocupação com a PEC, dizendo que ela representava um desgaste para o campo da direita, em meio ao acirramento do clima em Brasília com a condenação de Bolsonaro no STF, a crise diplomática com os EUA e as negociações sobre a anistia.

Defesa da anistia

Sobre as discussões em torno da anistia, Tarcísio voltou a defender que haja uma redução de penas para os condenados pelo 8 de janeiro, mas afirmou que o abrandamento também deveria atingir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O que eu peço é que haja sabedoria, que se pensem nas pessoas que tiveram apenamentos desproporcionais, aquelas pessoas do 8 de janeiro. Acho que temos remédios jurídicos para resolver isso e eu sempre acreditei que o PL pode representar aquilo que a gente espera, uma paz dialogada”, disse o governador.

“Obviamente, as opiniões são controversas. Tem gente que leva para o lado do estímulo à impunidade. Eu já penso de uma forma diferente. Acredito que o PL da anistia é um caminho para a paz dialogada (…) Espero que seja feito o melhor para olhar aquelas pessoas que estão no 8 de janeiro e olhar todo mundo que teve apenamento injusto, inclusive o presidente Bolsonaro”, afirmou Tarcísio.

Lula e Trump

O governador de São Paulo também voltou a defender que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos EUA, Donald Trump, se reúnam para negociar as tarifas impostas ao Brasil.

“Isso não é bom para os Estados Unidos, isso não é bom para o Brasil. Então, o que a gente espera e que já deveria ter acontecido? Que os líderes dessas duas nações, que são as maiores economias das Américas e que são as maiores democracias do Ocidente, sentem, conversem, negociem e resolvam esse problema”, disse Tarcísio.

Para o chefe do Executivo estadual, Trump “precisa negociar” com o Brasil por também estar sendo pressionado.

“Acho que ele precisa negociar e o Lula também precisa negociar. Da mesma forma que o presidente brasileiro é pressionado aqui, o presidente americano é pressionado lá. Então, por isso que eu acho que em algum momento esse negócio tem que se convergir. Qual é o apelo? Que eles sentem, conversem e resolvam. Porque tem todo um setor produtivo que está sendo prejudicado e que precisa de uma solução”, afirmou o governador de São Paulo.

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